Recessão econômica à vista: como se preparar?

A economia do ocidente dá sinais de que poderá entrar em colapso. Saiba o que fazer e como se preparar para uma possível recessão econômica.

3 de maio de 2022 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


Temos visto sinais claros de que a economia brasileira e de boa parte do ocidente poderá entrar em colapso. Entre medos e incertezas, muitos investidores ficam desnorteados, sem saber o que fazer. Mas, calma! Eu vou te mostrar como se preparar para uma possível recessão econômica.

Primeiramente, vamos entender que há diferenças entre uma simples crise econômica, uma recessão e uma depressão. Nos três casos, estamos falando de desaceleração da produção, de queda do investimento e do aumento do desemprego.

Mas a recessão é caracterizada, principalmente, pela retração do PIB (Produto Interno Bruto) – a soma das riquezas de um país – por dois trimestres ou mais.

A depressão, por sua vez, ocorre quando o PIB cai por mais de dois anos seguidos.

Teremos uma recessão econômica?

Não sabemos, ao certo, se temos uma recessão à vista. O cenário, contudo, não é dos melhores.

Somente em abril, tivemos uma inflação medida pelo IPCA-15 – de assustadores 1,73% – que não era vista desde 1995.

Nos Estados Unidos, a alta de preços já é a maior em quatro décadas.

E o governo projeta elevar os juros aos 3,5% ao ano. A taxa é inimaginável para os padrões norte-americanos.

Na zona do euro, o cenário inflacionário se repete, principalmente em decorrência da crise do coronavírus.

Medidas preventivas antirrecessão

A mistura explosiva de desaceleração econômica, aumento generalizado de preços e, consequentemente, dos juros, pode, sim, resultar numa recessão.

Entretanto, nunca saberemos, com antecedência, quando isso pode acontecer.

A verdade é que os governos têm muitas armas para tentar evitar uma crise mais profunda.

Eles conseguem, até certo ponto, controlar o consumo, a moeda e a taxa de juros, além de flexibilizar impostos e tributos.

Aliás, estamos passando por um momento de Quantitative Easing (QE) – ou flexibilização quantitativa. É quando o governo adota todas as estratégias possíveis de estímulo monetário.

Isso passa, por exemplo, pela compra de títulos públicos e privados pelo Banco Central, com a intenção de aumentar a oferta de dinheiro em circulação.

E é bom ter em mente que a economia é uma grande engrenagem, com muitos eixos e, portanto, bastante complexa.

Ou seja, há inúmeros fatores, muitos dos quais sequer conhecemos, que podem impedir ou acelerar uma recessão.

Logo, é infantil querer fazer um exercício de futurologia para prever o comportamento da economia e dos mercados.

Mas, e se a recessão vier? O que faremos?

Recessão econômica à vista: como se preparar?

Como se preparar para uma recessão econômica

Uma recessão econômica pode se deflagrar a qualquer momento. E muitos investidores podem ser pegos de calças curtas.

Para evitar que isto aconteça, é preciso tomar algumas providências com relação aos seus investimentos.

A primeira coisa a saber é que uma crise, mesmo mais severa, não afeta todos da mesma forma. Ou seja, nem todos passarão imunes; nem todos morrerão de fome.

A verdade é que alguns setores da economia chegam a se beneficiar das crises. Basta lembrar o que aconteceu com as fabricantes de álcool em gel em meio à pandemia.

Logo, a primeira coisa a fazer, antes de uma possível recessão, é organizar muito bem nossa carteira de investimentos.

Recessão econômica: invista em setores perenes

Independentemente do cenário econômico, alguns setores sempre tendem a performar bem.

Trata-se das empresas que fornecem produtos ou serviços de primeira necessidade.

Em momentos de turbulência na economia, crise de crédito e desemprego, as famílias costumam priorizar produtos essenciais. Entre eles, podemos citar os relacionado à alimentação básica, à limpeza e à higiene pessoal.

Da mesma forma, a população permanece consumindo água, luz, serviços de comunicação e saneamento, mesmo em períodos de forte recessão.

Então, é importante ter, na sua carteira de investimentos, empresas bem sólidas e já testadas pelo tempo. E que atuem nesses setores mais perenes e estratégicos.

E, se deixar para comprar no meio da crise, você ainda vai encontrar ações com um ótimo desconto.

Recessão econômica: tenha bons FIIs

Em momentos de grande incerteza financeira, os Fundos Imobiliários (FIIs) também podem ser uma boa alternativa para o investidor.

Estes ativos estão posicionados entre a renda fixa e as ações, no que tange ao fator “risco”. Alguns, como os de logística, papel e lajes corporativas, têm potencial de performar bem, mesmo durante uma recessão.

Mas fica o alerta: conheça o FII a fundo antes de fazer o aporte. É essencial avaliar seu portfólio de empreendimentos, sempre buscando solidez nos negócios e imóveis.

Recessão econômica: invista em renda fixa

A alta desenfreada da inflação e dos juros, comum em cenários de recessão da economia, sempre abre uma janela de oportunidades para quem gosta de investir em renda fixa.

Na crise de 2015/16, por exemplo, foi possível encontrar títulos públicos com rentabilidade superior a 17% ao ano.

Então, uma boa forma de assegurar rentabilidade futura, mesmo numa recessão, é investir em títulos do Tesouro Direto indexados à inflação (IPCA+).

Para aumentar a diversificação, você também pode investir em outros títulos de dívida atrelados ao IPCA, como as LCIs e LCAs, e os CRIs e CRAs.

Diversificação: a regra de ouro

Como você já deve ter notado, o principal, quando falamos de proteção do patrimônio, é a diversificação.

Recessão econômica à vista: como se preparar?

Assim, também é importante manter uma reserva em ouro – que sempre se valoriza nas crises – e até em criptomoedas (em menor porcentual).

Na prática, o investidor inteligente, de longo prazo, já constrói no dia a dia uma carteira de investimentos com proteção natural anticrise.

Esteja preparado antes da recessão

Aportar conscientemente em boas ações, fundos imobiliários, renda fixa e reserva de valor cria uma boa blindagem para encarar os vendavais do mercado.

E isso é o que sempre incentivo o investidor a fazer, sob chuva ou sob o sol, na brisa ou furacão.

Assim, você não cairá na tentação de ficar tentando prever topos e fundos, como um amador.

Entenda de uma vez por todas: você nunca vai saber pra onde o mercado vai!

Então, faça o bom feijão com arroz: primeiro escolha bons negócios, com lucros consistentes. Depois, mantenha uma boa diversificação. Com isso, você terá uma tendência de maior sucesso nos investimentos.

O resto é puro ego!

Pra se ter uma ideia, na carteira de investimentos que compartilho no canal do Investidor Sardinha, já chegamos a superar os 300% de rentabilidade, em 3 anos.

Hoje, estamos na casa dos 160%. E, na verdade, isso não importa tanto.

No fim das contas, é tudo uma questão de não tentar prever o futuro, não mudar a estratégia no meio do caminho e, claro, ir às compras quando todo mundo estiver morrendo de medo.

Agindo assim, você, como eu, vai passar suave pelas crises e, de quebra, conseguir um resultado muito melhor que o da manada!

E se, no fim das contas, o mundo acabar, paciência! Se tudo deixar de existir, a menor das preocupações vai ser o mercado financeiro.

Pode acreditar!

Se você gostou do conteúdo, veja mais detalhes no vídeo acima, que publiquei no canal do Investidor Sardinha.

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