10 de junho de 2021 - por Jaíne Jehniffer
O market maker, ou em português formador de mercado, é uma instituição financeira contratada por uma empresa emissora de ações ou debêntures, ou pela bolsa, para proporcionar liquidez para a negociação dos ativos.
Ao contribuir com a liquidez, o market maker se torna uma figura muito importante para o funcionamento do mercado como um todo, já que as negociações são estimuladas.
Ou seja, quando o investidor sabe que poderá comprar ou vender os ativos quando desejar, ele se sente mais seguro ao investir naquela empresa. Sendo assim, o market maker aumenta a liquidez, a segurança e estimula as negociações.
O que é o market maker?
O market maker é uma entidade que proporciona liquidez para a compra e venda dos ativos, tanto de renda variável, quanto de renda fixa.
Além disso, ele determina o preço mínimo e máximo para vender ou comprar um ativo por meio dele, logo, este formador de mercado ajuda a diminuir a volatilidade dos ativos com baixa liquidez e determina um preço justo para o ativo.
De forma geral, quem desempenha esta função são as instituições financeiras contratadas justamente para este fim, como, por exemplo, as corretoras e bancos.
É importante não confundir market maker com Retail Liquidity Provider (RLP), uma modalidade onde os intermediadores, corretoras e bancos podem atuar como contraparte dos clientes, proporcionando liquidez e estimulando as negociações.
Como o formador de mercado pode replicar títulos e contratos internacionais, ele deve obrigatoriamente ser contratado pela bolsa de valores, afinal, ele tem acesso ao mercado nacional e internacional.
Inclusive, a figura do market maker também existe nas negociações de criptoativos, porém, sem a necessidade de um contrato formal, como ocorre na bolsa.
O market maker lucra com o spread das operações, ou seja, na diferença entre o preço de compra e de venda de determinado ativo. Quando um market maker vende um ativo, ele pede um preço mais alto por ele. Por outro lado, quando ele compra ele exige um preço mais baixo do que o valor real.
Portanto, a diferença entre o valor real de compra ou venda, é o lucro do market maker. Nesse sentido, o market maker exerce um papel arriscado, já que ele busca ler corretamente o mercado e ganhar dinheiro por meio de compra e venda de ativos no curto prazo.
Função do market maker
As duas principais funções do market maker são:
-
Proporcionar liquidez
-
Controlar a volatilidade
No geral, as empresas emissoras de ações ou debêntures contratam uma instituição financeira para que ela aumente a liquidez dos seus papéis e estimule as negociações dos ativos.
Para entender a função e importância do formador de mercado, vamos imaginar que você esteja interessado em aplicar em determinado ativo. Entretanto, ele não tem liquidez, o que significa que o risco é maior, já que você não poderá realizar o resgate antes do prazo, caso precise de dinheiro.
Nesta situação, é provável que você pense bem antes de aplicar neste ativo, já que o seu dinheiro vai “ficar preso” até o vencimento. Sendo assim, o fato de não ter liquidez torna o ativo mais arriscado, o que resulta em uma falta de interesse do mercado pelo ativo.
Em contrapartida, se o investidor tiver a garantia de compra e venda para o papel a qualquer momento, o seu interesse por aquele ativo aumenta. Dessa maneira, ao proporcionar liquidez, o market maker estimula o mercado.
Afinal de contas, os investidores irão se sentir mais seguros ao saber que poderão vender o papel a qualquer momento para o mercado em geral ou para o market maker. Além disso, a transação ocorrerá por um preço justo de acordo com o mercado no momento.
Por fim, os market makers ajudam a controlar a volatilidade, pois quando a negociação de certo ativo tem um volume baixo, os preços tendem a oscilar mais, levando a discrepâncias na cotação.
Nesse sentido, os market makers controlam a volatilidade ao definir um preço mínimo e máximo para as negociações com ativos.
Importância do market maker
O market maker é importante tanto na renda variável, quanto na renda fixa:
1- No mercado de ações
A tendência de grande parte dos investidores é comprar ações das grandes empresas, que fazem parte do Ibovespa e são do Novo Mercado. Isso significa que a procura por ações de médio porte é pequena, o que resulta em um baixo volume de negociação e falta de liquidez.
Nesse cenário, a empresa pode contratar market maker para elevar a liquidez dos ativos. Com isso, ela atrai investidores interessados na empresa, mas que não gostam de ativos sem liquidez.
2- No mercado de renda fixa
Em comparação com outros países, o mercado de investimentos do Brasil ainda é pouco desenvolvido e temos poucos investidores. Além disso, a maior parte dos que investem em renda fixa, preferem ativos de baixo risco como tesouro direto, CDBs, LCA e LCI.
Muitos têm medo de investir em títulos mais arriscados como, por exemplo, as debêntures. Dessa forma, são poucos os investidores neste mercado, o que significa que o volume de negociação é baixo. Nesse cenário, os market makers são muito importantes para dar liquidez a esses ativos.
LEIA MAIS
Índice de Negociabilidade: o que é e como funciona?
Prêmio de risco, o que é? Depósito, cálculos e o que influencia
Análise de ações – Diferenças entre fundamentalista, técnica e como fazer
Follow on: o que é e como utilizá-lo em análises de ações
Análise on-chain: saiba o que é e como funciona
After market: o que é e como funciona esse período?
Fontes: Mais retorno, Suno, Renovainvest, Smarttbot e, por fim, Dci