Capital humano: o que é, quais são os elementos e como valorizar?

O capital humano é o conjunto de conhecimento e habilidades dos funcionários. Neste sentido, a empresa que valoriza o seu capital humano consegue melhor desempenho e cresce mais rápido. 

O termo capital humano surgiu por meio dos estudos de Theodore W. Schultz, que publicou um artigo explicando que as empresas que contribuem com o bem-estar dos funcionários apresentavam performance melhor do que as empresas que preferem pressionar os colaboradores. 

Portanto, as empresas que querem se destacar por sua excelência, devem investir em seus funcionários. Algumas estratégias possíveis são o desenvolvimento de planos de carreira, bonificação e capacitação. Leia e entenda!

O que é capital humano?

O capital humano pode ser definido como o conjunto de conhecimento, competências e atributos das pessoas que trabalham em uma organização. Dessa maneira, essas características, que são conquistadas por meio da educação e experiência, contribuem na realização do trabalho e na consequente produção de valor econômico.

Não é à toa que o capital humano é considerado como o bem mais precioso de uma empresa. Afinal, os profissionais contribuem para o crescimento do negócio, por meio dos seus conhecimentos técnicos, suas habilidades e competências pessoais.

Justamente por isso, é papel da empresa contribuir para o desenvolvimento do potencial de cada colaborador e proporcionar um bem-estar na organização. 

Qual é a importância do capital humano?

A valorização do capital humano é importante para o crescimento da empresa, já que profissionais mais qualificados produzem resultados melhores. Além disso, ocorrem menos erros de execução por parte dos profissionais, já que eles estão em constante processo de melhoramento. 

Dar atenção ao capital humano da organização é importante também para que os profissionais se sintam mais valorizados e motivados, o que resulta em uma maior produtividade. Enfim, a valorização do capital humano é essencial para as empresas que querem crescer e manter bons profissionais. 

Quais são os 4 elementos do capital humano?

O capital humano é um conceito fundamental para entender como as organizações podem maximizar seu desempenho através de seus colaboradores. Esse conceito é composto por quatro elementos essenciais, que são:

1) Capacidade

A capacidade refere-se às habilidades, competências e conhecimentos que os profissionais possuem. Este elemento é crucial, pois determina a eficácia com que os colaboradores desempenham suas funções.

As capacidades podem incluir tanto as hard skills (habilidades técnicas específicas) quanto as soft skills (habilidades interpessoais), e podem ser aprimoradas por meio de treinamentos e educação continuada. Investir no desenvolvimento dessas capacidades resulta em produtos e serviços de maior qualidade e inovação dentro da empresa.

2) Comportamento

O comportamento abrange as atitudes, ética e perfil comportamental dos colaboradores. Este elemento é vital para manter uma cultura organizacional saudável e atrair profissionais que compartilhem valores semelhantes.

Comportamentos adequados promovem um ambiente de trabalho respeitoso e colaborativo, o que, por sua vez, impacta positivamente na motivação e no engajamento da equipe. Portanto, a contratação deve considerar a adequação entre o comportamento do colaborador e os valores da organização.

3) Empenho

O empenho diz respeito ao nível de dedicação e esforço que os colaboradores aplicam em suas atividades. Profissionais engajados tendem a ser mais produtivos e a contribuir significativamente para os objetivos da empresa.

O comprometimento pode ser incentivado através de um ambiente de trabalho positivo, reconhecimento e oportunidades de crescimento. Assim, o empenho é um fator determinante para o sucesso organizacional, pois reflete diretamente na qualidade do trabalho realizado.

4) Tempo

O tempo se refere à experiência acumulada pelos colaboradores ao longo de suas carreiras. Essa experiência não apenas melhora a eficiência no desempenho das funções, mas também traz insights valiosos que podem ser aplicados para resolver problemas e inovar dentro da organização.

O tempo investido em aprendizado contínuo é fundamental para o desenvolvimento profissional e para a adaptação às mudanças do mercado.

Esses quatro elementos interagem entre si e são fundamentais para construir um capital humano forte, capaz de impulsionar o sucesso das organizações em um ambiente competitivo.

Por que fazer uma boa gestão de capital humano?

Diversos benefícios são resultantes da valorização do capital humano, dentre eles, a retenção de talentos na empresa. Isso porque, quando a empresa mantém os seus profissionais motivados e engajados, a tendência é que eles não sintam vontade de mudar de emprego.  

Outra vantagem é que, com o melhoramento constante dos profissionais, a empresa comete menos erros. Logo, com o tempo, a organização passa a ser reconhecida pelo seu nível de excelência. 

Por fim, temos ainda o melhoramento da cultura da empresa. Acontece que, ao manter um clima de valorização e engajamento dos funcionários, a organização acaba por estimular a colaboração e o respeito, o que resulta na satisfação de todos os envolvidos. 

Como valorizar o capital humano?

Valorizar o capital humano é essencial para o crescimento e a sustentabilidade de qualquer organização. Aqui estão algumas estratégias eficazes para alcançar esse objetivo:

1) Investir em Treinamento e Desenvolvimento

Proporcionar oportunidades de aprendizado contínuo é uma das melhores maneiras de valorizar os colaboradores. Desse modo, isso pode incluir cursos, workshops e programas de mentoria.

Ao investir no desenvolvimento das habilidades e competências dos funcionários, a empresa não apenas melhora a qualidade do trabalho, mas também demonstra que se importa com o crescimento profissional deles.

2) Reconhecer e Recompensar Desempenho

O reconhecimento é um poderoso motivador. Criar um sistema de recompensas que valorize o desempenho excepcional ajuda a aumentar a motivação e o engajamento. Isso pode ser feito através de elogios públicos, bônus financeiros ou promoções.

Quando os colaboradores sentem que seu esforço é valorizado, eles tendem a se dedicar ainda mais às suas funções.

3) Promover um Ambiente de Trabalho Positivo

Um ambiente de trabalho saudável e colaborativo é fundamental para valorizar o capital humano. Assim, incentivar a comunicação aberta, a colaboração entre equipes e um clima organizacional respeitoso contribui para o bem-estar dos colaboradores.

Além disso, oferecer benefícios como flexibilidade de horários e suporte à saúde mental demonstra que a empresa se preocupa com o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

4) Fomentar a Autonomia e a Inovação

Dar aos colaboradores autonomia em suas funções permite que eles se sintam mais responsáveis e valorizados.

Estimular a criatividade e a inovação também é importante; quando os funcionários têm liberdade para propor novas ideias e soluções, eles se sentem mais engajados e motivados. Isso não só melhora a satisfação no trabalho, mas também pode levar a melhorias significativas nos processos da empresa.

5) Estabelecer Planos de Carreira Claros

Oferecer planos de carreira bem definidos ajuda os colaboradores a visualizar seu futuro dentro da organização. Desse modo, isso inclui discutir oportunidades de crescimento, metas de desenvolvimento pessoal e possíveis caminhos para promoções.

Quando os funcionários entendem que têm um futuro promissor na empresa, eles se sentem mais valorizados e propensos a permanecer no time.

6) Solicitar Feedback Regularmente

Criar canais para que os colaboradores possam dar feedback sobre suas experiências e sugestões é uma forma eficaz de mostrar que suas opiniões são valorizadas.

Realizar pesquisas de satisfação ou reuniões individuais permite que a liderança compreenda melhor as necessidades da equipe e faça ajustes quando necessário. Essa prática não apenas melhora o moral, mas também fortalece o relacionamento entre colaboradores e gestores.

Ao implementar essas estratégias, as organizações podem criar um ambiente onde o capital humano é verdadeiramente valorizado, resultando em maior produtividade, satisfação no trabalho e retenção de talentos.

Quais são os desafios da gestão do capital humano?

Gerir o capital humano nas organizações apresenta diversos desafios, que vão desde atrair e reter talentos até garantir um ambiente de trabalho produtivo e adaptado às novas tecnologias. A seguir, apresento os principais desafios enfrentados na gestão do capital humano, juntamente com comentários sobre cada um deles:

1) Atrair e Recrutar Talentos

A disputa por profissionais qualificados é acirrada, exigindo que as empresas desenvolvam processos de seleção ágeis e consistentes. Além disso, é essencial oferecer uma proposta de valor atraente, que inclua não apenas um bom salário, mas também um plano de carreira bem estruturado e ações que promovam a qualidade de vida.

2) Desenvolver Líderes e Colaboradores

Capacitar os profissionais é fundamental, mas requer o apoio de líderes e gestores que conheçam as necessidades de suas equipes. Sendo assim, implementar trilhas de aprendizado focadas na integração de novos funcionários (onboarding) é essencial para que eles se tornem produtivos rapidamente.

3) Reter Talentos

Reter talentos é um desafio complexo, pois os profissionais qualificados estão sempre em busca de novos desafios. A alta rotatividade pode indicar problemas como má administração, remuneração inadequada e falta de oportunidades de crescimento.

Oferecer um plano de carreira claro e investir na capacitação dos funcionários são estratégias importantes para aumentar a retenção.

4) Adaptação às Novas Tecnologias

O RH precisa se adaptar continuamente às novas tecnologias para modernizar os processos e aumentar a eficiência. Investir em sistemas automatizados, plataformas de gestão de desempenho e ferramentas analíticas pode otimizar a gestão de pessoas e fornecer insights estratégicos.

5) Gerenciamento da Diversidade e Inclusão

As empresas precisam lidar com pessoas de diversas culturas, gerações e necessidades, o que exige adaptação e sensibilidade. Promover um ambiente de trabalho inclusivo, onde todos se sintam valorizados e respeitados, é fundamental para o sucesso da organização.

6) Flexibilização das Jornadas de Trabalho

A gestão de modelos de trabalho flexíveis, como o remoto e o híbrido, é um desafio crescente. Implementar sistemas de controle de horas extras e gerenciar ausências e férias de forma eficiente são aspectos cruciais para garantir o cumprimento das obrigações legais e o bem-estar dos colaboradores.

7) Manter os Colaboradores Motivados

A motivação está diretamente relacionada à produtividade. O RH desempenha um papel fundamental na reversão da desmotivação, garantindo que os colaboradores estejam satisfeitos com seus cargos, remunerações e perspectivas de crescimento.

8) Mensurar Resultados

Para estar alinhado aos objetivos da organização, o RH precisa medir seus resultados e avaliar o retorno de cada ação. Sendo assim, utilizar soluções de tecnologia modernas e aderentes às necessidades do negócio é essencial para coletar e analisar dados relevantes.

Enfrentar esses desafios requer uma abordagem estratégica e proativa, alinhando as práticas de gestão de pessoas com as necessidades da organização e as expectativas dos colaboradores.

Qual é a diferença entre capital humano e capital intelectual?

O capital humano é o conjunto de conhecimento e habilidades dos funcionários. Por outro lado, o capital intelectual se refere à junção do capital interno (processos e sistemas administrativos usados pelas organizações), capital externo (relações com clientes e fornecedores) e ainda o capital humano. 

Portanto, o capital intelectual é algo invisível e intangível, mas que percorre diversos aspectos da empresa, como por exemplo: banco de dados internos, registros de marcas e rede de relacionamento realizada pelos diretores e gestores.

Qual é a origem do termo?

Os estudos sobre o capital humano surgiram por meio de Theodore W. Schultz, ganhador do prêmio Nobel da Economia, em 1979. Schultz publicou um artigo intitulado Investment in Human Capital, na revista American Economic Review, em 1961. 

No artigo, Schultz falava sobre a relação entre as empresas que investem em seus profissionais e o crescimento do Produto Nacional Bruto (PNB).

Além disso, Schultz realizou uma série de estudos e descobriu que as empresas que se preocupavam com o bem estar dos funcionários possuíam uma melhor performance e satisfação por parte dos colaboradores.

Desse modo, por meio de seus estudos, Schultz percebeu que o capital humano poderia ser melhorado por meio da valorização do profissional e do acesso à serviços básicos como saúde, saneamento e educação.

É claro que, com a valorização do capital humano, as empresas são diretamente favorecidas, pois passam a contar com profissionais que colaboram ainda mais com a performance da empresa. 

• Leia também: Gostou de aprender sobre o capital humano? Saiba que o bem estar dos funcionários é um dos itens avaliados por muitos investidores de longo prazo, como Warren Buffett, que averiguam não apenas as ações da empresa, mas também a sua relação com os funcionários. Se você é o tipo de investidor mais consciente, aprenda a fazer a Análise Fundamentalista, o que é? Conceitos, cálculos e como aplicar.

Fontes: Gupy, Etalent, Infoescola