ESG: o que é, como funciona e quais são os pilares?

ESG (Environmental, Social, and Governance) são práticas que as empresas adotam para serem mais sustentáveis e responsáveis. Saiba quais.

30 de dezembro de 2020 - por Sidemar Castro


O ESG (Environmental, Social, and Governance) é uma forma de analisar se uma empresa possui sustentabilidade empresarial. Dessa maneira, ao analisar como ela lida com as questões ambientais, sociais e transparência empresarial, o investidor consegue traçar um panorama das prioridades da empresa.

A utilização do ESG é feita principalmente pelos investidores que se preocupam não apenas com o futuro ambiental do planeta, mas também com o posicionamento da empresa em relação aos direitos humanos e seus processos internos.

Enfim, existem algumas opções para os investidores que priorizam investimentos sustentáveis, como por exemplo, os fundos ESG. Sendo que, esta opção é particularmente interessante porque o responsável por analisar as empresas e fazer as aplicações é o gestor do fundo. Leia mais.

O que é ESG

A sigla ESG vem de Environment, Social and Governance, ou em português: ambiental, social e governança. Estes são, basicamente, os três pontos analisados para determinar se uma empresa possui sustentabilidade empresarial.

Justamente por considerar as práticas ambientais, sociais e de governança de uma companhia, os investimentos ESG, são tidos como investimentos sustentáveis.

Em síntese, as empresas que possuem altos níveis de ESG, são companhias que buscam formas de minimizar os impactos causados ao meio ambiente, procuram contribuir para a construção de um mundo mais justo e manter melhores processos internos de administração da empresa.

Quais são os pilares de ESG?

1) Pilar Ambiental (Environmental)

Este pilar aborda a forma como as empresas interagem com o meio ambiente. As práticas incluem a gestão de recursos naturais, a redução das emissões de carbono, a eficiência energética e a minimização da poluição. Empresas que adotam boas práticas ambientais não apenas contribuem para a sustentabilidade do planeta, mas também podem reduzir custos e melhorar sua reputação.

2) Pilar Social (Social)

O pilar social refere-se ao impacto das atividades empresariais nas pessoas e nas comunidades. Assim, isso inclui a promoção da diversidade e inclusão, a saúde e segurança dos trabalhadores, e o envolvimento em ações de responsabilidade social.

Organizações que priorizam esse pilar, além de aumentar a satisfação e retenção de funcionários, reduzem riscos legais e trabalhistas.

3) Pilar de Governança (Governance)

Este pilar diz respeito à estrutura de governança corporativa, incluindo a transparência, a ética nos negócios e a conformidade com leis e regulamentos. Uma boa governança é fundamental para gerenciar riscos financeiros e conflitos de interesse.

Empresas que implementam práticas de governança eficazes ganham a confiança dos investidores e passam a evitar escândalos corporativos, resultando em uma gestão mais eficiente.

O que são investimentos ESG?

Investimentos ESG referem-se a uma abordagem de investimento que considera critérios ambientais, sociais e de governança (Environmental, Social, and Governance, em inglês) ao avaliar o desempenho e o impacto de uma empresa.

O ambiental avalia como uma empresa lida com questões ambientais, como mudanças climáticas, gestão de resíduos, uso de energia renovável e políticas de desmatamento.

Por sua vez, o social examina o impacto social da empresa, incluindo condições de trabalho, direitos humanos, diversidade e inclusão, e envolvimento com a comunidade.

Finalmente, a governança analisa as práticas de governança corporativa, como transparência, ética nos negócios, estrutura do conselho de administração e direitos dos acionistas.

Investir em empresas que seguem práticas ESG pode não só gerar retornos financeiros, mas também contribuir para um impacto positivo no meio ambiente e na sociedade. Além disso, empresas com boas práticas ESG tendem a ser mais resilientes e sustentáveis a longo prazo.

Qual a importância dos investimentos ESG?

Os investimentos ESG são importantes pelo impacto positivo. Ao investir em empresas com práticas ESG, os investidores contribuem para um futuro mais sustentável, ajudando a resolver problemas globais como as mudanças climáticas e a desigualdade social.

Também pelo geração de valor: Empresas com boas práticas ESG tendem a ser mais resilientes a crises, a atrair e reter talentos, a ter uma melhor reputação e a gerar valor de longo prazo para os acionistas.

Pelo alinhamento com as expectativas dos investidores: Cada vez mais investidores, especialmente as novas gerações, buscam investir em empresas que estejam alinhadas com seus valores e que gerem um impacto positivo na sociedade.

Outra importância é pela diminuição de riscos. Desse modo, empresas que não adotam práticas ESG estão mais expostas a riscos como multas, processos judiciais, perda de clientes e danos à reputação.

Finalmente, pelas oportunidades de investimento. O mercado ESG está em constante crescimento, oferecendo diversas oportunidades de investimento em setores como energia renovável, agricultura sustentável e tecnologia social.

Em síntese, os investimentos ESG são importantes porque:

  • Geram impacto positivo: Contribuem para um futuro mais sustentável.
  • Geram valor: Aumentam a rentabilidade e a resiliência das empresas.
  • Atendem às expectativas dos investidores: Alinhados com os valores das novas gerações.
  • Mitigam riscos: Reduzem a exposição a riscos financeiros e reputacionais.
  • Criam oportunidades: Expandem o mercado de investimentos.

Como ser uma empresa com princípios ESG?

Para se tornar uma empresa com princípios ESG, é importante adotar práticas que promovam a sustentabilidade ambiental, a responsabilidade social e uma governança ética. Aqui estão algumas práticas recomendadas:

No lado ambiental, o E (environmental):

  • Redução de Emissões: Implementar medidas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
  • Energia Renovável: Utilizar fontes de energia renováveis, como solar e eólica.
  • Gestão de Resíduos: Adotar práticas de reciclagem e redução de resíduos.

Na questão social, o S (social):

  • Diversidade e Inclusão: Promover a diversidade no local de trabalho e garantir a inclusão de todos os funcionários.
  • Condições de Trabalho: Assegurar boas condições de trabalho e respeito aos direitos dos trabalhadores.
  • Engajamento Comunitário: Apoiar iniciativas comunitárias e projetos sociais.

Finalmente, na governança, o G (governance)

  • Transparência: Manter transparência nas operações e na comunicação com stakeholders.
  • Ética e Compliance: Implementar políticas rigorosas de ética e conformidade.
  • Responsabilidade Corporativa: Garantir que a empresa seja responsável e responda por suas ações.

Adotar essas práticas, não só melhora a imagem da empresa, mas também pode atrair investidores e clientes que valorizam a sustentabilidade e a responsabilidade social.

Quais são as vantagens de ESG para as empresas?

1) Redução de Custos e Eficiência Operacional

A implementação de práticas ESG geralmente leva a uma gestão mais eficiente dos recursos, resultando em economia de energia e otimização de processos. Dessa maneira, isso pode reduzir custos operacionais e melhorar a eficiência geral da empresa.

2) Fidelização de Clientes

Consumidores estão cada vez mais inclinados a apoiar marcas que compartilham seus valores e se preocupam com questões sociais e ambientais. Empresas que adotam práticas ESG formam relacionamentos mais fortes com seus clientes, aumentando a lealdade dos mesmos e, por consequência, as vendas.

3) Aumento da Confiança dos Investidores

Investidores estão se tornando mais exigentes e consideram as práticas ESG como um fator importante na decisão de investimento. Empresas que demonstram compromisso com ESG podem atrair mais investimentos, já que os investidores buscam diminuir riscos e aumentar oportunidades relacionadas à sustentabilidade.

4) Melhora na Imagem da Marca

A adoção de práticas ESG contribui para a construção de uma imagem positiva da empresa. Desse modo, isso é especialmente relevante em um mercado onde os consumidores preferem marcas que demonstram responsabilidade social e ambiental. Assim, uma boa reputação pode resultar em maior competitividade e diferenciação no mercado.

5) Inovação e Desenvolvimento de Novos Produtos

O foco em práticas sustentáveis pode estimular a inovação dentro da empresa, levando ao desenvolvimento de novos produtos e serviços que atendam às demandas de consumidores conscientes. O que pode não apenas desbloqueia novas fontes de valor, mas também ajuda a empresa a se destacar em um mercado saturado.

6) Alinhamento com Regulamentações Futuras

A adoção antecipada de práticas ESG posiciona as empresas de forma favorável para se adaptarem a futuras regulamentações ambientais e sociais mais rigorosas. O que pode, portanto, evitar penalidades e custos associados à não conformidade, além de facilitar a adaptação às novas exigências do mercado.

Quais são os índices de ESG na B3?

1) Índice Carbono Eficiente (ICO2)

O ICO2 é um índice que reúne ações de empresas que se destacam na gestão de suas emissões de carbono. Ele busca, assim, incentivar a descarbonização da economia, permitindo que investidores identifiquem empresas que estão comprometidas em reduzir seu impacto ambiental.

2) Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

O ISE é um dos principais índices de sustentabilidade da B3, que avalia o desempenho de empresas com base em critérios ambientais, sociais e de governança. Ademais, as empresas que compõem esse índice são selecionadas por seu comprometimento com práticas sustentáveis e responsabilidade social, refletindo a busca por um desenvolvimento mais sustentável.

3) Índice de Governança Corporativa (IGCT)

O IGCT é focado em empresas que apresentam altos padrões de governança corporativa. Este índice, aliás, inclui ações de empresas que seguem práticas diferenciadas de governança, promovendo transparência e equidade nas relações com acionistas e stakeholders.

4) Índice S&P/B3 Brasil ESG

Este índice é uma parceria entre a B3 e a S&P Dow Jones Indices, que visa refletir o desempenho de empresas brasileiras que atendem a critérios ESG. Ele é projetado para fornecer aos investidores uma visão clara de como as empresas estão se saindo em termos de sustentabilidade e governança.

Qual é a origem e história de ESG?

A sigla ESG se refere a um conjunto de critérios usados para avaliar as práticas das empresas nesses três aspectos já comentados acima.

A origem do conceito ESG remonta ao início dos anos 2000. Em 2004, o então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, convidou CEOs de grandes instituições financeiras para discutir como integrar fatores ambientais, sociais e de governança ao mercado de capitais. Esse debate resultou no relatório “Who Cares Wins” (Quem se importa vence), que marcou o início do uso do termo ESG.

Embora o termo tenha ganhado popularidade recentemente, a ideia de investir com responsabilidade social e ambiental não é nova. O movimento de responsabilidade social corporativa tem raízes que remontam ao século 18, quando investidores evitavam setores como bebidas alcoólicas e armas por motivos religiosos.

Nos anos 1990, o conceito de “triple bottom line” (retorno triplo) ganhou destaque, propondo que as empresas deveriam medir seu desempenho em três dimensões, a saber, econômica, social e ambiental. Esse conceito foi introduzido por John Elkington e ajudou a pavimentar o caminho para o ESG.

Hoje, o ESG é uma parte essencial da estratégia de muitas empresas e investidores, refletindo uma crescente preocupação com a sustentabilidade e a responsabilidade social.

Fontes: Sebrae, Totvs, Raizen, IDESG, Conteúdos, Exame

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