Capital intensivo: o que é, como funciona e quais os riscos?

Capital intensivo se refere a uma forma de produção ou negócios que requerem um alto montante de capital para funcionar. Saiba o que é.!

3 de junho de 2024 - por Sidemar Castro


O termo “capital intensivo” se refere a uma forma de produção ou negócios que requer um alto montante de capital para funcionar e realizar suas vendas. Essas empresas necessitam de grandes investimentos iniciais para configurar e operar, o que pode incluir aquisição de equipamentos, infraestrutura, e tecnologia.

Em geral, as indústrias intensivas em capital são caracterizadas pela necessidade de grandes investimentos iniciais, reinvestimento constante e elevados índices de alavancagem.

O que é capital intensivo?

O conceito é aplicado para negócios que demandam grande volume de dinheiro para a sua operação e para realizar suas vendas. Ou seja, são empresas e modelos de atuação “mais caros” que a maioria dos segmentos.

Esses negócios geralmente têm uma alta porcentagem de ativos fixos, como ativo imobilizado (PP&E), e costumam ser marcados por altos níveis de depreciação. Além disso, eles tendem a ter altos níveis de alavancagem operacional, que é a relação entre custos fixos e custos variáveis.

Exemplos de negócios com capital intensivo incluem o setor de aviação, empresas de commodities, como mineradoras e petrolíferas, fabricação de automóveis, produção de petróleo e refino, produção de aço, telecomunicações e setores de transporte.

Os principais riscos para esse tipo de projeto incluem o alto custo para a manutenção da operação em funcionamento e a vulnerabilidade a desacelerações econômicas. Além disso, esses negócios geralmente possuem índices de alavancagem e endividamento elevados.

Como funciona o capital intensivo?

Projetos que exigem capital intensivo possuem algumas características comuns. Primeiro, eles necessitam de um alto poder de investimento por parte dos empresários para manter seus processos ativos. Isso significa que uma grande quantidade de dinheiro é necessária para iniciar e operar esses negócios.

Outro ponto comum é a necessidade constante de reinvestimento em seus ativos, o que é conhecido como CAPEX (Capital Expenditure, ou Despesa de Capital). Essa situação ocorre porque os bens desses negócios tendem a se deteriorar com alguma facilidade, exigindo intervenção financeira constante para manutenção e atualização.

Além disso, as empresas de capital intensivo geralmente têm altos custos de depreciação e alavancagem operacional. A alavancagem operacional é a relação entre custos fixos e custos variáveis. Ou seja, pequenas mudanças nas vendas podem levar a grandes mudanças nos lucros e no retorno do capital investido.

Por fim, é importante notar que esses negócios geralmente possuem índices de alavancagem e endividamento elevados. E isso acontece porque eles precisam de grandes quantidades de dinheiro para operar e, muitas vezes, necessitam recorrer a empréstimos para financiar suas operações.

Quando pode surgir a necessidade de capital intensivo?

A necessidade pode surgir em várias situações. Indústrias que requerem grandes investimentos iniciais, por aexemplo. Setores como siderurgia, mineração, aviação, perfuração de petróleo e indústrias de telecomunicações necessitam de grandes quantidades de dinheiro para configurar e operar. Essas empresas precisam de investimentos significativos em infraestrutura, equipamento e tecnologia para manter suas operações.

As empresas intensivas em capital precisam de grandes investimentos para manter e atualizar seus ativos, como equipamentos e instalações. Isso é especialmente crítico em indústrias que dependem de tecnologia avançada e de alta complexidade, como a aviação e a siderurgia.

As indústrias intensivas em capital têm um custo de entrada alto, o que pode ser um obstáculo para muitos empreendedores. O que é especialmente verdadeiro para setores que requerem grandes investimentos iniciais, como a mineração e a perfuração de petróleo em águas profundas.

Portanto, a necessidade de capital intensivo surge quando as empresas necessitam de grandes investimentos iniciais e constantes reinvestimentos para manter suas operações, especialmente em indústrias que requerem tecnologia avançada e infraestrutura complexa.

Quais os riscos dos projetos que usam capital intensivo?

Os projetos que usam capital intensivo enfrentam vários riscos significativos. Aqui estão alguns exemplos:

  1. Riscos de perda de capital: Empresas que necessitam de grandes investimentos em ativos fixos, como máquinas e equipamentos, correm o risco de perder grandes quantidades de capital se os projetos não forem bem-sucedidos.
  2. Riscos de mudanças no escopo: Mudanças no escopo do projeto após a contratação podem levar a pleitos e aumentos nos custos, gerando riscos financeiros.
  3. Riscos de depreciação: Ativos fixos, como máquinas e equipamentos, sofrem depreciação com o tempo, o que pode aumentar os custos de manutenção e atualização, gerando riscos financeiros.
  4. Riscos climáticos: Atividades que dependem de recursos naturais, como a agricultura, são particularmente suscetíveis a riscos climáticos, como secas, geadas e mudanças nos preços, que podem causar perdas significativas.
  5. Riscos de tecnologia: A necessidade de investimentos significativos em tecnologia, como a indústria de telecomunicações, pode levar a riscos de obsolescência e mudanças nos padrões tecnológicos, afetando a viabilidade dos projetos.
  6. Riscos de mercado: Empresas intensivas em capital podem ser afetadas por mudanças nos preços e na produtividade, o que pode comprometer a sustentabilidade econômica dos negócios.
  7. Riscos de gestão: A gestão inadequada dos projetos pode levar a erros de planejamento, orçamento e execução, aumentando os riscos de perda de capital e de não atingir os objetivos.

Esses riscos precisam ser cuidadosamente avaliados e gerenciados para minimizar os impactos negativos e garantir o sucesso dos projetos que usam capital intensivo.

Capital intensivo vale a pena?

Investir em negócios de capital intensivo pode ser vantajoso, mas também apresenta desafios significativos.

Entre as vantagens, podemos destacar que empresas de capital intensivo podem ter uma barreira de entrada alta, o que pode limitar a concorrência.

Além disso, essas empresas podem ter a capacidade de gerar grandes volumes de produtos ou serviços, o que pode levar a economias de escala.

Por outro lado, entre as desvantagens, o maior problema é a capacidade de gerar lucros que permitam o crescimento com todos os custos envolvidos.

Empresas de capital intensivo geralmente têm alto risco financeiro. Esses negócios podem ser mais vulneráveis a flutuações econômicas e a variações nos preços das commodities. Eles também podem exigir um alto nível de manutenção e reinvestimento, o que pode consumir uma grande parte dos lucros.

Portanto, ao considerar investir em empresas de capital intensivo, é importante fazer uma análise cuidadosa, considerando tanto as potenciais recompensas quanto os riscos associados. É recomendável buscar aconselhamento de um consultor financeiro ou realizar uma pesquisa aprofundada antes de tomar uma decisão de investimento.

Fontes: Como Investir, Mais Retorno, Suno

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