Liquidez financeira: o que é, sua relevância e como usar ao seu favor

28 de março de 2022 - por Jaíne Jehniffer


A liquidez financeira está relacionada com a facilidade com que você consegue resgatar o dinheiro aplicado em um ativo. Nesse sentido, um ativo pode ter alta ou baixa liquidez.

O que é liquidez financeira

A liquidez financeira é a capacidade de converter uma aplicação em dinheiro. Sendo assim, os investimentos podem ter alta ou baixa liquidez:

1- Alta liquidez. São as aplicações que podem ser resgatadas de forma rápida e fácil. Por exemplo, o Tesouro Selic tem alta liquidez. Isso porque você pode resgatar quando quiser; não precisa esperar pelo vencimento.

2- Baixa liquidez. São os investimentos que não podem ser resgatados antes do vencimento. Esses ativos são marcados pelo risco de liquidez.

Em resumo, este risco de liquidez é o risco do investidor não conseguir resgatar a aplicação de forma antecipada ou quando o resgate resulta em perdas.

Importância da liquidez financeira

O nível de importância da liquidez financeira vai variar de acordo com os seus objetivos.

1- Curto prazo

Se você tem objetivos de curto prazo, ou pode precisar do dinheiro investido a qualquer momento, a alta liquidez é importante.

Por exemplo, se você quer investir a sua reserva de emergência, é essencial que seja em ativos de alta liquidez. De preferência, ativos com liquidez diária.

Isso porque a reserva de emergência é um dinheiro que deve ser usado em casos de imprevistos. Logo, ele deve estar em um local de fácil acesso.

As empresas também costumam ter um saldo aplicado em ativos com liquidez diária. Neste caso, esse dinheiro costuma ser reservado para pagamentos diários e possíveis emergências.

Por fim, é possível manter aplicações em ativos com alta liquidez para aproveitar oportunidades que surgirem no mercado financeiro. Enfim, algumas opções de alta liquidez são:

  1. Títulos públicos;
  2. Fundos DI;
  3. Poupança.

Vale destacar que a poupança tem liquidez imediata. Ou seja, você pode usar o dinheiro na hora que desejar. Mas o retorno não é muito bom. Já os títulos públicos e os fundos DI proporcionam um retorno bem melhor.

2- Longo prazo

Se você for aplicar com foco no longo prazo, você não precisa escolher ativos com alta liquidez. Como eu disse, o fato de ter baixa liquidez é considerado como um risco de liquidez.

Isso faz com que os ativos com prazo de vencimento mais longo costumem oferecer um retorno maior, já que existe o risco de liquidez.

Portanto, se você não vai precisar do dinheiro tão cedo, pode ser uma boa aproveitar para aplicar em ativos com baixa liquidez e aproveitar o retorno.

Contudo, existem ativos com baixa liquidez que, mesmo com foco no longo prazo, você deve ficar atento. Um exemplo disso são os imóveis. Os imóveis além de terem uma liquidez muito baixa, ainda contam com muita burocracia.

Uma boa solução é investir em ativos com boa liquidez, mas com foco no longo prazo como, por exemplo, em ações e FIIs. Neste caso, você tem a vantagem dos juros compostos.

Quanto maior o tempo que um dinheiro fica aplicado, maior é a curva dos juros compostos. Desse modo, se você vai investir para o longo prazo, você pode aproveitar da mágica dos juros compostos.

Como usar a liquidez financeira a seu favor

Para usar a liquidez financeira a seu favor, siga os passos abaixo:

1- Crie uma reserva de emergência

Ter uma reserva de emergência é essencial. Inclusive, a dica é que você crie uma reserva antes mesmo de começar a investir com foco na construção do seu patrimônio.

Ao montar a sua reserva, coloque o dinheiro em ativos com alta liquidez. Afinal de contas, você pode precisar do dinheiro a qualquer momento.

Muitas pessoas optam por colocar o dinheiro da reserva em ativos como o tesouro direto. Mas vale lembrar que ele tem um pequeno prazo para que o dinheiro esteja na sua conta. Se o imprevisto for urgente, você pode ter problemas.

Por outro lado, a poupança é uma opção onde o dinheiro pode ser usado na hora que você desejar. O rendimento da poupança, porém, é bem mais baixo do que o do tesouro. Uma opção é deixar parte da sua reserva na poupança, para imprevistos urgentes, e parte no tesouro.

2- Reserva de oportunidade

Como você já sabe, a reserva de emergência serve para lidar com imprevistos. Em contrapartida, a reserva de oportunidade serve para que você possa aproveitar oportunidades que surgirem no mercado financeiro.

Por exemplo, você pode deixar a sua reserva de oportunidade aplicada no Tesouro Selic. Assim, quando surgir uma oportunidade no mercado, você faz o resgate e aplica na oportunidade.

Um exemplo de oportunidade foi quando a pandemia da Covid-19 estourou e a bolsa caiu.

Naquela situação, várias ações de boas empresas estavam sendo negociadas por preços bem baixos. Dessa forma, quem tinha uma reserva de oportunidade conseguiu aproveitar.

3- Equilíbrio entre liquidez e rentabilidade

Ao escolher um investimento, você deve levar em conta 3 fatores:

  1. Risco;
  2. Rentabilidade;
  3. Liquidez.

De maneira geral, você não vai encontrar um ativo com alta liquidez, alto retorno e baixo risco. Logo, você terá que priorizar.

Por exemplo, você pode encontrar um ativo com alta liquidez e alto retorno mas, provavelmente, ele terá alto risco.

4- Planeje antes de investir em ativos sem liquidez

Investir em ativos de baixa liquidez pode ser uma boa opção dependendo dos seus objetivos. Contudo, é essencial que você planeje este tipo de investimento com antecedência.

Por exemplo, não é uma boa alocar todos os seus recursos em um imóvel. E se uma emergência acontecer?

Se você quer comprar um imóvel, então você tem que planejar: fazer uma reserva de emergência, investir em ativos de renda fixa e variável e etc.

5- Diversificação

Por fim, a última dica é não se esquecer da diversificação. Ao diversificar, você dilui os riscos da carteira e potencializa as chances de ganho.

Sendo assim, diversifique entre diferentes classes de ativos, diferentes riscos e diferentes prazos. Enfim, para aprender a diversificar do jeito certo, assista ao vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha:

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