Contrato futuro: o que é, como funciona e quais são os principais?

Um contrato futuro é um acordo padronizado para comprar ou vender um ativo a um preço específico em uma data futura. Saiba mais.

6 de agosto de 2024 - por Sidemar Castro


O contrato futuro é um tipo de derivativo que representa um acordo para comprar ou vender um ativo em uma data futura, por um preço previamente estabelecido. Esses contratos são padronizados e negociados no mercado futuro, que é um segmento da bolsa de valores onde ocorrem essas transações.

O que é o contrato futuro?

Um contrato futuro é um tipo de derivativo financeiro que representa um acordo para comprar ou vender um ativo específico a um preço pré-determinado em uma data futura. Esses contratos são padronizados e negociados em bolsas de valores, como a B3 no Brasil.

O mercado futuro é o ambiente onde esses contratos são negociados. Ele permite que investidores e empresas se protejam contra variações de preços (hedge) ou especulem sobre a direção futura dos preços de diversos ativos, como commodities (soja, milho, café), moedas (dólar, euro), índices (Ibovespa) e taxas de juros.

Todos os contratos seguem padrões específicos, o que garante que todos os investidores estejam negociando nas mesmas condições. A maioria dos contratos é liquidada financeiramente, mas alguns podem prever a entrega física do ativo subjacente.

Empresas podem usar contratos futuros para se proteger contra flutuações de preços, enquanto investidores podem usá-los para especular e potencialmente lucrar com essas variações.

Como funciona o contrato futuro?

Os contratos futuros são acordos financeiros que estabelecem a compra ou venda de um ativo específico em uma data futura, a um preço previamente definido. Esses contratos são padronizados e negociados em bolsas de valores, como a B3 no Brasil, e são classificados como derivativos, pois seu valor deriva do ativo subjacente, que pode ser uma commodity, moeda, ou índice financeiro.

Os contratos futuros têm algumas características fundamentais:

  • Objeto de Negociação: O ativo que está sendo negociado, como soja, café ou dólares.
  • Cotação: O preço acordado para cada unidade do ativo no momento da negociação.
  • Unidade de Negociação: O tamanho do contrato, que pode variar conforme o ativo. Por exemplo, um contrato futuro de soja pode representar 450 sacas de 60 kg cada.
  • Data de Vencimento: O mês em que o contrato será liquidado, ou seja, quando a transação deve ser concluída.

Ambiente de negócio

Os contratos futuros são utilizados principalmente para duas finalidades:

  1. Hedge: Empresas e produtores usam contratos futuros para se proteger contra flutuações de preços. Por exemplo, um agricultor pode garantir um preço fixo para sua colheita futura, evitando perdas em caso de queda de preços.
  2. Especulação: Investidores individuais frequentemente utilizam contratos futuros para especular sobre a direção do preço do ativo. Se um trader acredita que o preço de um ativo vai subir, ele pode comprar um contrato futuro; se o preço realmente subir, ele poderá vender o contrato a um preço maior, obtendo lucro.

Os contratos são negociados em um ambiente regulado, o que garante a padronização e a liquidez das transações. A B3, por exemplo, atua como uma entidade reguladora que estabelece as regras e características dos contratos, assegurando que todas as partes envolvidas cumpram suas obrigações.

Além disso, os contratos futuros são ajustados diariamente, com os lucros e perdas sendo contabilizados em tempo real, o que significa que os investidores precisam monitorar suas posições ativamente.

Quais são os principais negociados no mercado futuro?

1) Índice Bovespa (IBOV)

O contrato futuro do Índice Bovespa permite que investidores especulem sobre a valorização ou desvalorização do principal índice da bolsa brasileira. É amplamente utilizado tanto para proteção (hedge) quanto para especulação, oferecendo uma maneira de se expor ao desempenho do mercado acionário sem precisar comprar ações individuais.

2) Dólar (DOL)

O contrato de dólar é um dos mais negociados, permitindo que investidores se protejam contra a volatilidade da moeda americana. É especialmente importante para empresas que realizam transações internacionais ou para investidores que desejam especular sobre a taxa de câmbio. O minidólar (WDO) também é popular entre investidores menores, devido ao seu tamanho reduzido.

3) Taxa DI (DI1)

Os contratos futuros da Taxa DI são utilizados para especulação e hedge em relação à taxa de juros no Brasil. Eles permitem que os investidores apostem na direção futura das taxas de juros, sendo uma ferramenta essencial para gestores de fundos e instituições financeiras.

4) Commodities

Diversas commodities são negociadas no mercado futuro, incluindo:

  • Soja (SFI): Um dos principais produtos agrícolas do Brasil, muito utilizado para hedge por agricultores e traders.
  • Milho (CCM): Outro produto agrícola vital, com contratos que ajudam a estabilizar preços para produtores e comerciantes.
  • Café (ICF): O Brasil é um dos maiores produtores de café do mundo, e os contratos futuros permitem que os produtores se protejam contra flutuações de preço.

5) Índice S&P 500 (ISP)

Este contrato permite que investidores brasileiros especulem sobre o desempenho do índice S&P 500, que representa as 500 maiores empresas dos Estados Unidos. É uma forma de diversificação e exposição ao mercado norte-americano, atraindo investidores que buscam oportunidades fora do Brasil.

6) Boi Gordo (BGI)

O contrato futuro de boi gordo é específico para o setor pecuário e é utilizado por pecuaristas e investidores para gerenciar riscos relacionados à variação de preços da carne bovina. É um dos contratos mais relevantes no contexto das commodities.

Quais são os riscos de um contrato futuro?

1) Risco de Mercado

Os contratos futuros estão sujeitos a flutuações de preços diárias, o que pode resultar em perdas significativas para os investidores. Se o mercado se mover contra a posição do investidor, ele pode enfrentar prejuízos que superam o capital investido, especialmente em um ambiente de alta volatilidade.

2) Risco de Alavancagem

A alavancagem permite que os investidores operem com um capital menor do que o valor total do contrato. Embora isso possa aumentar os lucros, também amplifica as perdas.

Um movimento adverso no mercado pode levar a perdas que excedem o valor da margem depositada, resultando em chamadas de margem e possíveis liquidações forçadas.

3) Risco de Ajuste Diário

Os contratos futuros são ajustados diariamente com base nas variações de preço do ativo subjacente. Assim, isso significa que os ganhos e perdas são contabilizados diariamente, o que pode exigir que o investidor mantenha uma reserva de capital para cobrir possíveis perdas.

Se o mercado se mover desfavoravelmente, o investidor pode ser obrigado a adicionar mais capital à sua conta.

4) Risco de Alteração de Margem

A margem de garantia exigida para operar contratos futuros pode ser alterada pela corretora ou pela bolsa, dependendo das condições de mercado. Portanto, se a margem aumentar, o investidor pode ser solicitado a depositar valores adicionais, o que pode impactar sua liquidez e capacidade de manter a posição.

5) Risco de Liquidez

Embora muitos contratos futuros sejam bastante líquidos, em algumas situações, especialmente em mercados menos ativos ou durante períodos de alta volatilidade, pode ser difícil fechar uma posição sem impactar significativamente o preço. Isso pode resultar em perdas inesperadas se o investidor não conseguir executar suas ordens a preços desejados.

6) Risco de Vencimento

Cada contrato futuro tem uma data de vencimento, e os investidores devem estar cientes de que, ao se aproximar essa data, podem ser obrigados a liquidar suas posições. Portanto, esse fato pode levar a decisões apressadas ou a necessidade de rolar contratos para datas futuras, o que pode incorrer em custos adicionais e riscos associados.

Fontes: Modal Mais, Infomoney, Renatrader, Master Clear

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