26 de dezembro de 2022 - por Jaíne Jehniffer
O efeito bumerangue é um tipo de viés cognitivo, onde a pessoa faz uma ação contrária a mensagem persuasiva com a qual se deparou.
Isso porque, ao se deparar com a mensagem persuasiva, a pessoa sente que a sua liberdade está sendo confrontada, logo, ela age de forma contrária.
Desse modo, mensagens muito fortes podem não surtir efeito ou causar o efeito reverso. As mensagens públicas são um bom exemplo disso.
Por exemplo, você já deve ter se deparado com placas de “não pise na grama”. Muitas pessoas ao se depararem com essa placa, pisam na grama de propósito.
Pode até parecer que o efeito bumerangue não causa muitos prejuízos. Mas o emissor da mensagem persuasiva pode se sentir prejudicado quando a sua mensagem é ignorada.
No caso das placas de “não pise na grama”, o jardineiro pode achar ruim que as pessoas pisem propositalmente na grama que ele teve tanto trabalho para cuidar, por exemplo.
Como o efeito bumerangue funciona?
O efeito bumerangue funciona como um viés cognitivo, onde a pessoa tende a tomar atitudes contrárias a mensagem persuasiva com a qual se deparou.
Ou seja, guiada por este viés, a pessoa tende a fazer o contrário do solicitado na mensagem persuasiva. Isso ocorre pois a pessoa sente que a sua liberdade de escolha está sendo desafiada.
Dessa forma, a pessoa ativa o seu mecanismo de luta, resistindo ao que foi solicitado na mensagem.
Da mesma forma que o efeito backfire, o efeito bumerangue é tido como uma faceta do viés de confirmação.
Em resumo, o viés de confirmação é um processo mental onde a pessoa busca, interpreta e recorda apenas de informações que confirmem as suas crenças e opiniões.
Por outro lado, no efeito backfire a pessoa busca manter seu sistema de crenças intacto ao ignorar ou manipular qualquer evidência que seja contrária ao seu ponto de vista.
Por fim, no efeito bumerangue a imposição da mensagem do emissor funciona como um gatilho para luta ou fuga. Sendo assim, a pessoa toma a atitude de luta, fazendo o contrário do que a mensagem diz.
Exemplos do efeito bumerangue
Existem muitos exemplos de mensagens que surtiram o efeito contrário ao desejado pelo emissor.
Inclusive, as empresas de comunicação já sabem que as pessoas respondem melhor a uma frase de pedido ao invés de uma frase de imposição.
Por exemplo, se a mensagem for “por favor, não pise na grama”, o resultado é mais positivo do que “proibido pisar na grama”.
Ao se deparar com um pedido, o mecanismo de luta da pessoa não é ativado como ocorre com a imposição de que a pessoa não pode fazer algo.
Na prática, a receptividade para um pedido é muito maior do que para uma imposição. Isso porque, no pedido a pessoa sente que tem a escolha de fazer ou não o que a mensagem diz.
Ter isso em mente é essencial para quando você quiser convencer uma pessoa a fazer algo.
Se você fizer um pedido, as chances de você conseguir a colaboração da pessoa são bem maiores, já que você não ativa o efeito bumerangue.
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Fontes: The cap e Mais retorno.