8 de outubro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
O coeficiente beta é um índice usado para relacionar a sensibilidade de um ativo em um portfólio. Desse modo, ele é útil para colocar em evidência o desempenho de um ativo em um período.
Nesse sentido, ele é uma forma de medir a volatilidade de um ativo em relação ao risco sistemático do mercado. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio da comparação entre a ação de uma empresa e o Ibovespa.
Ele é muito útil, pois aponta a variação da rentabilidade de um ativo e a carteira do mercado. Sendo assim, ele é muito relevante, já que permite a comparação de um ativo individual com o mercado como um todo.
O que é coeficiente beta?
O coeficiente beta é também chamado de Índice Beta ou apenas Beta. Ele é um índice teórico que relaciona a sensibilidade de um ativo em uma carteira de investimentos.
Sendo que ele é útil para colocar em foco o comportamento de um ativo no mercado financeiro, durante um período de tempo, por meio do seu nível de risco.
Além disso, o coeficiente beta também possibilita a identificação da direção que o retorno de um ativo, varia em relação às mudanças de um índice de mercado como, por exemplo, o Ibovespa.
Como funciona e importância
O coeficiente beta é usado pelos investidores como uma medida de risco. Afinal de contas, ele indica se a carteira ou ação está exposta ao mercado. Sendo que se o investidor preferir ativos com menores exposições ao mercado, ele deve optar por betas menores.
No entanto, se ele pretende aumentar sua exposição ao mercado, ele pode escolher betas altos. Vale destacar que existe uma relação entre risco e retorno no mercado. Sendo assim, ativos mais arriscados possuem maiores chances de trazerem retornos mais altos e vice-versa.
Logo, ativos com beta alto são mais arriscados, mas podem trazer altos retornos. É claro que a escolha do nível de risco deve ser de acordo com o seu perfil de investidor e estratégia. Enfim, o coeficiente beta é um importante indicador pois permite:
- Diferenciar os ativos agressivos ou defensivos;
- Verificar o comportamento do ativo em comparação com o mercado;
- Correlacionar o investimento dentro de uma carteira;
- Escolher os ativos de acordo com a estratégia de investimentos.
Cálculo do coeficiente beta
O cálculo do coeficiente beta é realizado por meio de um rácio entre a variação do rendimento de um ativo com a variação do retorno do mercado como um todo. Simplificando, a fórmula considera a divisão de duas variações:
Sendo que ΔRa é a variação no valor do ativo ou título e o ΔRm é a variação do índice de mercado. De uma maneira mais estruturada, o cálculo do Beta é feito pela covariância entre a rentabilidade da carteira com o ativo, dividida pela variância da rentabilidade da carteira ou do mercado:
Por fim, o beta de uma carteira inteira pode ser indicada pela média ponderada dos ativos que fazem parte do portfólio.
Significado dos valores do Beta
O β igual a 1 significa que o ativo tem a mesma variação da carteira do mercado. O β maior que 1 indica que o ativo tem um alto risco. Isso porque, o seu retorno varia mais do que o proporcional do mercado.
Logo, em variações positivas, a aplicação tende a render mais do que o índice do mercado. Porém, em variações negativas, a queda pode ser maior. Já o resultado de β menor que 1 significa que o ativo tem um baixo nível de risco.
Ou seja, o seu retorno varia menos do que o proporcional do mercado. O resultado β igual a zero indica que o ativo é indiferente às mudanças do mercado. Pode acontecer do retorno do ativo se manter constante, mesmo com as variações positivas ou negativas do índice de mercado.
Por fim, o β negativo aponta para um ativo que rende em direção oposta ao mercado. Um exemplo desse tipo de ativo são os metais preciosos, que costumam se valorizar em momentos de crises financeiras. Por meio dos significados dos valores de Beta, podemos tirar duas conclusões:
- Quanto maior o índice Beta, mais arrojada / arriscada é a carteira;
- Quanto menor o Beta, mais conservadora / menos arriscada é a carteira.
O Beta, CAPM e Índice de Treynor
A sigla CAPM significa Capital Asset Pricing Model. Em resumo, ele é útil para calcular o retorno que deve ser esperado de um ativo. Como o CAPM considera as características financeiras dos ativos, ele leva em consideração também o beta.
Além do beta, ele considera ainda a taxa de rendimento de um investimento livre de risco, que serve para definir o mínimo esperado na aplicação e a taxa de retorno de mercado (Rm). Por exemplo, vamos supor que um título sem risco tem a taxa de retorno em 5%, beta de 1,2% e taxa de rentabilidade do mercado de 9%. Logo, o cálculo é
E(Ra) = 5% + 1,2 x (8% – 5%)
E(Ra) = 8,6%
Portanto, o retorno esperado pelo ativo com beta de 1,2 é de 8,6%. Por outro lado, o Índice de Treynor foi desenvolvido por Jack Treynor, e ele tenta medir o quão bem a aplicação compensou os investidores por causa do seu risco.
Este índice depende do Beta, já que ele mede a sensibilidade de um ativo às variações do mercado, para medir o seu risco. Sendo assim, o Índice de Treynor se baseia em três dados:
- O retorno médio aritmético do ativo durante um período;
- O retorno médio aritmético de um ativo livre de risco;
- Beta do ativo.
E aí, gostou de aprender sobre o Índice Beta? Então aprenda ainda o que é Índice S&P 500: o que é, principais empresas e como investir
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