25 de janeiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Uma carteira de dividendos é uma carteira de investimentos focada em ativos de empresas que são boas pagadoras de dividendos. Sendo assim, o objetivo é conseguir uma renda passiva por meio do recebimento de proventos.
Como as carteiras de dividendos são criadas com foco no longo prazo, é importante que o investidor analise profundamente a empresa que irá compor sua carteira. Ou seja, não basta apenas escolher a companhia que mais distribui proventos.
Além de optar por boas empresas, é preciso diversificar entre empresas e setores. Dessa maneira, se alguma companhia ou setor passar por baixa, a carteira inteira não será prejudicada.
O que é uma carteira de dividendos
Os dividendos são parte dos lucros das empresas distribuídos para os sócios. Já a carteira de dividendos, é uma carteira de investimentos montada com ativos que proporcionam boa distribuição de proventos. O intuito ao se montar este tipo de carteira, é obter renda passiva através do recebimento de dividendos.
Geralmente, a criação de uma carteira de dividendos é feita por pessoas que investem com foco no longo prazo. Desse modo, ao longo dos anos, o investidor ganha tanto com a valorização das ações, quanto com a distribuição de proventos.
Como montar uma carteira de dividendos passo a passo
A montagem de uma carteira de dividendos ocorre, basicamente, por meio da compra de ativos que proporcionam o pagamento de dividendos. No entanto, como se trata de investimentos com foco no longo prazo, é preciso de uma análise profunda antes de escolher os ativos.
1- Quais empresas distribuem dividendos
O primeiro passo para montar uma carteira de dividendos, é entender quais empresas pagam dividendos e o motivo. Para que uma empresa possa partilhar seus lucros, ela precisa, em primeiro lugar, gerar lucros e não são todas que geram.
Além disso, o percentual de lucro que será dividido é definido pelo conselho de administração. Ao definir a porcentagem, o conselho leva em consideração a perspectiva de crescimento do negócio. Dessa forma, quando a empresa precisa investir nela mesma para crescer, a porcentagem de lucros divididos é menor.
É por isso que, geralmente, as empresas jovens não distribuem mais dividendos. Por outro lado, as grandes empresas que possuem um grande market share e não têm grandes perspectivas de crescimento, normalmente, distribuem mais proventos.
É importante entender que as empresas que pagam muitos dividendos, geralmente, não irão passar por uma alta valorização no curto e médio prazo.
Afinal de contas, elas não possuem mais muito espaço de crescimento. Em contrapartida, as empresas jovens que não distribuem muitos proventos, podem passar por uma boa valorização a curto ou médio prazo.
2- Dividend Yield (DY)
O termo Dividend Yield significa rendimento de dividendo e é muito importante na montagem de uma carteira de dividendos. Sendo assim, o DY demonstra a relação entre os dividendos pagos e o preço da ação.
A fórmula do DY é: Dividend Yield = Dividendos pagos por ação / valor unitário da ação X 100. Sendo que quanto maior o resultado do cálculo, mais vantajoso é para o investidor.
O DY serve não apenas para indicar o quanto a empresa está pagando de retorno por ação, mas também para comparar as empresas e definir quais as que mais distribuem proventos.
Porém, é preciso tomar cuidado com essa comparação, já que, se o preço da ação estiver muito barato, vai parecer que a empresa distribui mais dividendos do que de fato ela distribui.
3- Dividend Payout
O Dividend Payout é usado para estabelecer a relação entre os dividendos distribuídos por uma empresa e os seus lucros durante determinado período.
O objetivo é determinar qual o percentual dos lucros da empresa está sendo destinado aos sócios e o quanto é destinado para reinvestir na companhia. O Dividend Payout serve também para comparar as empresas e descobrir quais reinvestem mais e quais distribuem mais lucros para os acionistas.
4- Histórico de dividendos
A análise do Dividend Yield e do Dividend Payout não devem ser realizadas apenas em um momento isolado da empresa. Em outras palavras, é importante considerar os dois indicadores em um grande período de tempo.
Dessa maneira, torna-se possível a análise do histórico de dividendo da empresa durante os anos. O objetivo é ter certeza que historicamente a empresa é uma boa distribuidora de proventos.
5- Análises
Como esse tipo de carteira de investimentos tem o foco no longo prazo, é preciso que o investidor submeta a companhia a uma análise criteriosa, como por exemplo, a análise fundamentalista. O importante é não escolher uma empresa apenas pelo fato de que ela é uma boa pagadora de proventos, pois o passado não garante futuro.
6- Periodicidade
As empresas são obrigadas a distribuir parte dos seus lucros, entretanto, a periodicidade em que essas distribuições são feitas, variam bastante. Dessa forma, a distribuição pode ser trimestral, semestral ou anual.
7- Risco
O intuito ao se montar uma carteira de dividendos, é receber proventos durante anos, com foco no longo prazo. Por isso, as empresas escolhidas devem ser mais sólidas e menos arriscadas.
8- Diversificação
Além de escolher empresas sólidas e maduras, é importante diversificar a carteira de investimentos. No entanto, não basta diversificar entre empresas diferentes, é preciso também que elas sejam de setores diferentes. O ideal é que a maioria dos ativos não possuem relação entre si.
Em relação à quantidade de ações a se ter em carteira, não existe um consenso no mercado. Mas é interessante que você tenha apenas a quantidade de empresas que consegue acompanhar. Nada de investir em uma empresa e esquecer que tem ela na carteira!
9- Fundos imobiliários na carteira de dividendos
Quando falamos em montar uma carteira de dividendos, normalmente pensamos em ações. Contudo, os fundos imobiliários podem ser uma boa opção para a sua carteira.
A principal vantagem de incluir os fundos na carteira de dividendos, é o fato de que eles distribuem no mínimo 95% dos aluguéis. Ou seja, o investidor recebe mensalmente parte dos lucros, de maneira proporcional à quantidade de cotas que possuir.
10- Carteira de dividendos para o longo prazo
Depois que você tiver seguido todos os passos anteriores e escolhido as empresas que irão compor a sua carteira, é importante lembrar que uma carteira de dividendos é para o longo prazo. Portanto, o ideal é que você faça aportes regulares e reinvista os proventos recebidos.
Como os dividendos são distribuídos de maneira proporcional à quantidade de ações que cada acionista possui, ao reinvestir você está aumentando os seus ganhos futuros. Esse é o chamado juros compostos da renda variável.
Ao montar uma carteira de dividendos, você pode escolher empresas que distribuem proventos em meses diferentes, assim você consegue receber proventos mensais. Veja o vídeo de Raul Sena e aprenda a fazer isso:
E aí, gostou de aprender a montar sua carteira de dividendos? Então descubra quais foram as Empresas que mais distribuíram lucro – Quais foram, ações e dividendos.
Fontes: Eu quero investir, Onze e Capital research
Imagens: Iq, Investidor no Japão, Millennial financeiro, Sociedade do investidor, Luiz fernando roxo, Value research online, Money crashers e Clube do valor