Ilusão de superioridade: aprenda o que é e como funciona

A ilusão de superioridade faz com que a pessoa julgue que tem habilidade e conhecimento superiores às outras pessoas.

15 de agosto de 2022 - por Jaíne Jehniffer


A ilusão de superioridade, ou Illusory Superiority, é um tipo de viés cognitivo. Em resumo, a ilusão de superioridade faz com que a pessoa julgue que tem habilidade e conhecimento superiores às outras pessoas.

Por exemplo, é este viés que faz com que você acredite que todos os motoristas da sua cidade são ruins e mal-educados, exceto você.

Outro exemplo é acreditar que você tem um ótimo gosto musical e que todas as pessoas ao seu redor é que gostam de músicas estranhas e de mal gosto.

Pode parecer arrogância, mas admita: você se considera melhor do que os outros em várias coisas!

Você pode não admitir isso nem para si mesmo, mas o fato é que, em várias situações do dia a dia, você acredita ser melhor do que outras pessoas.

Para lidar com este viés cognitivo, você precisa estabelecer um limite para a sua própria visão.

Sendo assim, é preciso analisar se a sua opinião está correta ou se está sendo guiada por um viés, antes de tomar decisões importantes.

Enfim, David Dunning foi um dos psicólogos que deu o nome a essa “superioridade ilusória”. Isso por meio de um estudo publicado em 1999.

De acordo com Dunning “os que mais tendem a ter melhor ideia sobre si mesmos são, exatamente, os menos capacitados: quanto menos sabemos sobre um tema, mais tendemos a achar que sabemos o suficiente”.

Em contrapartida, “os especialistas tendem a subvalorizar ligeiramente as suas aptidões”.

Por que é considerada um viés cognitivo?

A ilusão de superioridade é considerada uma viés cognitivo pois o seu julgamento sobre suas próprias habilidades e conhecimentos pode estar equivocado.

Por exemplo, você pode achar que você é o melhor motorista que existe na sua cidade. Mas é provável que você dirija tão mal quanto a maioria das outras pessoas.

Vale destacar que os vieses cognitivos são caracterizados pelos paralogismos. Ou seja, são mentiras que parecem verdade. Isso ocorre pois essas mentiras têm uma aparência lógica.

Por exemplo, você pode julgar um motorista como barbeiro com base em um único erro que você presenciou ele cometer no trânsito.

No entanto, como você está ao seu lado o tempo todo, se você cometer um único erro, você tem uma grande quantidade de memórias de acertos para confortar esse erro.

Logo, você se considera um ótimo motorista, ao passo em que os outros são péssimos. Na sua cabeça, essa lógica faz total sentido. Mas isso nem sempre corresponde à realidade.

Consequências

As consequências da ilusão de superioridade podem ser graves ou mais leves. Isso vai depender do limite que cada pessoa estabelece para si mesmo sobre as opiniões pautadas por este viés.

Por exemplo, guiado por este viés uma pessoa pode acreditar que entende muito sobre investimentos.

Com isso, ela opta por ignorar as opiniões de especialistas, pois acredita que tem um conhecimento de investimentos maior do que os outros.

Logo, ela decide investir sem planejamento financeiro e sem a análise prévia dos riscos. Neste exemplo, a pessoa pode ter grandes prejuízos financeiros.

Sendo assim, essa pessoa pode prejudicar não apenas a si mesma, quanto a sua família, por exemplo. Isso porque ela perdeu a dimensão da realidade.

Ilusão de superioridade e indução

A ilusão de superioridade é resultado da comparação entre características, qualidades, escolhas, opiniões e capacidades entre uma pessoa e as demais.

Sendo que esse processo, no qual uma pessoa acredita ser superior às demais é, muitas vezes, resultado de uma comparação pontual que é elevada à total generalização.

Portanto, a pessoa que tem uma ilusão de superioridade, muitas vezes toma como base uma situação em particular e desenvolve uma conclusão generalizada sobre o item em específico. Esse processo é a indução.

Em síntese, a indução é um processo que resulta em uma conclusão não baseada em premissas lógicas e racionais.

O contrário da indução é a dedução, que tem como base elementos racionais. Um exemplo disso é a matemática.

Diferentemente da indução, que não possui conclusão baseada em elementos racionais, a dedução oferece conclusões que estão baseadas em elementos racionais.

Cultura

Muitos experimentos e estudos têm como foco a relação entre a ilusão de superioridade e os elementos culturais. Sendo assim, muitos estudos visam entender como este viés se manifesta.

Além disso, os estudos analisam quando o viés se manifesta, com que frequência, em quais situações recorrentes, a faixa etária mais afetada e se existe uma diferença na manifestação de acordo com a idade e etc.

Ao que parece, existem culturas e sociedades em que mais pessoas têm uma perspectiva de superioridade ilusória sobre si mesmos. Já em em outras culturas e sociedades esse fenômeno é muito menor.

Inclusive, em algumas culturas e sociedades, existem pessoas com uma maior ilusão de inferioridade, que é o contrário da ilusão de superioridade.

Como lidar com esse viés?

Todos nós somos tomados pela ilusão de superioridade em algum momento da nossa vida. O segredo é aprender a estabelecer limites da nossa própria visão.

Ou seja, antes de tomar decisões, analise se você está sendo guiado por um viés cognitivo ou se o seu julgamento está correto.

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Fontes: Mais retorno, The cap, G1 e Algarve primeiro.

Bibliografia:

Fernandes, Fátima. Saiba como lidar com a “superioridade ilusória”. Algarve primeiro. Acesso em 12 de agosto de 2022.

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