4 de maio de 2022 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
O sonho de grande parte dos investidores é poder ganhar dinheiro sem precisar trabalhar. E os dividendos pagos por ações da Bolsa de Valores podem fazer isso por você. Então, neste artigo, vamos conhecer 3 formas de montar sua carteira de dividendos e viver de renda.
Para começar, precisamos entender que dividendo não é magia. Ou seja, não é um dinheiro que cai do céu quando você compra qualquer tipo de ação.
Os dividendos são, na verdade, o lucro das empresas que é distribuído, de tempos em tempos, aos acionistas.
Logo, empresas que não lucram não distribuem dividendos.
Por outro lado, mesmo empresas bastante lucrativas podem pagar menos dividendos num período específico.
Isso ocorre, com frequência, quando a empresa precisa segurar o caixa para pagar alguma dívida ou fazer um reinvestimento no negócio.
A quem interessam os dividendos?
Agora, que você já sabe o que são os dividendos, vamos entender onde eles são mais utilizados.
Na prática, quem busca empresas com bom histórico de distribuição de dividendos são os investidores que querem ou precisam viver de renda.
Então, é comum que pessoas mais experientes montem esse tipo de carteira. Ou seja, aqueles que já conseguiram construir um bom patrimônio.
Para quem ainda está na fase de acumulação, uma ideia melhor pode ser colocar mais empresas de crescimento na carteira – e não, necessariamente, empresas pagadoras de dividendos.
Isso porque, quando o volume de capital ainda é relativamente baixo, os valores recebidos em dividendos serão irrelevantes. E isto pode causar frustração e desânimo.
Sendo assim, antes de tudo, você precisa saber se está no momento certo de investir focado nos dividendos.
Dito isto, se você já tem um bom capital acumulado, vou te mostrar as 3 dicas para montar sua carteira.
1. Entenda quais setores pagam mais dividendos
Na nossa Bolsa de Valores e em todo o mundo, existem alguns ativos que, tipicamente, pagam mais dividendos aos acionistas.
Pra começar, temos empresas do setor financeiro, como os bancos e as seguradoras. Ambos costumam distribuir bastante lucro, pois dispõem de um modelo de negócio altamente lucrativo e com ótima posição de caixa.
Além disso, empresas de utilidade pública também pagam bons dividendos.
Neste segmento, temos as companhias do setor elétrico (geração, transmissão ou distribuição de energia), de fornecimento de gás e de saneamento básico (água e esgoto).
Por fim, estão as empresas de consumo não-cíclico. Aqui podemos citar as empresas que atuam no agronegócio e as fabricantes de comida, bebida, produtos de limpeza e produtos de higiene pessoal.
Selecione bem as empresa
Para montar uma boa carteira de dividendos, você pode escolher os ativos a partir destes 3 setores principais: financeiro, utilidade pública e consumo não-cíclico.
Assim, você estará se posicionando em ativos que pagam bons dividendos e que, de quebra, são muito mais imunes às crises.
No site Investidor 10 você pode fazer uma busca avançada para selecionar estas empresas. Veja como no vídeo abaixo, que publiquei no canal Investidor Sardinha.
Tenha um plano B
Outra dica importante é a diversificação. Embora seja importante fazer bons aportes em ações, você também pode mixar sua carteira com a renda fixa, investindo em títulos do Tesouro Direto indexados à inflação (IPCA+).
Para complementar, você tem a opção de investir em CRIs e CRAs com pagamentos mensais e, claro, em Fundos Imobiliários – que também pingam todos os meses.
Assim, você garante alguma rentabilidade – com consistência – mesmo em eventuais períodos em que as ações estiverem distribuindo pouco ou nenhum dividendo.
2. Use o Índice de Dividendos – IDIV
Poucos investidores sabem, mas existe um índice na Bolsa de Valores (B3) que replica as ações que melhor remuneram os investidores.
É o chamado Índice de Dividendos, o IDIV.
Atualmente, a lista conta com 44 empresas. Ficam de foram as BDRs e as companhias em recuperação judicial ou que são negociadas em alguma situação excepcional.
A ideia, no entanto, não é de forma alguma te influenciar a investir em todas as ações do índice.
Você deve utilizar o IDIV apenas como um norte, para, a partir de então, analisar e escolher as melhores ações.
3. Fundos de investimentos focados em dividendos?
Não por acaso, este subtítulo ganhou um ponto de interrogação.
Se você é um sardinha raiz, sabe muito bem que eu não invisto em fundos de investimentos.
A razão é bem simples: estes fundos têm taxas demais – administração, gestão, custódia, performance e por aí vai. E isto acaba mitigando grande parte da rentabilidade, no longo prazo.
Então, não se trata de investir em um fundo de investimentos.
Mas, de saber onde os gestores desses fundos, focados em dividendos, estão fazendo os aportes.
Como “investigar” um fundo de dividendos
Para descobrir onde os melhores gestores de fundos de dividendos investem, você pode acessar sites como o Mais Retorno, abrir o portfólio dos fundos e dar uma conferida nos ativos.
Com uma boa busca, você consegue identificar as ações que são mais consistentes nas carteiras.
Mas atenção: não cometa o erro de querer replicar exatamente a carteira de qualquer fundos de investimentos.
Fazendo isso, a sua chance de errar aumentará consideravelmente!
Portanto, use esta e as demais dicas deste artigo apenas como um norte.
Mas, tenha sabedoria para escolher ativos sólidos e que mais condizem com a sua estratégia de investimentos para viver de renda.
E boa sorte na jornada!
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E não deixe de conferir, também: Ações que mais pagam dividendos (2022).