31 de maio de 2021 - por Jaíne Jehniffer
A taxa de redesconto é o juro cobrado pelo Banco Central quando empresta recursos aos bancos comerciais. Essa taxa é uma ferramenta de política monetária que influencia a quantidade de dinheiro em circulação na economia.
Quando o Banco Central aumenta essa taxa, ele sinaliza uma política de redução da moeda em circulação. Basicamente, é uma forma de controlar a liquidez geral e estimular ou desestimular os bancos a fazerem empréstimos.
O que é a taxa de redesconto?
Essa taxa representa os juros que o Banco Central cobra para realizar empréstimos para os bancos comerciais. Os bancos que participam das negociações geralmente fazem isso, pois precisam de liquidez em caixa, devido a uma demanda de resgates que não foi prevista.
Dessa forma, a taxa de redesconto é vista como uma linha de crédito emergencial, quase como um cheque especial que os bancos podem recorrer se precisarem de liquidez em caixa. Desse modo, o Bacen usa a taxa de juros dessas operações como uma ferramenta para controlar a oferta de moeda na economia.
Ou seja, a taxa faz parte das estratégias adotadas pelo Banco Central, conforme a política monetária. Além dela, existe ainda o redesconto especial.
Em síntese, o redesconto especial é um crédito focado em negociações previstas por lei, como, por exemplo, exportação de manufaturados e financiamentos de produtos agrícolas, sendo usado apenas em momentos de crise econômica.
O que é a taxa de redesconto?
A taxa de redesconto funciona como uma maneira de realizar o controle monetário no país. Como nos bancos comerciais são realizadas diversas transações como transferências, saques e empréstimos, em algum momento eles podem acabar com pouco dinheiro à disposição.
Dessa maneira, os bancos podem recorrer a outros bancos ou ao Banco Central. Os empréstimos entre bancos são de curtíssimo prazo e ocorrem por meio dos Certificados de Depósitos Interbancários (CDI). Enfim, a taxa funciona como um dos mecanismos da política monetária.
Nesse sentido, o Bacen diminui a taxa de redesconto quando a intenção é facilitar o acesso ao crédito e aumentar a quantidade de dinheiro em circulação. Por outro lado, se o objetivo for reduzir a quantidade de moeda em circulação, o Banco Central aumenta a taxa de juros e ocorre a desaceleração econômica.
Atualmente, a definição do valor da taxa é feita tendo como base o prazo do empréstimo e a taxa Selic. Desde as circulares de nº 3.631 e 3.632 de 2013 do Banco Central, as taxas cobradas são:
- Nas operações de um dia, é cobrada a taxa Selic + 1% a.a.
- Nas de até 15 dias, é cobrado 4% a.a.
- Por fim, nas operações de até 90 dias a taxa é de 2% a.a.
Como essas taxas são muito altas em comparação com outras alternativas para conseguir liquidez, os bancos comerciais só recorrem ao empréstimo com o Banco Central como último recurso.
Qual é a relação entre a taxa de redesconto e a política monetária?
A taxa de redesconto é uma das ferramentas utilizadas pelo Bacen para cumprir a política monetária. Outros instrumentos importantes são: depósito compulsório, taxa Selic, bem como compra e venda de títulos. Sendo assim, a taxa varia de acordo com a política monetária adotada:
Na política expansionista: É usada para estimular o crescimento econômico por meio do aumento da circulação de dinheiro na economia e da facilitação de acesso ao crédito. Como a intenção é estimular os bancos a concederem empréstimos, a taxa de redesconto é reduzida.
Logo, se os bancos emprestarem dinheiro demais eles podem recorrer ao crédito do Bacen, já que a taxa de juros cobrada será mais baixa. A desvantagem da política expansionista é que o excesso de dinheiro em circulação faz com que a inflação aumente.
Na política contracionista: Essa política é menos utilizada do que a expansionista. Neste caso, a taxa é elevada, o que faz com que os bancos comerciais não emprestem tanto dinheiro, já que em casos de liquidez eles teriam que pagar juros elevados. A vantagem da política contracionista é o controle da inflação.
Qual é a relação entre a taxa de redesconto e a política monetária?
A taxa de redesconto é muito importante para a economia. Isso porque é um dos principais instrumentos da política monetária do país. Além da taxa de redesconto, outro instrumento muito importante para a política monetária é o depósito compulsório.
A a diferença entre os dois instrumentos é que a taxa de redesconto é um crédito oferecido para ajudar na liquidez dos bancos, enquanto os depósitos compulsórios servem para reter uma parte do dinheiro dos bancos. Enfim, por meio desses dois instrumentos, o Bacen busca o equilíbrio na economia e o controle da inflação.
Inclusive, os dois instrumentos foram muito importantes para o controle da hiperinflação nos anos 1990, durante o Plano Real. Portanto, a taxa de redesconto juntamente com outros mecanismos como a taxa Selic, é essencial para a redução ou aumento da quantidade de dinheiro em circulação, o que tem ligação direta com a inflação.
- Leia mais: Agora que você sabe a importância da taxa de redesconto, aprenda sobre o funcionamento e os instrumentos da Política monetária, o que é? Definição, tipos e instrumentos
Fontes: Capital research, Mais retorno, Suno, Bankme