4 de novembro de 2022 - por Jaíne Jehniffer
O Fundo de Crédito Privado é um tipo de fundo de investimento que aplica em títulos de crédito privado, isto é, títulos de renda fixa emitidos por empresas privadas.
Em resumo, os fundos de investimento funcionam como uma reunião de investidores. Sendo que o responsável por aplicar os recursos é o gestor do fundo.
Um detalhe importante é que, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), um Fundo de Crédito Privado deve investir mais da metade de seu patrimônio líquido em títulos de crédito privado.
Alguns exemplos de títulos de crédito privado são as debêntures, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e as notas promissórias.
Uma das vantagens de investir em Fundo de Crédito Privado é que você conta com um gestor profissional. Sendo assim, você não precisa analisar os ativos, esse papel é do gestor.
Por outro lado, uma desvantagem é o risco. Em comparação com os títulos públicos, os Fundos de Crédito Privado são mais arriscados, já que não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Quais são os ativos dos Fundos de Crédito Privado?
Os Fundos de Crédito Privado investem nos seguintes ativos:
1- Debêntures
As debêntures são títulos emitidos por empresas, com o intuito de captar recursos. Ou seja, por meio desses títulos os investidores, fundos e afins emprestam recursos para as empresas, em troca de uma taxa de juros.
Em relação à rentabilidade as debêntures podem ser prefixada, pós-fixada ou híbridas. Sendo que elas podem ser divididas em:
1- Debêntures simples
Esse tipo não tem nenhuma característica em especial. Ou seja, são apenas títulos de dívidas emitidos por empresas.
2- Conversíveis
As debêntures conversíveis podem ser convertidas em ações da empresa emissora.
Contudo, esse processo não é obrigatório, pois dependendo da precificação das ações da empresa no mercado, a conversão pode não compensar.
3- Incentivadas
Por fim, temos as debêntures incentivadas, que são isentas de imposto de renda. Esse tipo de debênture é isenta pois capta recursos para investimento em projetos de infraestrutura.
2- Notas Promissórias
O Fundo de Crédito Privado pode investir também em notas promissórias. Em síntese, as notas promissórias são títulos de Renda Fixa parecidas com as debêntures.
Portanto, elas também são emitidas por empresas, com o intuito de captar recursos.
No entanto, nesse tipo de título, o vencimento não pode ser superior a 360 dias. Sendo que elas podem ser pós-fixadas ou prefixadas.
3- CRA e CRI
Por fim, temos os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).
Ambos são títulos de crédito privado estruturados por securitizadoras, isto é, empresas responsáveis por obter os bens de uma organização.
Uma grande vantagem dos CRIs e CRAs é a isenção de imposto de renda. Além disso, esses títulos podem ter rentabilidade pós-fixada, prefixada ou híbrida.
Quais são as vantagens dos Fundos de Crédito Privado?
Algumas vantagens dos Fundos de Crédito Privado são:
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Diversificação da carteira de investimentos.
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A rentabilidade desse tipo de fundo pode ser bem mais atrativa do que os fundos de renda fixa tradicionais.
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Por fim, o fundo tem um gestor profissional, logo, o investidor não precisa se preocupar com a análise de ativos.
Desvantagens
Por outro lado, algumas desvantagens são:
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Os riscos desse tipo de fundo são maiores do que os investimentos tradicionais em renda fixa. Isso porque, os títulos são emitidos por empresas privadas, que têm chances maiores de inadimplência.
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Os Fundos de Crédito Privado não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), como ocorre com boa parte dos ativos de renda fixa.
Tributação do Fundo de Crédito Privado
Primeiramente, temos o Imposto de Renda e o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). No entanto, ele incide apenas em cima dos rendimentos que forem resgatados antes de 30 dias desde a aplicação.
Além disso, o Fundo de Crédito Privado tem o Imposto de Renda, que incide independente de quando você fizer o resgate.
Contudo, quanto mais tempo você ficar com a aplicação, menor será o imposto. Isso porque, esse tipo de fundo segue a tabela regressiva de renda fixa.
Dessa forma, a alíquota mais alta é de 22,5% e a mais baixa é de 15%. Isso de acordo com a tabela regressiva, confira:
Prazo de permanência | Alíquotas |
Até 180 dias | 22,5% |
Entre 180 a 360 dias | 20% |
Entre 361 dias até 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
Por fim, além do IOF e o IR, existe ainda a incidência do come-cotas, um tipo de cobrança que ocorre duas vezes ao ano, nos meses de maio e novembro.
Em resumo, o come-cotas funciona como uma antecipação de parte do Imposto de Renda sobre os ganhos.
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Fontes: Toro investimentos, Xpi e Eu quero investir.