Custo Efetivo Total: o que é, para que serve o CET e como calcular

O Custo Efetivo Total representa todos os encargos, taxas, tributos e despesas que envolvem um empréstimo ou financiamento. Nesse sentido, ele serve para que o cliente saiba exatamente o quanto ele terá que pagar na operação.

Ao saber o quanto irá pagar, o cliente não apenas consegue se planejar financeiramente para arcar com a dívida, mas também pode comparar os encargos de diferentes instituições e escolher a que tiver as melhores condições.

Portanto, ao considerar um empréstimo ou financiamento, o cliente não deve levar em consideração somente a taxa de juros, já que também ocorre a cobrança de tarifa, taxas e tributos nas operações.

O que é Custo Efetivo Total?

O Custo Efetivo Total (CET) é o resultado da soma dos encargos e despesas envolvidas em uma operação de crédito, representado como um percentual anual. Em outras palavras, o CET representa o quanto será pago por um empréstimo solicitado, ao se considerar não apenas os juros do empréstimo mas também os outros custos que podem estar envolvidos.

Sendo assim, o Custo Efetivo Total é extremamente importante para que a pessoa saiba qual é o valor final da dívida que ela está contraindo ao pegar um empréstimo. É comum as pessoas prestarem atenção apenas nas taxas de juros que serão cobradas em um empréstimo.

Cleber toledo

Inclusive, algumas empresas ocultam algumas cobranças, dando ênfase somente na taxa de juros. Entretanto, é fundamental estar atento a todos os valores relacionados ao empréstimo, já que até mesmo as pequenas cobranças podem contribuir para encarecer bastante a operação. 

Como ter acesso ao CET?

O consumidor tem direito de saber qual o Custo Efetivo Total da operação antes de fechar o negócio. Ou seja, você pode solicitar o CET antes de contratar a operação, sem nenhum compromisso. Sendo que para acessar esse documento basta solicitar à instituição financeira que está oferecendo o empréstimo.

Nesse processo será avaliado o valor do empréstimo que você deseja e a sua situação financeira. Depois disso, você terá acesso a uma planilha de cálculo com todos os valores discriminados.

Segundo o Banco Central do Brasil (Bacen), as instituições devem explicar cada detalhe da planilha para garantir que o cliente entendeu todos os custos envolvidos no empréstimo ou financiamento. Além disso, se você realmente pegar um empréstimo com a empresa, a tabela com os valores discriminados deve ser inserida, em destaque, no contrato.

Se uma instituição se recusar a entregar este documento, desconfie da empresa. Isso porque, de acordo com o Bacen, as instituições financeiras possuem a obrigação de informar o Custo Efetivo Total de maneira clara no contrato do empréstimo.

Kabum

O CET é uma obrigação, pois proporciona maior transparência nas operações de crédito e possibilita que o cliente possa comparar as ofertas de créditos de diferentes instituições e se planejar financeiramente para honrar o compromisso assumido.

Enfim, o Custo Efetivo Total deve estar presente também nos informes publicitários das operações que forem destinados à compra ou aquisição de bens e serviços quando uma oferta for divulgada.

Por exemplo, se uma concessionária de automóveis divulgar em um outdoor que está oferecendo determinado modelo de carro em X prestações no valor de Y reais, na propaganda deve constar o CET, a taxa de juros, a entrada exigida para as condições informadas, o valor das parcelas e demais custos.

Custos envolvidos

O CET é composto por diversas tarifas que variam de acordo com a instituição e com o relacionamento entre as partes envolvidas. Por exemplo, algumas empresas podem cobrar taxas de abertura de cadastro enquanto outras não cobram nada.

Apesar das taxas variarem de acordo com as empresas, os juros normalmente representam a maior parte do Custo Efetivo Total. Além dos juros, alguns outros custos que podem ser incluídos no CET são:

Tangerino

• Taxas administrativas em geral: As instituições podem cobrar taxas de manutenção de cadastro e taxas administrativas. Essas cobranças variam de acordo com a política de crédito da empresa.
• Tarifa de Abertura de Cadastro (TAC): Essa taxa pode ou não ser cobrada pela instituição, já que ela não é obrigatória. Contudo, muitos agentes financeiros optam por cobrá-la para cobrir os custos com pesquisas sobre a situação financeira dos clientes.
• Seguros em geral: Algumas instituições cobram seguros como uma maneira de garantir o pagamento caso o titular fique desempregado ou faleça.
• Imposto: O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é uma tributação obrigatória em operações como empréstimos, operações de câmbio, financiamentos e títulos imobiliários.

Para que serve?

O CET contribui com a transparência nas operações de crédito. Isso porque, ele possibilita que o cliente saiba exatamente quais são os encargos relacionados com o empréstimo. Dessa forma, fica mais fácil para que o cliente possa comparar as condições de instituições diferentes e optar por aquela com as maiores vantagens.

Essa comparação fica bem clara, pois é considerado o custo total e não apenas a taxa de juros. Nesse sentido, se o banco X  oferece uma taxa de 5% e o banco Y oferece uma taxa de 4%, não significa que o banco Y seja mais vantajoso, já que ele pode ter encargos maiores.

Jefferson de almeida

Portanto, ao saber o CET, o cliente consegue analisar todos os custos da transação e decidir se realmente deseja fechar o negócio.

Logo, o CET é muito importante para que o cliente tenha maior clareza sobre a operação que está sendo realizada e não tenha surpresas desagradáveis depois que assinar o contrato. Nesse sentido, o Custo Efetivo Total contribui também para que o cliente possa se planejar financeiramente e se organizar para pagar o empréstimo.

Cálculos do Custo Efetivo Total

Além de informar quais são os encargos envolvidos na operação de crédito, as instituições precisam informar também o cálculo realizado para chegar ao CET. Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN) a fórmula oficial do CET é:

Vangardi

Sendo que o N é o prazo do contrato, contado em dias corridos. O J é o intervalo entre o desembolso inicial e a data do pagamento das quantias periódicas. O Dj é a data de pagamento e o FCj são os custos cobrados. O D0 é a data de liberação de crédito pela instituição e FC0 é o valor do crédito, sem considerar as despesas.

Apesar da fórmula ser meio assustadora, o fato é que o CET é basicamente o resultado da soma das taxas de juros, tributos, tarifas, gravames, IOF, registros, seguros e demais despesas envolvendo o empréstimo ou financiamento.

E aí, gostou de aprender o que é Custo Efetivo Total? Então aprenda também como Calcular taxa de juros: passo a passo e dicas para não errar

Fontes: Serasa, Creditas e Paraná banco

Imagens: Vangardi, Ivo barboza, Cleber toledo, Kabum, Tangerino e Jefferson de almeida