14 de julho de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Os juros futuros são uma estimativa do mercado para o valor dos juros em um período futuro e eles atuam em títulos com vencimento para o longo prazo. Como existem prazos de vencimento variados, eles funcionam como uma previsibilidade da direção dos juros em momentos diferentes da economia.
Sendo que a tendência é que eles sejam mais altos do que as taxas de juros atuais como o CDI e a taxa Selic. Isso ocorre, pois as pessoas que aplicam em títulos futuros possuem um nível de incerteza maior.
Alguns cenários que podem causar aumento das incertezas são as crises políticas e econômicas. Desse modo, a lógica é que quanto maior for o risco, maior deve ser a recompensa para que esses títulos sejam atraentes para os investidores.
O que são juros futuros?
Os juros futuros são a estimativa da taxa de juros para determinado período no futuro. Ou seja, trata-se de uma projeção que serve como previsão da taxa de juros no futuro. Nesse sentido, a taxa de juros futuros têm o intuito de antever a taxa de juros do futuro.
Essa previsão é criada pelos agentes econômicos tendo como base os fatores que mais impactam a Taxa Selic. Alguns fatores são a inflação, crises políticas e investidores externos. Também é considerado a oferta e demanda nos investimentos, crises econômicas internas e a dívida pública.
A política fiscal e monetária, câmbio, balança comercial e o Produto Interno Bruto (PIB), também são considerados. Enfim, tendo como base esses dados é feita a projeção de como a taxa de juros estará no cenário futuro, que pode ser daqui a alguns meses ou anos.
Por exemplo, se está previsto um cenário de inflação alta daqui a três anos, então a lógica é que os juros também sejam elevados. Logo, os contratos de juros futuros terão uma taxa de juros maior do que a taxa de juros atual. Sendo que, a taxa de juros futuros é usada em diversas situações como, por exemplo, nos Depósitos Interfinanceiros e nos contratos futuros.
No entanto, ela não é usada apenas no mercado futuro, já que ela influencia o mercado presente. É importante notar que os juros futuros sofrem alterações com as instabilidades atuais, portanto, eles não são apenas uma simples projeção.
Como funciona?
A taxa de juros futuros funciona como uma maneira de prevenir as adversidades, diluir os riscos e se preparar para as oscilações do mercado. Em outras palavras, eles funcionam como uma espécie de hedge, isto é, de proteção contra as constantes oscilações do mercado financeiro.
Isso ocorre, pois, ao determinar qual será a taxa de juros em vários prazos futuros, os juros futuros proporcionam uma certa segurança para o mercado e contribuem com a estabilidade e proteção dos investidores. Além disso, ele é usado como base para a direção que a taxa Selic irá tomar.
Dessa forma, as empresas e investidores estão sempre de olho nos juros futuros para vislumbrar o que irá acontecer no mercado e para planejar seus investimentos. Em alguns tipos de negociações específicas, como os contratos futuros, é fundamental acompanhar essa taxa.
Em síntese, as pessoas que negociam contratos baseados nos juros futuros interpretam que a taxa de juros x irá se tornar y daqui a determinado período, logo, elas apostam na alta ou na baixa e se suas previsões se concretizarem, elas podem lucrar.
Juros futuros versus taxa Selic
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Isso significa que ela é o indicador econômico mais importante do Brasil e influencia as demais taxas de juros praticadas no mercado. Ela é estabelecida pelo Comitê de Políticas Monetária (COPOM) a cada 45 dias.
A taxa Selic é usada em algumas aplicações de renda fixa e está diretamente relacionada com o CDI. O CDI por sua vez, é a média das taxas de juros praticadas nos empréstimos interbancários e seu valor está sempre bem próximo da taxa Selic.
Uma grande diferença entre a taxa Selic e os juros futuros, é que a Selic é uma taxa de juros presente. Apesar de serem diferentes, a tendência é que quanto menos conturbado for o cenário político e econômico nacional, mais parecidas serão as duas taxas.
Por outro lado, em momentos de grande conturbação do cenário político e econômico, a tendência é que a taxa de juros futuros fique bem diferente da taxa Selic. O tempo também é determinante na proximidade ou distância entre as duas taxas. Isso porque, as taxas de juros com vencimento mais próximos da atual taxa Selic, são mais parecidas com ela.
Oscilações
Tanto a taxa Selic quanto o CDI são utilizadas em períodos anuais. Sendo assim, um contrato com vencimento para 2030 não pode usar essas taxas como base e são grandes as incertezas nesse tipo de contrato. Dessa maneira, o investidor deve ser remunerado com uma taxa acima da Selic.
Isso significa que a taxa de juros futuros é maior que as taxas anuais. Contudo, a curva dos juros oscila bastante. Nesse sentido, para que o investidor aceite o contrato, ele exige um prêmio mais alto, já que as incertezas e riscos são altos.
Isso faz com que os juros futuros sejam elevados sempre que ocorre alguma instabilidade econômica ou crise política. Sendo que essa taxa também sofre influência da oferta e demanda. Por exemplo, existem muitos investidores estrangeiros com títulos públicos de longo prazo no Brasil.
Quando uma crise política ocorre, o nível de incerteza econômica cresce, o que faz com que os investidores estrangeiros prefiram retirar o capital aplicado no Brasil.
Nesse cenário de alto nível de incerteza, é necessário aumentar a remuneração dos títulos para que os investidores estrangeiros sejam atraídos novamente. Isso significa que sempre que ocorre uma instabilidade ou crise, os juros futuros sobem para compensar o risco e atrair investidores.
Os juros futuros e as aplicações
Os juros futuros influenciam diversos aspectos da vida dos brasileiros, tais como: os rendimentos das aplicações de renda fixa, aquecimento da economia presente e geração de empregos e por fim, a facilidade ou dificuldade de pegar empréstimos.
Os contratos de juros futuros prefixados e pós-fixados são diretamente influenciados, já que a negociação desses contratos tem como base justamente os juros futuros. Além disso, essa influência pode ser percebida também nos títulos do tesouro direto.
Isso porque, quando os juros futuros passam por alta, o Tesouro precisa oferecer um retorno mais alto. Apesar dessa alta ser vantajosa para os investidores, ela é desvantajosa para a dívida pública que cresce ainda mais.
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Fontes: Certifiquei, The cap, Mais retorno e Suno
Imagens: Uol, Empreender dinheiro, Valor investe, Uol, Niko guru e Azulis