Mercado de acesso: o que é, como funciona, importância

O mercado de acesso é um espaço do mercado de capitais que conecta pequenas e médias empresas a investidores para captar recursos e crescer. Entenda como funciona e importância.

17 de outubro de 2025 - por Sidemar Castro


O mercado de acesso é como a rampa de lançamento do mercado financeiro, especialmente pensada para pequenas e médias empresas (PMEs). Ele funciona como uma porta aberta onde essas empresas podem encontrar o dinheiro que precisam para crescer, ao mesmo tempo que se apresentam para um público maior de investidores.

É aqui que as PMEs podem fazer suas primeiras ofertas de ações (os famosos IPOs), lançar títulos de dívida e negociar seus papéis. Para você, investidor, isso se traduz em uma chance incrível de diversificar seus investimentos, apostando em empresas promissoras com um grande potencial de expansão. Vamos desvendar juntos como esse mercado opera e por que ele é tão importante.

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O que é o mercado de acesso?

Um espaço criado especialmente para empresas que estão crescendo, mas ainda não têm o tamanho das gigantes da bolsa. Esse é o mercado de acesso: um ambiente pensado para dar voz e visibilidade às pequenas e médias empresas que querem captar recursos, expandir seus negócios e se profissionalizar.

No Brasil, esse conceito ganhou vida com a BEE4, que criou um mercado organizado e regulado para que essas companhias possam emitir ações e atrair investidores. É uma forma de fortalecer a base da economia, dar mais opções ao investidor e criar um ciclo virtuoso de desenvolvimento.

Com iniciativas como o Regime FÁCIL da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e programas como o Rota FÁCIL, o mercado de acesso está se tornando uma ponte real entre o sonho do empreendedor e o capital necessário para torná-lo realidade.

Objetivos do mercado de acesso

Ele foi criado com o objetivo dar voz às pequenas e médias empresas que movimentam a economia, mas que muitas vezes ficam invisíveis aos olhos do investidor comum.

Com a BEE4 à frente desse movimento, essas companhias podem se listar, captar recursos e crescer de forma estruturada, sem abrir mão de sua essência.

Mais do que uma alternativa de investimento, o mercado de acesso representa uma mudança de mentalidade. Ele incentiva a formação de uma base sólida de negócios, estimula a inovação e promove inclusão financeira.

Ao conectar empreendedores e investidores em um ambiente regulado e digital, ele transforma o jeito como o Brasil encara o crescimento empresarial. E com o avanço das corretoras e a chegada dos tokens de ações, esse futuro está cada vez mais próximo.

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Como funciona o mercado de acesso?

O mercado de acesso funciona como um caminho intermediário entre empresas que ainda não estão prontas para o mercado tradicional e aquelas já consolidadas no alto escalão financeiro.

Primeiro, uma empresa de porte menor se prepara para emitir valores mobiliários sob exigências compatíveis com sua realidade.

Em seguida, ela utiliza uma estrutura homologada pelo regulador para lançar ofertas públicas, captar capital e negociar seus ativos, com tudo isso ocorrendo de modo transparente para investidores.

No Brasil, a BEE4 é a infraestrutura autorizada para sediar essas operações, operando como mercado de balcão organizado, depositária digital e ambiente para negociações tokenizadas. Esse funcionamento se apoia nas regras que hoje estão sendo revisadas e aprimoradas pelo Regime FÁCIL da CVM, com foco em agilizar registros, reduzir formalidades e ampliar o acesso de empresas que faturam até R$ 500 milhões.

Quais são os benefícios do mercado de acesso?

O mercado de acesso é um cenário onde empresas locais, com boas ideias e vontade de crescer, podem se conectar diretamente com pessoas que acreditam nelas. O mercado de acesso torna isso possível. Ele não é apenas uma alternativa de financiamento, mas uma ferramenta de transformação.

Ao permitir que pequenas e médias empresas se tornem visíveis para investidores, ele ajuda a construir uma economia mais inclusiva e dinâmica. Esse modelo também estimula a formação de uma cultura de investimento mais democrática.

Pessoas comuns podem investir em negócios reais, com impacto direto na comunidade. E para os empreendedores, é uma chance de crescer com estrutura, sem abrir mão da identidade da empresa.

Com menos burocracia, mais tecnologia e um olhar voltado para o futuro, o mercado de acesso está ajudando a redesenhar o mapa do empreendedorismo brasileiro.

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Mercado de acesso no Brasil

Um ambiente na Bolsa de Valores feito sob medida para as pequenas e médias empresas brasileiras, tão vitais para a nossa economia. Esse é o conceito do mercado de acesso, uma iniciativa que simplifica a estreia desses negócios no mundo dos investimentos.

Por meio dele, é possível realizar uma oferta pública de forma mais rápida e acessível, um processo que antes era visto como distante e complexo para a maioria.

Essa plataforma não só ajuda as empresas a captarem recursos e se estruturarem para o crescimento, mas também é uma via de mão dupla: oferece ao investidor comum a chance de participar desde cedo da trajetória de empresas inovadoras, inclusive por meio de modelos modernos como a tokenização de ativos.

Especialistas ressaltam que, para que esse ecossistema realmente deslanche, é fundamental fomentar uma cultura de mercado de capitais desde a base, educando empreendedores e investidores sobre os caminhos para crescerem juntos.

Exemplos de mercado de acesso no Brasil

O mercado de acesso no Brasil ainda está em fase de amadurecimento, mas já conta com exemplos concretos que mostram seu potencial. A BEE4, primeira plataforma regulada pela CVM voltada exclusivamente para pequenas e médias empresas, tem sido pioneira nesse movimento.

Entre as companhias que já se beneficiaram dessa estrutura estão a Engravida, especializada em reprodução assistida, e a Mais Mu, que atua no segmento de snacks saudáveis. Ambas conseguiram captar recursos e se tornar visíveis para investidores por meio da listagem direta e do IPO, respectivamente.

Outro exemplo é a Plamev Pet, empresa de planos de saúde para animais de estimação, que levantou mais de cinco milhões de reais em uma oferta pública. E na fila para entrar está a Eletron Energia, focada em soluções de eficiência energética.

Essas empresas representam setores diversos, mas compartilham o mesmo objetivo: crescer com estrutura, transparência e acesso ao capital. A iniciativa da BEE4 mostra que é possível criar um ambiente inclusivo e eficiente para negócios que antes estavam fora do radar do mercado financeiro.

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Mercado de acesso no mundo

Quando olhamos para o cenário internacional, vemos que o conceito de “mercado de acesso” já ganhou diferentes formatos, mas com o mesmo propósito: dar lugar a empresas que ainda não estão prontas para o palco principal.

No Reino Unido, o AIM foi criado para que empresas em crescimento possam captar recursos com exigências regulatórias mais suaves.

Na zona do euro, o Euronext Growth se posiciona como uma alternativa para PMEs que buscam visibilidade e capital, mas sem o peso regulatório do mercado principal.

Em países emergentes, muitos recorrem a mercados de balcão organizados ou plataformas digitais de financiamento para oferecer esse “ponto de entrada” para empresas menores, algumas até usando tecnologia de tokens ou blockchain para modernizar o acesso.

Mesmo que existam desafios como liquidez menor ou percepção de risco maior, esse movimento internacional mostra que o mercado de acesso está virando uma ferramenta valiosa para estimular inovação, diversificação de investimentos e crescimento mais inclusivo de empresas.

Exemplos de acesso de mercado no mundo

No cenário global, o mercado de acesso para pequenas e médias empresas tem ganhado espaço como alternativa ao crédito bancário tradicional.

Em muitos países desenvolvidos e emergentes, já existem “bolsas para empresas de crescimento” ou segmentos menos rígidos para facilitar que companhias menores captem recursos públicos. Um exemplo internacional bem conhecido é o AIM, da Bolsa de Londres, criado para atender empresas com perfil de expansão.

Também na Europa, há movimentos para simplificar regras de listagem para PMEs e estimular fundos que invistam nelas como estratégia de fortalecer inovação e diversificação financeira.

Ao mesmo tempo, mercados emergentes, como alguns na Ásia, na América Latina e na África, experimentam programas de minibonds, securitização ou plataformas regulatórias mais adaptadas para apoiar empresas menores.

Essa expansão mostra um caminho onde empresas com ambição de crescer podem se beneficiar de capital público, diversificar fontes de financiamento e alcançar maior visibilidade internacional.

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Importância do mercado de acesso

Um ecossistema onde empresas cheias de ideias, mas com recursos limitados, conseguem encontrar o combustível para crescer. Essa é a importância central do mercado de acesso: ele democratiza o caminho para o crescimento.

Ao oferecer um regime facilitado, ele transforma o sonho de captar recursos por meio do mercado de capitais em uma realidade tangível para inúmeras PMEs. Isso não só fortalece financeiramente essas empresas, permitindo que elas invistam, inovem e gerem mais empregos, mas também enriquece o mercado como um todo.

Ele introduz uma nova geração de negócios para os investidores, que por sua vez podem apoiar e se beneficiar do crescimento desses empreendimentos desde o início.

Dessa forma, o mercado de acesso não é apenas uma porta de entrada; é uma alavanca essencial para construir uma economia mais dinâmica, inovadora e inclusiva para todos.

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Fontes: Bee4, CNN Brasil, Infomoney.

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