29 de janeiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
A deflação é a queda generalizada dos bens e serviços, durante um determinado período. Podemos ver a deflação como o inverso da inflação, já que nesta ocorre um aumento dos preços dos produtos e serviços.
Apesar de inicialmente a queda dos preços parecer uma situação muito boa, na verdade existem alguns riscos. Isso porque, quando a deflação ocorre por longos períodos, ela pode colocar a economia nacional em perigo.
Ao se prolongar, a deflação causa um círculo vicioso resultando na diminuição de renda e desemprego da população. Portanto, o ideal é um cenário de controle em que o aumento dos preços acompanhe o aumento de salários e o poder de compra da população.
O que é deflação
A deflação é a diminuição generalizada dos preços de produtos e serviços durante determinado período. Em outras palavras, a deflação é o processo inverso da inflação, já que esta representa o aumento generalizado dos preços de bens e serviços.
É importante não confundir deflação com desinflação. A deflação é a diminuição dos preços. Já a desinflação, ocorre quando os preços sobem em um ritmo mais lento do que o previsto. Os preços continuam a subir, mas houve um processo de desaceleração da inflação.
No Brasil, ocorreram mais situações de inflação do que de queda dos preços. No entanto, em alguns momentos pontuais, como na Crise de 1929, a deflação apareceu. Naquela época, houve uma deflação de 8,9%.
Causas da deflação
A principal causa da deflação é o excesso de oferta de produtos em comparação com a demanda. Ou seja, é a velha lei da oferta e procura. Isto é, quando existem mais pessoas querendo comprar do que produtos disponíveis, temos um aumento dos preços, o que caracteriza a inflação.
Em contrapartida, quando existem mais produtos sendo vendidos, do que pessoas querendo comprar, a consequência é a queda dos preços.
Vamos para um exemplo prático. Suponhamos que houve uma alta na produção de batatas. Entretanto, as pessoas não estão muito interessadas em comprar este produto. Sendo assim, para estimular o consumo, os preços baixam, causando deflação.
Outro fator que pode ocasionar a deflação é a quantidade de moeda em circulação. Em resumo, pouco dinheiro em circulação significa que as pessoas estão comprando menos. Com menos pessoas querendo comprar, a tendência é a diminuição dos preços para que o consumo seja estimulado.
Riscos
Inicialmente, a deflação parece uma coisa boa, afinal de contas, com a queda dos preços, as pessoas conseguem comprar mais por menos. Contudo, assim como a inflação descontrolada traz riscos, a deflação por longos períodos pode ter impactos negativos na economia.
Acontece que a queda generalizada dos preços atrapalha as empresas, o que causa desemprego e, em última instância, impacta a economia do país. Basicamente, ocorre uma cadeira deflacionária.
Para entender a cadeia deflacionária, vamos imaginar que a dona da fazenda produtora de batatas, que usamos como exemplos anteriormente, não conseguiu vender as batatas. Para tentar minimizar os prejuízos, ela diminui os preços, mas, mesmo assim, não consegue vender tudo e acaba com um grande prejuízo.
Suponhamos que o prejuízo foi tão alto, que ela teve que demitir alguns funcionários. Esses trabalhadores, que agora estão desempregados, são obrigados a diminuir seus gastos, já que perderam sua fonte de renda. Desse modo, eles param de consumir produtos que antes consumiam.
Vamos supor que, para economizar, eles pararam de fazer compras em grandes supermercados. Com a diminuição de pessoas comprando nos supermercados, a necessidade de encomendar produtos é afetada.
A indústria então é impactada, já que precisa produzir menos, pois a demanda do supermercado é menor, sendo assim, a indústria pode comprar menos batatas, por exemplo.
Em resumo, a cadeia deflacionária é como uma bola de neve que se auto alimenta e pode causar grandes impactos nos trabalhadores, empresários e todos que fizerem parte do sistema. Dessa forma, podemos concluir que a deflação, apesar de parecer boa, é tão perigosa quanto a inflação.
Deflação, desinflação e inflação
Os três termos podem ser parecidos, mas os seus significados e impactos na economia são diferentes:
Deflação: A deflação é a queda generalizada dos preços de bens e serviços. Uma das principais causas é o excesso de oferta frente à demanda, o que causa a diminuição dos preços para estimular o consumo.
Desinflação: A desinflação é o processo onde a inflação ocorre em ritmo mais lento do que o esperado. Neste cenário, os preços dos bens e serviços ainda sobem, porém, de uma maneira gradual.
Inflação: A inflação é o aumento generalizado do preço de produtos e serviços. Neste caso, as pessoas perdem o seu poder de compra, já que não conseguem comprar o mesmo item com a quantidade de dinheiro de antes. Por exemplo, para comprar o mesmo pacote de arroz que você comprava há dois anos, é preciso de muito mais dinheiro.
As variações de preços e o IPCA
O IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, é divulgado mensalmente pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O índice IPCA representa as variações de preços de uma cesta básica de bens e produtos. Dessa maneira, ele serve para indicar se o mercado está com inflação, deflação ou desinflação.
O IPCA é usado também como indexador em alguns investimentos de renda fixa. Um exemplo disso, é o Tesouro IPCA +, uma modalidade do Tesouro Direto. Nessa opção de investimento, o retorno do investidor é definido com base no IPCA mais uma taxa combinada no momento da aplicação.
E aí, curtiu conhecer sobre a deflação? Então aproveita para descobrir o que é a Hiperinflação – Definição, causas, histórico e consequências.
Fontes: G1, Dicionário financeiro, Onze e Toro investimentos
Imagens: Bko, The cap, Plataforma fast trade, Setcesp, Econsult e Bremenkampcf