Fundo mútuo de privatização: veja o que é e como funciona

21 de dezembro de 2022, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 4 min, 42 seg


O Fundo mútuo de privatização (FMP) é um tipo de fundo de investimento em ações de empresas estatais em processo de desestatização ou capitalização.

Sendo que os aportes nesse tipo de fundo são feitos com recursos do FGTS. Desse modo, os trabalhadores têm acesso ao mercado acionário de forma indireta. 

Vale destacar que os FMPs são diferentes dos fundos de ações disponíveis na bolsa. Isso porque, os FMPs recebem apenas recursos no período da oferta pública, depois disso, eles fecham para novos investimentos.

Enfim, qualquer trabalhador com saldo no FGTS pode investir. Sendo que o aporte mínimo é de R$ 200, e o máximo equivale a 50% do total disponível na conta vinculada.

Como funciona o fundo mútuo de privatização?

O fundo mútuo de privatização funciona de forma similar aos fundos de ações. Contudo, eles têm algumas particularidades.

Por exemplo, eles são compostos por ações de apenas uma empresa. Isso significa que o risco é concentrado em apenas um tipo de ativo.

Isso ocorre porque pelo menos 90% do patrimônio do fundo deve ser aplicado em ações de companhias com participação estatal em processo de capitalização ou desestatização.

Desse modo, o gestor não consegue diversificar tanto quanto ocorre em um fundo de ações, que investe nos papéis de várias empresas, proporcionando diversificação.

Como o FMP faz parte da renda variável, o seu desempenho varia de acordo com as oscilações das ações da empresa na bolsa de valores.

Outro detalhe importante, é que quem investe o FGTS em um FMP, só pode resgatar o dinheiro depois de um ano.

É possível resgatar os valores antes do prazo de um ano apenas em hipóteses que possibilitam o saque do FGTS como, por exemplo, demissão sem justa causa, falência do empregador, aposentadoria e etc.

É possível ainda migrar os montantes de um FMP para outro, sendo que o prazo é de seis meses. Além disso, os recursos resgatados não vão para o investidor. Na verdade, o dinheiro volta para o FGTS.

É possível investir em mais de um fundo mútuo de privatização?

Depende. No caso do FMP da Eletrobras não é possível. Neste caso, se você já tiver recursos alocados em outro FMP, é possível solicitar a migração dos recursos para a FMP da Eletrobras.

Sendo assim, você pode migrar recursos alocados nos FMPs da Petrobras e da Vale, por exemplo, para o FMP da Eletrobras.

Quem pode investir?

Qualquer trabalhador com saldo no FGTS pode investir em um FMP. No entanto, é preciso que o FGTS tenha o valor mínimo exigido pelo FMP.

Por exemplo, o FMP da Eletrobras exige uma aplicação mínima de R$200,00.

Sendo que você pode investir no máximo 50% do valor que você tem no FGTS. Ou seja, você também pode optar por investir uma quantia menor.

Quais são as vantagens e desvantagens dos fundos mútuos de privatização?

A vantagem dos fundos mútuos de privatização é que você pode se beneficiar das variações de preços das ações que compõem o fundo.

No entanto, vale lembrar que as ações passam por oscilações de preços, o que significa que o retorno não é garantido. Sendo assim, como existe um certo nível de risco, é preciso levar em conta o seu perfil de investidor.

Além disso, esses fundos não proporcionam muita diversificação, já que são fundos monoação.

É preciso levar em conta ainda o prazo de aplicação. Isso porque, após investir em FMP, você só pode resgatar os recursos depois do prazo de 1 ano.

Como investir nesse tipo de fundo?

Para investir em um fundo mútuo de privatização, você deve acessar o aplicativo do FGTS para dispositivos móveis e clicar em “Autorizar bancos a consultarem seu FGTS”.

Posteriormente, selecione a opção “Aplicação nos fundos mútuos de privatização FGTS”. O próximo passo é escolher o FMP que você irá investir e clicar em “Continuar”.

Leia o termo de “Autorização para consulta às informações do FGTS”, e clique em “Continuar”. Por fim, escolha a instituição financeira “Administradora” e clique em “Confirmar seleção”.

Depois de fazer essa autorização, você deve fazer a reserva em si, no site ou aplicativo do banco ou corretora escolhida.

Lembrando que os fundos têm valores mínimos de aplicação e prazos para que os investidores entrem.

Além disso, se você não tiver o valor necessário no FGTS para participar do fundo, você pode comprar ações diretamente, mas neste caso, o valor mínimo de aplicação costuma ser bem mais alto.

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Fontes: Xpi, Infomoney e Btg pactual.