2 de dezembro de 2022 - por Jaíne Jehniffer
A falácia da conjunção é um tipo de viés cognitivo. Com ele, a pessoa julga a conjunção de dois eventos como sendo mais provável do que qualquer um dos eventos constituintes.
Ou seja, é a tendência mental de julgar que a probabilidade de um evento ocorrer é menor quando ele é comparado com outro, enquanto a probabilidade dos dois eventos juntos (isto é, em conjunção) é maior.
Sendo assim, a pessoa tende a acreditar que condições mais específicas são mais prováveis do que condições gerais.
Sendo que este viés cognitivo é resultado do pensamento de que as escolhas são alternativas, ao invés de fazerem parte de um mesmo conjunto.
Como a falácia da conjunção funciona?
A falácia da conjunção funciona como um viés cognitivo que induz a erros de julgamento.
Sendo assim, guiada por este viés a pessoa tende a acreditar que condições mais específicas são mais prováveis do que condições gerais.
Tversky e Kahneman foram os pioneiros no estudo deste viés. Desse modo, foram eles que desenvolveram e explicaram o funcionamento desse viés.
De acordo com Tversky e Kahneman, muitas pessoas caem neste viés, pois usam um procedimento heurístico chamado representatividade para fazer esse tipo de julgamento.
Além disso, Kahneman argumentou que a falácia da conjunção é um tipo de negligência da extensão.
Não é atoa que a falácia da conjunção é conhecida como viés da história bem contada. Isso porque, é justamente a sua riqueza de detalhes que manipula o nosso julgamento.
Exemplo da falácia da conjunção
O exemplo mais conhecido da falácia da conjunção é Tversky e Kahneman, onde propuseram a seguinte situação: Linda tem 31 anos, é solteira, falante e muito inteligente.
Além disso, ela é formada em filosofia e quando era estudante, se preocupou profundamente com questões de discriminação e justiça social, e participou de manifestações antinucleares.
Com base nessas informações, o mais provável é que:
A) Linda é uma caixa de banco
B) Linda é caixa de banco e ativa no movimento feminista
Com base na nas leis da teoria da probabilidade clássica, o mais provável é a opção A). Entretanto, a opção B) parece mais razoável, concorda?
De fato, nos experimentos realizados, muitas pessoas escolheram a opção B).
Por fim, vale destacar que Gerd Gigerenzer e Ralph Hertwig criticaram o problema de Linda, por causa da formulação e do enquadramento.
Como a falácia da conjunção pode afetar a sua vida?
A falácia da conjunção pode parecer inofensiva à primeira vista. No entanto, assim como os demais vieses cognitivos, ela induz a erros de julgamento.
Sendo assim, guiado por este viés você pode tomar decisões erradas, com base em uma lógica que não corresponde à realidade.
Portanto, guiado por este viés você pode julgar um investimento X ou Y como mais ou menos provável.
É questão de estabelecer a probabilidade de ser bem-sucedido investindo em um negócio próprio ou investindo em um negócio próprio de pizzas, por exemplo.
Neste exemplo, seu cérebro está mais inclinado a acreditar que as chances de sucesso são maiores no negócio próprio de pizzas, por causa da falácia da conjunção.
LEIA MAIS
Ilusão de agrupamento: o que é, como funciona e efeitos
Efeito holofote: aprenda o que é e como funciona!
Viés da autoconveniência: o que é, como funciona e seus efeitos
O que são os efeitos placebo e nocebo?
Efeito de enquadramento: saiba o que é e como te afeta
Efeito backfire: descubra o que é e como funciona
Viés do otimismo: entenda o que é, como surge e seus efeitos
Efeito de ambiguidade: o que é e como funciona esse viés?
Efeito IKEA: o que é e como afeta as suas finanças?
Fontes: Mais retorno e The cap.