Horizontalização: o que é e como funciona?

A horizontalização é usada por empresas que dirigem sua atenção no desenvolvimento do produto foco. Saiba mais lendo essa matéria.

29 de outubro de 2020 - por Jaíne Jehniffer


A horizontalização é usada por empresas que preferem dirigir sua atenção totalmente para o desenvolvimento do produto que é o foco da companhia. Isso significa que o negócio conta com empresas parceiras que vão contribuir com o processo produtivo da empresa. 

Outro modelo possível é a verticalização. Nesse modelo, a empresa é responsável por produzir todos os insumos que farão parte do produto final vendido pela companhia. Ambos os modelos apresentam vantagens e desvantagens. Portanto, a escolha do melhor modelo vai depender dos objetivos do negócio.

O que é horizontalização?

A horizontalização é uma estratégia empresarial que pode contribuir com o planejamento financeiro das empresas. Ela é usada por empresas que preferem dirigir sua atenção totalmente para o desenvolvimento do produto foco da companhia. Isso significa que o negócio conta com empresas parceiras que vão contribuir com o processo produtivo da empresa.

Na prática, o que acontece é que uma empresa com modelo horizontal adquire insumos de empresas parceiras. Ou seja, ela pode focar na produção do seu produto principal, já que não precisa realizar a produção de todos os insumos que farão parte do seu produto final.

Um detalhe importante é que, apesar de procurar terceirizar o máximo possível a produção de itens que fazem parte do produto final, as empresas geralmente não terceirizam os processos fundamentais. Isso porque existe a preocupação de detenção tecnológica, qualidade dos produtos e a responsabilidade final em cima deles.

Por fim, existe ainda o modelo horizontal na gestão empresarial. Esse modelo tem por premissa principal a maior flexibilização da empresa por meio da maior liberdade de tomada de decisão dos funcionários.

Por que o modelo horizontal está ganhando espaço

Até o século passado, o modelo predominante era o vertical. Com o tempo e algumas crises, percebeu-se que manter determinados serviços custava muito caro para as empresas. Dessa forma, as empresas foram, aos poucos, terceirizando alguns serviços. 

Conforme os benefícios de terceirizar os serviços foram sendo notados, as empresas observaram que assim elas podiam focar em seu produto central. Consequentemente, com a horizontalização, as companhias passaram a possuir maior potencial competitivo e flexibilidade.

Verticalização

A verticalização é um modelo no qual as empresas procuram produzir internamente todos os materiais necessários para o seu produto final. Em outras palavras, esse é um tipo de modelo em que a companhia faz tudo. Esse foi um modelo predominante no início do século XX, quando as grandes empresas tentavam produzir todos os itens necessários para os produtos finais.

As empresas optavam por esse modelo como uma forma de manter o controle sobre as tecnologias de processo, negócios e produtos. Existe ainda a vantagem da independência, aumento dos lucros e o domínio da produção com o uso de tecnologia própria.

Entretanto, tantas atividades sendo desenvolvidas ao mesmo tempo em uma única empresa, resulta em vários problemas gerenciais devido ao aumento do porte da companhia. Sendo assim, algumas desvantagens são: investimento frequente, necessidade de uma estrutura maior e falta de foco.

Além disso, o desenvolvimento de atividades que não estão diretamente relacionadas com o negócio principal resulta em desvantagens como por exemplo, o aumento do custo de produção e a perda da eficiência. Nesse sentido, a horizontalização se tornou uma alternativa para a manutenção da competitividade entre as empresas.

Horizontalização versus verticalização

Tanto a horizontalização quanto a verticalização são modelos de produção que as empresas podem adotar. No entanto, os dois são modelos opostos. Isso porque, na verticalização, a empresa produz todos os insumos necessários para a produção do produto final do negócio. 

Na prática, significa que, se uma empresa no modelo verticalizado vendesse tênis, ela também teria que produzir a sola do tênis, o tecido e até mesmo a cola usada para grudar a sola com a parte superior do tênis. 

Portanto, no modelo verticalizado a empresa é mais independente. No entanto, os riscos operacionais e o investimento para o funcionamento da empresa é maior. Em contrapartida, no modelo horizontal, a empresa adquire os insumos necessários de terceiros, não possuindo a necessidade de produzir tudo.

Na horizontalização, a empresa consegue ainda, reduzir despesas mais rapidamente, pois basta comprar menos de terceiros. Ao passo em que, se a empresa produz tudo, o corte de gastos é mais difícil de ser realizado. Justamente por essa facilidade de redução de custos, a horizontalização vem ganhando espaço entre as empresas. 

Qual é melhor?

A escolha do melhor modelo depende do produto, dos objetivos da empresa em relação aos lucros, ao crescimento e da capacidade de inovar do negócio. Por isso, é impossível dizer qual dos dois modelos será ideal para o seu negócio.

Contudo, de maneira geral, a verticalização vem perdendo espaço entre as empresas, já que esse modelo possui um maior risco operacional e exige maior investimento. Além disso, caso a demanda sofra uma queda e seja preciso reduzir a oferta, é mais rápido diminuir o custo variável do que o custo fixo.

Em outras palavras, quando a empresa é muito verticalizada e ela precisa reduzir a produção, o processo ocorre em toda a cadeia, o que impacta no lucro líquido do negócio. Por outro lado, quando a empresa é horizontalizada, basta comprar menos de terceiros e não ocorre um impacto tão custoso na empresa.

Vantagens e desvantagens

Uma das principais vantagens do modelo horizontal se refere à facilidade em reduzir os custos quando necessário. Afinal, como a empresa adquire os produtos de terceiros, basta diminuir o volume adquirido para reduzir gastos. Outra vantagem está na flexibilidade da definição dos volumes de produção.

Existe ainda a vantagem de que a empresa pode focar em seu produto central, sem a necessidade da produção de diversos outros produtos. Sendo que, a manutenção da produção de outros produtos pode representar um custo bastante elevado. Por essas vantagens é que o uso da horizontalização vem crescendo cada dia mais.

Por outro lado, como desvantagem, podemos destacar a restrição do controle tecnológico. Isso porque, como o modelo horizontal é responsável apenas pelo produto central, o seu poder tecnológico se restringe à ele. Por fim, temos ainda a desvantagem do excesso de dependência de terceiros. 

Gestão horizontal

Já na gestão empresarial, o modelo horizontal se refere à realização de processos independentes em que os departamentos e as pessoas possuem maior autonomia. O outro modelo de gestão mais usado é a gestão hierarquizada. Nesse modelo, as decisões são tomadas pelo superiores e impostas de cima para baixo.

Ou seja, no modelo hierarquizado as pessoas não possuem nenhuma autonomia. No modelo horizontal, a principal diferença é que, apesar de ainda existirem líderes, as pessoas possuem mais autonomia em suas decisões. O que na prática significa maior flexibilidade da empresa. 

Portanto, no modelo horizontal, as pessoas ainda possuem metas e projetos, mas o jeito de realizar pode ser personalizado seguindo as competências de cada um. Dessa maneira, os líderes dos projetos não são sempre os mesmos, eles podem variar dependendo das competências e dos projetos.

No modelo hierárquico, alguns funcionários, como os estagiários, são vistos como a base da pirâmide. Já no modelo horizontal, o estagiário pode até mesmo ser o líder em um projeto. Outro detalhe importante é que, antes, o funcionário que almejava crescer dentro da empresa precisava escalar uma hierarquia.

Porém, com o modelo horizontal, as métricas para crescimento são diferentes. Desse modo, para crescer, os funcionários precisam de proatividade, motivação, trabalho em equipe e independência nas tomadas de decisão.

Enfim, o modelo horizontal está aos poucos ganhando a adesão das empresas e pode ser uma tendência para o futuro mercado de trabalho.

Fontes: Ibc coaching, Cio, Suno, Unicamp e Administradores

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