31 de janeiro de 2022 - por Jaíne Jehniffer
A taxa Selic está subindo desde 2021, com o intuito de controlar a inflação. No entanto, os resultados ainda não apareceram, já que a estimativa para a inflação em 2022 continua a subir.
A última estimativa tinha sido de que a inflação ficaria em 5,09%. Entretanto, pela segunda semana seguida, o mercado subiu essa estimativa, atingindo a projeção de 5,15% para a inflação em 2022.
Como a inflação não está dando trégua, a perspectiva é que a Selic continue a subir durante o ano de 2022.
Inflação e taxa Selic
Antes de falarmos sobre o aumento da estimativa para a inflação em 2022 e sobre a alta da Selic, vale a pena explicar o que é inflação e a taxa Selic. A inflação é o nome dado ao aumento generalizado no preço de bens e serviços.
Sendo que a inflação tem como causa o excesso de dinheiro no mercado, que causa o aumento da demanda frente à oferta (lei da oferta e demanda) e resulta no aumento dos preços.
Vários índices se destinam a medir a variação dos preços de bens e serviços. Um dos principais índices de inflação é o IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
Já a taxa Selic, é a taxa básica de juros da economia brasileira. Isso significa que ela afeta todas as demais taxas de juros do mercado.
Desse modo, a Selic é reduzida quando o intuito é estimular o consumo. Já quando a intenção é controlar a inflação, a Selic sobe.
Aumento da estimativa para inflação em 2022
Pela segunda semana seguida, o mercado financeiro elevou a estimativa para a inflação em 2022. Segundo o Banco Central do Brasil (Bacen), a projeção dos analistas para a inflação de 2022 subiu de 5,09% para 5,15%.
A divulgação da informação ocorreu no dia 24 de janeiro e os dados foram colhidos na semana anterior. Sendo que a pesquisa conta com mais de 100 instituições financeiras.
Se essa previsão se confirmar, esse será o segundo ano em que a meta da inflação é estourada. Isso porque, em 2021 o IPCA somou 10,06%, o maior número desde 2015.
Em uma carta aberta, Roberto Campos Neto, o presidente do Bacen, avalia que a superação da meta ocorreu por causa da alta nos preços de commodities, energia e falta de insumos.
A meta central de inflação em 2022 é de 3,50% e será oficialmente cumprida caso o índice oscile entre 2% a 5%. Entretanto, com a nova alta, a previsão do mercado se distanciou ainda mais do teto da meta.
Vale destacar que o IPCA-15, que mede as mudanças de preço até a metade do mês, ficou em 0,58% em janeiro e 10,20% no acumulado em 12 meses.
Isso representa uma desaceleração em relação a dezembro, mas mesmo assim ficou pior do que as expectativas. Isso porque, a mediana das projeções do mercado previa uma alta mensal de 0,44%.
Inflação em 2023
Já para 2023, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação em 3,40%. A meta de inflação fixada para 2023 é de 3,25%. Ela será tida como cumprida, se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Um detalhe importante é que apesar da projeção da inflação em 2022 ter subido, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, se manteve estável em comparação com a semana anterior.
Porém, a projeção para o PIB do próximo ano caiu, passando de 1,75% para 1,69%.
Selic em 2022
O que vimos nos últimos meses, foi a Selic sair do patamar de 2% e chegar a 9,25% (Selic hoje). Nesse sentido, com o aumento da estimativa para a inflação em 2022, a expectativa é que a Selic continue a subir.
Inclusive, o IPCA-15 de 0,58% em janeiro, enquanto o esperado era de 0,44%, reforçou as expectativas de que o Bacen irá aumentar 1,5 ponto percentual na Selic já em fevereiro.
Se essa alta prevista de fato ocorrer, a Selic chegará a 10,75%. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para o dia 1º e 2 de fevereiro.
Na reunião, o Copom irá decidir entre manter ou aumentar a taxa. Sendo que o consenso do mercado é de que a Selic certamente irá continuar subindo nas próximas reuniões do Copom no decorrer do ano.
De acordo com o último Boletim Focus, a Selic deve chegar a 11,75% no fim de 2022 e depois irá cair para 8,0% em 2023.
Contudo, as projeções do mercado apontam para a possibilidade da Selic chegar a 11,75% em maio. Depois disso, existem opiniões divergentes.
Na perspectiva mais otimista, alguns bancos e casas de análise projetam cortes na Selic nas reuniões do Copom depois de maio e até o final do ano.
Enfim, agora que você sabe sobre o aumento da estimativa para a inflação em 2022, não deixe de conferir também: Investimentos acima da inflação – Nove alternativas de aplicações