Escola de Chicago, o que é? Ideais defendidos e diferença entre Austríaca

16 de fevereiro de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 4 min, 57 seg


A Escola de Chicago é uma escola de pensamento econômico baseada nos ideais neoliberais. Dessa maneira, ela defende o livre mercado e a teoria dos preços para que a economia possa se desenvolver sozinha sem intervenção estatal

O nome Escola de Chicago deriva do fato de que os seus principais defensores eram professores na Universidade de Chicago. Porém, as ideias defendidas por eles não eram compactuadas por todos os docentes. 

A Escola de Chicago foi duramente criticada por vários economistas. No entanto, seus ideais se difundiram e influenciaram líderes econômicos e instituições mundiais, como por exemplo, o Fundo Monetário Internacional.

O que é Escola de Chicago?

A Escola de Chicago é uma escola de pensamento econômico considerada como uma das mais relevantes na economia. Dentre os princípios defendidos está o livre mercado. Sendo assim, o objetivo é uma economia livre da intervenção estatal. 

O nome Escola de Chicago passou a ser usado, na década de 1950, para se referir aos professores do Departamento de Economia de Chicago e de outras áreas, como a Faculdade de Direito e a Escola Superior de Administração.  Portanto, os ideais liberais foram difundidos sobretudo pelos professores da Universidade de Chicago.

Entre eles, podemos destacar os ganhadores do prêmio Nobel da Economia George Stigler e Milton Friedman. Esses docentes frequentemente promoviam debates, onde discutiam sobre assuntos econômicos, tendo como base a teoria dos preços.

Catraca livre

Apesar de receber duras críticas de vários economistas que não acreditavam nas ideias defendidas pela Escola de Chicago, seus ideais foram utilizados por diversos líderes de Estados, como por exemplo, Augusto Pinochet e Margaret Thatcher.

A Escola de Chicago influenciou também algumas instituições mundiais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Enfim, diversos países com dificuldades econômicas também adotaram os ideais neoliberais como uma solução para seus problemas. Consequentemente, entre 1980 e 1990 várias empresas estatais foram privatizadas.

Ideais defendidos

As ideias defendidas pela Escola de Chicago, se relacionam ao neoliberalismo econômico. Desse modo, eles defendem o livre mercado e rejeitam correntes opostas, como por exemplo, os princípios keynesianos.

Além disso, eles rejeitam a regulação dos negócios, a favor da teoria laissez-faire (deixe fazer), onde o mercado é livre para se autorregular sem a intervenção estatal.

Entretanto, os ideais neoliberais defendidos na Escola de Chicago, não se relacionam exatamente com a maneira com que os governos atuam, estando mais ligados à livre economia.  

Escola de Chicago, o que é? Ideais defendidos e diferença entre Austríaca

Focus

Outra base da Escola de Chicago, se refere à teoria dos preços, também conhecida como microeconomia. Essa teoria é voltada para análise dos preços no mercado, com o objetivo de avaliar como a empresa e o consumidor se relacionam entre si na definição dos preços e quantidades de produtos e serviços. 

Em outras palavras, a teoria dos preços analisa a relação entre a oferta e a demanda no estabelecimento de preços. A intenção é explicar como os preços são determinados e quais os fatores que influenciam em seus ajustes. 

Por fim, a metodologia da Escola de Chicago é voltada para os estudos empíricos com base em estatísticas. Portanto, o foco está sobretudo na análise estatística de dados, em prejuízo da teoria econômica.

Outro ponto importante da Escola de Chicago, é que ela se destaca por se dedicar a estudar assuntos de natureza ampla, que engloba desde a escravidão até a demografia. 

Milton Friedman

O economista estadunidense Milton Friedman é considerado como o principal pensador e defensor da Escola de Chicago. Além de ser reconhecido como um dos economistas mais importantes do século XX, Friedman é famoso também por criticar as ideias de John Maynard Keynes, que inspirou o keynesianismo.

Em resumo, o keynesianismo defende o bem-estar social, onde o crescimento econômico seria resultado dos gastos públicos. Para se opor a essa teoria, Milton Friedman criou o monetarismo.

Escola de Chicago, o que é? Ideais defendidos e diferença entre Austríaca

Ideias radicais

O monetarismo tem como foco central a política monetária e os efeitos que ela causa nos preços no curto e longo prazo. As ideias defendidas pelo monetarismo eram: livre comércio, controle da emissão de papel-moeda e redução (ou extinção), da intervenção do Estado na Economia. 

Milton Friedman publicou vários livros, um dos mais famosos é Capitalismo e Liberdade, onde defende ideias como alistamento voluntário, câmbio flutuante e a abolição da licença médica. Ele também publicou monografias, artigos acadêmicos e fez palestras.

Os temas por ele abordados eram macroeconomia, microeconomia, políticas públicas e história da economia.  Dentre seus livros mais conhecidos estão: Episódios da História Monetária, Price Theory, A theory of the consumption function e Livre para escolher: um depoimento pessoal.

Escola de Chicago versus Austríaca

A Escola Austríaca de Economia, assim como a Escola de Chicago, é considerada como uma das principais escolas de pensamento econômico. Sendo que a Escola Austríaca é conhecida por questionar as teses socialistas e defender o liberalismo. 

Escola de Chicago, o que é? Ideais defendidos e diferença entre Austríaca

Instituto liberal

Ambas as Escolas exerceram forte influência no século XX e a Escola de Chicago surgiu com base justamente nos princípios defendidos pela Escola Austríaca.

Por fim, a principal diferença entre elas, é que a Austríaca defende o liberalismo e contesta o socialismo. Já a de Chicago defende o neoliberalismo e se opõe ao keynesianismo. 

Enfim, agora que você aprendeu sobre a Escola de Chicago e seus ideais, aproveite para entender o que é política econômica, liberalismo e Neoliberalismo, o que é? Origem, características, ideário e liberalismo

Fontes: André bona, Nexo jornal e André bona

Imagens: Focus, Instituto liberal, Milton Friedman, Catraca livre e Vez da voz