18 de janeiro de 2021 - por Sidemar Castro
Além do nome de uma famosa banda de Brasília, o capital inicial é como chamamos, em finanças, o recurso aplicado pelos sócios de uma empresa para que ela possa começar a funcionar. Esse aporte inicial dos sócios serve tanto para a empresa que ser aberta, quanto para ela funcionar durante alguns meses e começar a dar lucros.
A maneira mais popular de conseguir o montante necessário para a abertura de uma empresa é por meio de financiamentos bancários. Entretanto, essa opção pode ser uma armadilha, dependendo dos juros cobrados e do tempo de pagamento.
Ao se analisar o valor necessário para o capital inicial, é importante considerar todos os gastos que a empresa terá, desde a compra de equipamentos, até o pagamento dos fornecedores. Quer saber mais sobre o assunto? Então, leia a matéria.
O que é capital inicial
O capital inicial é o nome dado a um tipo específico de investimento, que tem como objetivo dar início a um negócio. Usualmente, o capital inicial é visto como um sinônimo do capital social. No entanto, existe uma pequena diferença entre os termos: enquanto o capital inicial pode ser usado para designar inclusive uma atividade econômica do mercado informal, para a configuração do capital social é necessário que ele conste já no contrato social da empresa, isto é, na fase já formalizada do negócio.
Existem várias formas de se angariar o capital inicial. Se há um volume robusto de capital próprio disponível, há também a necessidade de se estudar os melhores tipos de empreendimento para maximizar aquele valor investido. Por outro lado, se o volume disponível é mínimo e, muitas vezes, nem sequer é suficiente para dar o pontapé inicial no estabelecimento, o investidor tem que considerar outras formas de angariar o capital.
Além do dinheiro do próprio fundador do negócio, uma empresa pode ser fundada com o capital de terceiros. Para tanto, existem duas possibilidades mais populares: a realização de um financiamento bancário e a associação com um investidor-anjo.
Tipos de capital inicial
Capital próprio ou autofinanciamento
Este é o dinheiro que o empreendedor investe do próprio bolso no negócio. O capital próprio é obtido a partir da diferença entre tudo o que a empresa possui (ativos) e deve a terceiros (passivo), sendo também conhecido como patrimônio líquido.
O autofinanciamento funciona como uma técnica usada para alavancar projetos e empresas apenas com capital (próprio) do empreendedor ou da empresa, sem depender de investimentos externos ao negócio e nem de financiamentos com instituições financeiras.
Financiamento colaborativo
Também conhecido como crowdfunding, é um mecanismo de financiamento que consiste na contribuição de pequenas quantias de dinheiro por muitas pessoas. O financiamento colaborativo é uma categoria de operação financeira que ocorre diretamente entre pessoas físicas sem a intermediação de uma instituição financeira tradicional.
É um financiamento coletivo, em que um empresário recebe um apoio limitado (em termos financeiros) de vários investidores.
Investidores-anjo
São profissionais mais experientes com conhecimento em finanças e mercado. Além disso, o investidor-anjo deve ser uma pessoa com capital para alavancar uma startup.
Normalmente, são empresários, empreendedores ou executivos que acumularam experiência e capital ao longo de suas trajetórias profissionais, podendo investir uma parte de seu patrimônio e seu conhecimento em novas empresas.
Empréstimos bancários
Um empréstimo bancário é um acordo feito entre o banco e o cliente, onde você pega uma determinada quantia com a promessa de pagar no futuro, acrescido juros e, muitas vezes, em parcelas pré-definidas.
É uma interação entre o banco, que assume o papel de credor, e o de uma pessoa que precisa desse dinheiro, o tomador.
Como calcular o valor necessário para iniciar uma empresa?
Calcular o valor necessário para iniciar uma empresa envolve considerar vários fatores. Aqui estão algumas etapas que você pode seguir:
- Identifique as despesas individuais: Isso pode incluir aluguel do escritório, suprimentos, salários, seguro, marketing e outros custos operacionais.
- Calcule os custos totais dessas despesas: Some todas as despesas identificadas para obter uma estimativa do custo total.
- Categorize suas despesas: Determine quais são custos únicos (como a compra de equipamentos) e quais são recorrentes (como aluguel e salários).
- Inclua todos os custos iniciais: Isso deve incluir gastos na obtenção do CNPJ, valores da aquisição de produtos ou serviços, gastos mensais fixos e impostos, valor direcionado à montagem da infraestrutura, capacitações e treinamentos, investimentos em marketing.
- Estabeleça um prazo para recuperar o valor investido: Isso ajudará você a entender quanto tempo levará para que sua empresa se torne lucrativa.
Esses são apenas alguns passos gerais. O processo exato pode variar dependendo do tipo de negócio que você está iniciando. É sempre uma boa ideia procurar aconselhamento profissional ao iniciar um novo negócio.
Importância do capital inicial
Conseguir reunir um montante robusto o suficiente para começar um negócio é o primeiro passo para tirar uma ideia do papel. Dessa forma, obter uma boa quantia é essencial para que a empresa não comece a funcionar no vermelho. Isso porque, empresas que começam desestruturadas, correm um risco maior de falir.
Portanto, é importante que a quantia reunida seja suficiente não apenas para começar o negócio, como também para sustentar a companhia até ela começar a dar lucro. O tempo necessário até a empresa dar lucros varia de acordo com o negócio, podendo demorar entre alguns poucos meses ou passar de um ano. Logo, é importante que os sócios estejam preparados para isso.
Tipos de empresas
Antes de constituir o capital inicial é preciso considerar o tipo de empresa que será aberta, já que isso impacta no valor necessário para a abertura do negócio.
1. EIRELI
Para os empresários que não querem ter sócios, a opção de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) pode ser uma boa alternativa. Essa opção é particularmente interessante, pois o patrimônio pessoal do empresário permanece separado do patrimônio da empresa. Isso significa que, se a empresa contrair dívidas e falir, o patrimônio do dono permanece intacto.
A abertura de uma EIRELI requer um capital inicial mínimo de 100 salários mínimos. É claro que você pode precisar de menos ou mais do que esse valor para as atividades da sua empresa. Porém, é obrigatório que você possua os 100 salários mínimos como uma forma de garantir que a sua empresa consegue pagar todos os credores.
2. EI
O Empresário Individual (EI) é outra alternativa para as pessoas que desejam empreender sozinhas. O registro de EI pode ser feito com qualquer quantia de capital inicial. No entanto, é importante fazer um plano de negócios e definir o quanto será necessário para o funcionamento da sua empresa.
3. MEI
A opção de Microempreendedor Individual (MEI) pode ser registrada com qualquer valor como capital inicial. Contudo, assim como no caso dos Empreendedores Individuais, vale analisar o segmento da sua empresa e estipular o valor necessário.
Outro detalhe extremamente importante sobre os MEIs é que existe um limite de faturamento da empresa. Sendo assim, o faturamento anual não pode ser superior a R$ 81 mil.
- Leia mais: agora que você sabe o que é o capital inicial, aproveite para conhecer quais são os Tipos de empresa – As 7 modalidades existentes, características e portes
Fontes: Mais Retorno, Dicionário Financeiro, Como Investir, Já Calculei, Economia UOL