O cheque especial é uma modalidade de empréstimo automático, disponibilizado para os clientes, desde o momento da abertura da conta corrente.
A grande vantagem do cheque especial é que ele fica disponível automaticamente quando o saldo da conta acaba. Sendo assim, o acesso é facilitado e não precisa de análise de crédito.
Em contrapartida, o cheque especial é extremamente maléfico para as finanças pessoais. Isso porque, ele possui juros altíssimos, já que as instituições liberam o limite sem realizar uma análise de crédito do cliente.
O que é cheque especial?
O cheque especial, também conhecido como limite pré-aprovado, LIS ou cheque azul, é uma linha de crédito pré-aprovada que os bancos disponibilizam assim que uma conta corrente é aberta.
Ou seja, o cliente não precisa solicitar o cheque especial, já que ele é disponibilizado desde a abertura da conta. Apesar de não depender de análises de crédito, o cheque especial ainda é considerado um tipo de empréstimo.

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De maneira geral, as pessoas que usam o cheque especial fazem isto, pois estão passando por um período de aperto ou descontrole das finanças pessoais. Seja como for, é preciso ter cuidado com o cheque especial, já que ele possui juros muito altos.
Como funciona?
O cheque especial funciona como um tipo de empréstimo que está sempre disponível para o correntista. Portanto, quando o cliente usa todo o saldo que ele tinha na conta corrente, o banco automaticamente disponibiliza um valor pré-aprovado para que o cliente possa continuar gastando.
Por exemplo, se você tem R$ 300 reais em conta e paga um boleto de R$ 350,00 então os R$ 50,00 serão descontados do valor do cheque especial. Dessa forma, assim que entrar algum dinheiro na conta, o banco desconta automaticamente o valor devido mais os juros pelo empréstimo.

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A grande diferença entre as demais modalidades de empréstimo e o cheque especial, é que nos outros empréstimos é preciso solicitar o valor ao banco e passar por uma criteriosa análise de crédito.
Porém, no cheque especial o cliente não passa por análise de crédito. É claro que o fato de ser mais fácil de usar e ser aprovado sem análise, acarreta algumas desvantagens.
Primeiramente, os juros do cheque especial geralmente são mais altos do que os juros de outros tipos de empréstimos. Isso ocorre, pois o banco corre mais riscos ao liberar um empréstimo sem passar por uma análise de crédito. Ou seja, como ele não tem garantia de que irá receber o valor de volta, ele coloca os juros lá em cima.
Outra diferença é que as pessoas podem perder o controle financeiro mais fácil por meio do cheque especial, afinal de contas, é um valor que é liberado automaticamente. Sendo que, por vezes, as pessoas nem reparam que já acabou o dinheiro da conta e estão usando o cheque especial.
Regras de funcionamento
Desde 2018 foram implementadas algumas novas regras de funcionamento para o cheque especial. A intenção é evitar que os clientes fiquem confusos sobre o uso do limite pré-aprovado e que as pessoas passem a usar esse crédito de forma mais consciente. Enfim, as principais mudanças foram:
1- Notificação: O banco deve evitar uma notificação para o cliente avisando que ele começou a usar o limite do cheque especial. O objetivo do aviso é que o cliente tenha conhecimento de que está utilizando uma linha de crédito com juros altos.

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2- Extrato: No extrato deve constar qual o cheque especial e qual o valor disponível na conta. A intenção é evitar que os clientes façam confusão sobre os valores.
3- Negociação: Os clientes podem entrar em contato com o banco e negociar melhores condições de pagamento.
4- Juros mais baixos: Se o cliente tiver uma dívida no cheque especial superior a 15% do seu limite de crédito por mais de 30 dias, o banco deve oferecer uma linha com juros mais baixos.
5- Tarifa: O banco pode cobrar uma tarifa de pré-aprovação do cheque especial. Dessa maneira, se você tiver um limite aprovado acima de R$ 500,00 ele pode cobrar tarifas de até 0,25% ao mês sobre o excedente, mesmo que você não use o limite.
Juros do limite pré-aprovado
Os juros do cheque especial sempre foram altíssimos, chegando a 327% ao ano. Contudo, desde janeiro de 2020 o Banco Central estabeleceu que a taxa de juros máxima é de 8% ao mês e de 150% ao ano. É uma redução considerável, porém, ainda são juros muito altos que podem destruir sua vida financeira, caso você perca o controle.
Para não perder o controle, é preciso saber como calcular os juros do limite pré-aprovado e ter controle financeiro. Sendo que, o cálculo é diferente das outras linhas de crédito. Primeiramente, é preciso considerar que apesar de as taxas serem acrescidas no valor principal do mês, a cobrança é realizada diariamente.

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Além disso, são usados os juros compostos. Desse modo, no primeiro dia do uso do cheque especial a taxa de juros recai sobre o total inicialmente devido. Entretanto, no dia seguinte, a taxa incide em cima do valor inicial mais os juros do dia anterior. Ou seja, vai virando uma verdadeira bola de neve.
Normalmente as instituições disponibilizam em seus aplicativos e sites uma calculadora dos juros compostos. Sendo assim, basta consultar qual a taxa cobrada no seu banco e calcular o valor que você irá pagar, caso use o limite pré-aprovado.
Um detalhe importante é que além dos juros, é descontado também o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e correção monetária.
O que acontece se não pagar o cheque especial?
Caso você não pague sua dívida do cheque especial, você terá que lidar com algumas consequências como, por exemplo, não conseguir acessar novas linhas de crédito, ter o nome cadastrado em órgãos de proteção de crédito e ficar com o nome sujo. Além disso, enquanto você não pagar, os juros continuam a ser acrescentados na dívida.

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De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), quando uma pessoa é registrada no cadastro de inadimplentes do SPC e Serasa, o seu nome deve ser limpo depois de cinco anos. No entanto, mesmo que o CPF fique regularizado, a dívida continua existindo, as cobranças podem continuar acontecendo e a dívida permanece no histórico do cidadão.
Como se livrar do cheque especial?
Como o cheque especial possui juros muito altos, é preciso tomar cuidado com o seu uso. De fato, o mais recomendado é ter um controle financeiro e uma reserva de emergência para evitar situações em que o uso do limite pré-aprovado se faça necessário. Entretanto, se você já está enrolado com o cheque especial, temos algumas dicas:
1- Negocie: Se você está com um valor alto demais para pagar do cheque especial, não perca tempo e negocie a dívida. Para isso, basta conversar com o gerente do banco e encontrar um meio termo para que você possa se livrar da dívida. Antes de negociar analise sua situação financeira e verifique o quanto você consegue pagar.

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2- Diminuir o limite ou cancelar: Você pode pedir ao seu banco a redução do limite do cheque especial ou ainda cancelar essa opção. A alternativa de cancelar é especialmente vantajosa para as pessoas que não possuem controle financeiro. Sendo assim, ao cancelar você não corre mais o risco de começar a usar o cheque especial sem perceber.
3- Crédito com juros menores: A terceira forma de se livrar do cheque especial, é pegar um empréstimo que possui juros mais baixos para pagar totalmente a dívida com juros altos. A vantagem dessa opção é que além dos juros serem menores, o prazo de pagamento é maior.
4- Controle financeiro: A maneira principal de se livrar de vez do limite pré-aprovado, é tendo controle financeiro. Por meio do controle você analisa suas dívidas, despesas fixas, variáveis e gastos supérfluos e sua renda.
Dessa maneira, é possível economizar dinheiro e quitar as dívidas. Aprenda sobre Controle financeiro, o que é? Conceito, como fazer e dicas para alcançar
Fontes: Creditas, Serasa e Quiteja
Imagens: Guia bolso, Suno, Assespro, Newtrade, Exame, Extra e Reviewbox