Investidor qualificado: o que é, como se tornar um e quais as vantagens?

Os investidores qualificados possuem mais de R$ 1 milhão investidos e que tenham atestado sua condição por escrito. Saiba como se tornar um.

12 de abril de 2021 - por Jaíne Jehniffer


O investidor qualificado é uma classificação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ela se refere às pessoas que têm um amplo conhecimento sobre investimentos ou que tenham mais de R$ 1 milhão de reais investidos.

Geralmente, esse tipo de investidor tem acesso a produtos mais complexos, com taxas de retorno e nível de risco mais alto.

Quer saber mais sobre o trabalho de um investidor qualificado, e como se tornar um? Leia!

O que é um investidor qualificado?

Um investidor qualificado é uma pessoa ou entidade que possui um conhecimento mais aprofundado e experiência no mercado financeiro, além de um capital significativo investido. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) define um investidor qualificado como alguém que tem pelo menos R$ 1 milhão em investimentos financeiros e que atesta essa condição por escrito.

Outra forma de se qualificar é através de certificações específicas, como as de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários.

Em resumo, um investidor qualificado é alguém com recursos e conhecimento suficientes para explorar oportunidades de investimento mais complexas e potencialmente mais lucrativas.

Como se tornar um investidor qualificado?

Uma pessoa deve ter pelo menos R$ 1 milhão investidos para ser um investidora qualificada. Isso, de acordo com a CVM. No geral, para se tornar um investidor qualificado é preciso:

1) Ter mais de R$ 1 milhão investido

Esse é um dos principais critérios para ser um investidor qualificado. Além disso, a pessoa deve atestar por escrito a comprovação de que ela tem mais de R$ 1 milhão em investimentos.

2) Trabalhar com investimentos

Trabalhar com investimentos em certas categorias também pode te tornar um investidor qualificado. São elas:

  • Pessoas que trabalham como investidoras profissionais.
  • Clubes de investimento. Isso se a carteira for gerida por um ou mais cotistas que sejam investidores qualificados.
  • Agentes autônomos de investimento.
  • Administradores de carteira.
  • Analistas e consultores de valores mobiliários.
  • Ou pessoas que tenham sido aprovadas para essa categoria.

3) Ter uma das certificações da CVM

Mesmo que você não tenha mais de R$ 1 milhão investidos, você ainda pode ser um investidor qualificado. Para isso, você deve tirar algumas certificações.

Neste caso, elas servem para verificar se você tem os conhecimentos necessários sobre investimentos. As certificações válidas são:

Certificado CGA

O Certificado CGA habilita uma pessoa a atuar na gestão de recursos de terceiros. Isso por meio de fundos, ações e etc. Sendo assim, ele é um requisito para profissionais que tomam decisões de compra e venda de ativos de carteiras.

Enfim, para ter esse certificado, você deve fazer uma prova. Ela tem cerca de 45 questões e duas horas de duração. Sendo que o exame exige 70% de acertos.

Certificado CEA

O certificado CEA é voltado para pessoas que atuam na indicação de ativos para clientes. Em outras palavras, o CEA tem como foco assessores de investimento.

Para conseguir o CEA, é preciso fazer uma prova com cerca de 70 questões.

Certificado CFP

O CFP é um certificado internacional para pessoas que atuam como planejadores financeiros pessoais. Para conseguir o CFP, é preciso fazer uma prova com cerca de 100 questões.

Certificado CNPI

O CNPI é um certificado da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). Em resumo, o CNPI é voltado para analistas de investimentos que atuam no mercado de capitais.

Enfim, os certificados que permitem uma pessoa se tornar um investidor qualificado são emitidos pela Anbima. Sendo que ela também é a responsável por realizar as provas. Geralmente é preciso pagar uma taxa para fazer os exames e, por vezes, é preciso apresentar um diploma de graduação reconhecido pelo MEC.

Seguir esses passos permitirá que você se torne um investidor qualificado, abrindo portas para oportunidades de investimento mais rentáveis e diversificadas no mercado financeiro.

Quais são as vantagens de ser um investidor qualificado?

Investidores qualificados têm a oportunidade de investir em ativos que não estão disponíveis para o público geral, como fundos de investimento no exterior e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e do Agronegócio (CRAs). Esses produtos costumam oferecer rentabilidades mais altas e condições diferenciadas.

Com o status de investidor qualificado, você pode diversificar sua carteira com uma gama mais ampla de opções. Isso permite a construção de uma estratégia de investimento mais robusta e adaptável às suas necessidades financeiras e ao seu perfil de risco.

Muitas vezes, os fundos e produtos financeiros disponíveis para investidores qualificados apresentam taxas de administração menores em comparação aos oferecidos ao público em geral. Isso pode resultar em uma maior rentabilidade líquida ao longo do tempo.

Os investimentos acessíveis a investidores qualificados geralmente têm potencial para retornos mais elevados, o que pode contribuir significativamente para o crescimento do patrimônio ao longo do tempo.

Ser classificado como investidor qualificado é um sinal de que você possui um certo nível de conhecimento e experiência no mercado financeiro. Isso pode aumentar sua credibilidade junto a instituições financeiras e consultores, facilitando o acesso a informações e oportunidades.

Investidores qualificados geralmente têm um entendimento mais profundo dos riscos associados a diferentes tipos de investimentos, o que lhes permite tomar decisões mais informadas e gerenciar melhor seu portfólio.

Essas vantagens tornam o status de investidor qualificado atraente para aqueles que buscam maximizar seus investimentos e diversificar suas carteiras com produtos financeiros mais sofisticados.

10 investimentos direcionados para um investidor qualificado

1) Fundos de Investimento em Participações (FIPs)

Os FIPs permitem que investidores qualificados invistam diretamente em empresas, geralmente de capital fechado. Esses fundos são ideais para quem busca diversificação e está disposto a assumir riscos maiores em troca de potencial de retorno elevado.

2) Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs)

Os CRIs são títulos de renda fixa lastreados em recebíveis imobiliários. Eles oferecem taxas de retorno atrativas e são isentos de imposto de renda para pessoas físicas, tornando-se uma opção interessante para investidores qualificados que buscam diversificação em renda fixa.

3) Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs)

Semelhantes aos CRIs, os CRAs são lastreados em recebíveis do setor agropecuário. Eles também oferecem isenção de imposto de renda para pessoas físicas e são uma boa opção para quem deseja investir no agronegócio brasileiro.

4) Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs)

Os FIIs permitem que investidores qualificados invistam em imóveis comerciais, como shoppings e escritórios, sem a necessidade de comprar um imóvel diretamente. Eles oferecem rendimentos mensais e potencial de valorização do capital investido.

5) Fundos de Investimento no Exterior (FIEX)

Os FIEX permitem que investidores qualificados diversifiquem suas carteiras com ativos internacionais. Esses fundos podem investir em ações, títulos e outros ativos fora do Brasil, proporcionando exposição a mercados globais.

6) Fundos de Direitos Creditórios (FIDCs)

Os FIDCs são fundos que investem em direitos creditórios, como duplicatas e recebíveis. Eles oferecem uma alternativa de investimento em renda fixa com potencial de retorno superior ao de outros títulos de renda fixa tradicionais.

7) Fundos Multimercado

Fundos multimercado investem em uma variedade de ativos, incluindo ações, títulos de renda fixa, moedas e derivativos. Eles são ideais para investidores qualificados que buscam diversificação e estão dispostos a assumir riscos maiores em troca de retornos potencialmente mais altos.

8) Debêntures

Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas para captar recursos. Elas oferecem taxas de retorno atrativas e podem ser uma boa opção para investidores qualificados que buscam diversificação em renda fixa corporativa.

9) Ofertas Públicas Restritas

Investidores qualificados têm acesso a ofertas públicas restritas, que são oportunidades de investimento em ações e outros títulos que não estão disponíveis para o público em geral. Essas ofertas podem proporcionar retornos significativos, mas também envolvem riscos maiores.

10) Fundos de Hedge

Fundos de hedge são fundos de investimento que utilizam estratégias avançadas, como alavancagem e derivativos, para maximizar os retornos. Eles são indicados para investidores qualificados que têm um alto nível de tolerância ao risco e buscam retornos elevados.

Essas opções de investimento oferecem uma ampla gama de oportunidades para investidores qualificados, permitindo diversificação e potencial de retorno elevado, embora também envolvam riscos maiores.

Qual é a diferença entre um investidor qualificado e um investidor profissional?

Uma das principais diferenças entre os dois tipos de investidores, é o valor do patrimônio. Isso porque, o investidor qualificado deve ter mais de R$ 1 milhão investidos.

Por outro lado, para ser investidor profissional, é preciso ter mais de R$ 10 milhões no mercado financeiro. Portanto, é possível que um qualificado se torne profissional.

Sendo assim, ele precisa apenas continuar investindo até ter mais de R$ 10 milhões aplicados. No entanto, o oposto também pode ocorrer.

Ou seja, um profissional que tenha uma redução nos investimentos, pode voltar a ser um investidor qualificado.

Fontes: Btg pactual digital; Nubank; Clear; e, por fim; Rico.

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