Stéphanie Fleury, quem é? Trajetória e criação da carteira virtual DinDin

29 de outubro de 2020, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 6 min, 13 seg


Stéphanie Fleury é a fundadora da carteira digital DinDin, que recentemente foi anunciada como nova aquisição do banco Bradesco. A ideia de criar uma rede social que possibilitasse pagamentos veio de uma corrida de táxi.

Acontece que ela e a amiga Juliana Hadad iam dividir a conta da viagem de táxi. No momento do pagamento, Fleury teve seu primeiro contato com a plataforma Venmo, que possibilita o pagamento online. 

Assim, as duas amigas decidiram se arriscar e criar uma empresa brasileira que também possibilitasse pagamentos, mas que, além disso, fosse uma rede social. 

Quem é Stéphanie Fleury?

Stéphanie Fleury é uma empresária brasileira fundadora de várias empresas, dentre elas a startup DinDin. Em resumo, a DinDin é uma fintech que funciona como carteira digital por meio do qual é possível realizar pagamentos.

Stéphanie Fleury, quem é? Trajetória e criação da carteira virtual DinDin

Circolare

As fintechs são as startups voltadas para a área financeira. Com o sucesso do DinDin, veio o recente anúncio da venda da fintech para o banco Bradesco. 

Trajetória de Stéphanie Fleury

A empresária Stéphanie Fleury, é formada pela pela PUC-Rio, em administração de empresas. Quando tinha 19 anos, Fleury viveu por dois anos na Jamaica, onde trabalhava como consultora no setor de telefonia. Ao voltar para o Brasil, Fleury decidiu mudar de área.

Dessa forma, ela optou por se aprofundar em um setor que gostava, o de eventos. Então, Stéphanie Fleury criou a +55, uma agência de eventos.

O nome era uma referência ao código telefônico brasileiro. Com o crescimento da +55, veio a criação de uma agência de viagens. Por fim, a ideia do DinDin apareceu. 

Projeto draft

Apesar da experiência internacional, Stéphanie Fleury possuía pouco conhecimento sobre tecnologia e finanças quando decidiu abrir a empresa.

No entanto, isso não impediu Fleury de começar o negócio. A empresária arregaçou as mangas e foi estudar o mercado. Posteriormente, cerca de um ano depois, ela lançou o DinDin, em 2016. 

Algumas pessoas tentaram dissuadir a empresária, já que a empresa, na prática, iria competir com grandes bancos. Mas, determinada, Fleury seguiu em frente, juntou as economias e investiu na empresa. 

DinDin

O DinDin foi inspirado em um aplicativo norte-americano, que a empresária teve contato enquanto estava no exterior. Desse modo, inicialmente, o DinDin foi lançado como um aplicativo para servir como rede social.

Entretanto, além de ser uma rede social, ele também permite a transferência de dinheiro entre pessoas pertencentes a lista telefônica dos usuários do aplicativo. 

Stéphanie Fleury, quem é? Trajetória e criação da carteira virtual DinDin

e-investidor

No entanto, depois dos primeiros meses de lançamento do aplicativo, ficou claro que algumas mudanças teriam que ser feitas. O que mais motivou as mudanças de abordagem, foi a percepção de que o público que ela gostaria de atingir não possuía conta bancária.

Desse modo, o DinDin passou a oferecer a abertura de conta digital e a disponibilidade de vários serviços, como cartão pré-pago. 

Desafios

Durante o processo de crescimento da empresa, Stéphanie Fleury teve que lidar com o machismo predominante no mercado financeiro. Dessa maneira, ela encontrou dificuldades em conseguir investimentos e convencer as pessoas de que a empresa tinha potencial. 

Além disso, Stéphanie Fleury enfrentou desconfiança e situações em que teve que recorrer a amigos homens para a acompanhar em reuniões, para que o negócio fosse visto com maior credibilidade.

Apesar dos obstáculos, a empresária conseguiu superar todo o preconceito, se tornando a primeira mulher a vender uma startup da área financeira. 

Exame

Outro desafio enfrentado por Stéphanie Fleury foi em relação ao dinheiro. Muitas startups fecham pouco depois de abrirem as portas, justamente por falta de financiamento.

Porém, esse contratempo também foi superado, já que, em 2018, a empresa conseguiu captar 46 pessoas por meio da fintech EqSeed. Dessa maneira, o DinDin teve uma captação de R$ 600 mil em 12 dias. Foi um verdadeiro recorde. 

Mas antes da reviravolta completa da empresa, outro susto estava preparado para a empresária. Acontece que o dinheiro da empresa estava armazenado no Neon.

Entretanto, o Banco Central havia pedido a liquidação do Neon. Entretanto, Fleury conseguiu resgatar o dinheiro e investir no crescimento da empresa. 

Venda do DinDin

Depois de todo o sufoco enfrentado por Stéphanie Fleury, ela conseguiu fazer o DinDin crescer. Consequentemente, recebeu prêmios e foi até mesmo convidada para representar  o país em uma competição internacional para mulheres empreendedoras. 

Com o crescimento da empresa e o destaque da empresária, era natural que ela chamasse a atenção dos grandes bancos tradicionais. Portanto, no final de 2019, o Bradesco procurou a empresária. 

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Suno

A proposta de compra da empresa foi feita e, após alguns meses, foi anunciado, em setembro de 2020, a compra do DinDin pelo Bradesco. Desse modo, aos poucos os clientes do DinDin serão transferidos para o Bitz, fintech do Bradesco.

Já Stéphanie Fleury ficará como CEO do DinDin e também como diretora comercial do Bitz. No entanto, o Banco Central e outras entidades reguladoras ainda precisam autorizar a compra do DinDin pelo Bradesco. O valor de venda da fintech não foi anunciado. 

Dicas de Stéphanie Fleury para mulheres empreendedoras

Como teve que enfrentar muito machismo, devido ao fato de que o mercado financeiro ainda é predominantemente composto por homens, Stéphanie Fleury dá algumas dicas para as empreendedoras que, infelizmente, também precisam passar por isso:

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Meddero conexão negócios

1- Aceite os desafios

Quando uma oportunidade aparecer, aceite. Mesmo que você se sentir despreparada, aceite a oportunidade. Depois, pesquise, estude, se aprofunde e com persistência você vai conseguir.

Para a empresária, as mulheres, por vezes, não se sentem preparadas, mas isso não pode ser um impedimento para o aceite de desafios. 

2- Não aceite ser interrompida

Em uma reunião, Fleury simplesmente não conseguia terminar a apresentação, pois era constantemente interrompida por um homem. O que ela fez foi deixar a situação clara de que se ele deixasse ela terminar a apresentação, todas as dúvidas dele seriam sanadas.

Sb coaching

Depois de deixar clara a situação, a empresária pôde terminar a reunião. Porém, ela decidiu que aquela não era uma boa empresa para se relacionar.

Em resumo, a lição que fica é: se imponha e caso perceba que aquela empresa não é boa o suficiente, você pode escolher não fechar negócio. 

4- Assédio

Não se deixe abalar com o assédio disfarçado de cantada. O importante é não aceitar ser rebaixada por isso e seguir em frente. 

5- Currículo

Infelizmente, as mulheres, muitas vezes, são subestimadas pelos homens. Uma forma de lidar com isso é ter um bom currículo na ponta da língua, pronto para ser declarado. 

Ebm

E aí, gostou de conhecer a trajetória de Stéphanie Fleury? Então, aproveite também para conhecer a história de vida de Nathalia Arcuri – História da criadora do Me Poupe! e dicas da investidora

Fontes: Snaq, Uol e Forbes

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