Fundos de índices, o que são? Como funcionam, tipos e como investir

2 de junho de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 6 min, 57 seg


Os fundos de índices são um tipo de fundo de investimento focado em replicar a carteira teórica de um índice de referência. Sendo assim, a intenção é que o rendimento do fundo seja semelhante ao do índice.

Como esses fundos aplicam nos diversos ativos que compõem um índice, eles são vantajosos para os investidores que desejam diversificar a carteira de investimentos.

Em contrapartida, eles não garantem que os ativos que compõem a carteira possuem boa qualidade, já que não é feita uma análise qualitativa dos ativos.

O que são fundos de índices?

Os fundos de índices, também conhecidos como ETFs – Exchange Traded Funds, são um tipo de fundo de investimento que utilizam índices como referência. Em outras palavras, os fundos de índices são fundos de investimento que replicam a carteira teórica de um índice, com o objetivo de conseguir um resultado semelhante ao desempenho do índice.

A ideia de criar um fundo para acompanhar um índice, surgiu no final dos anos 1980 nos Estados Unidos. Inicialmente, desenvolveu-se o produto Index Participation Shares para acompanhar o índice S&P 500 e negociar ações com a American Stock Exchange (AMEX) e Philadelphia Stock Exchange (PHLX).

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Entretanto, o produto não teve apoio do mercado e sofreu, inclusive, um processo da Chicago Mercantile Exchange (CME). Enfim, o produto acabou sendo retirado. Alguns anos depois, em 1990, veio o primeiro fundo autorizado, o Toronto Index Participation, do Canadá. Esse fundo também não durou muito tempo.

Três anos depois, os Estados Unidos tentaram novamente lançar um fundo para seguir um índice e conseguiram que o S&P 500 SPDR fosse autorizado e se tornasse o maior fundo de índice do mundo. Com o passar do tempo, diversos ETFs surgiram ao redor do mundo e se consolidaram como uma boa opção de investimento. 

Como funcionam?

O funcionamento dos fundos de índices é parecido com os demais fundos de investimento. Portanto, eles funcionam como uma reunião de investidores com o objetivo de aplicar em um tipo de ativo em comum. Sendo que suas cotas são negociadas na bolsa e no mercado de balcão organizado.

No entanto, os ETFs se diferenciam dos demais fundos, pois o gestor não é responsável por analisar os ativos e montar uma carteira. Na verdade, o gestor é responsável por investir nos mesmos ativos do índice, para que o rendimento do fundo seja similar ao índice.

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Quando os ativos que compõem a carteira do fundo pagam dividendos, os valores são utilizados pelo gestor na compra de novas ações. Dessa forma, é possível manter a aderência ao índice. Além disso, o gestor pode alugar uma parte da carteira de ações e a arrecadação obtida é convertida a favor dos investidores.

Como os ETFs são fundos abertos, os investidores podem criar cotas e o fundo pode aumentar de tamanho. Por outro lado, as cotas existentes também podem ser canceladas e o fundo pode diminuir de tamanho. Logo, com o cancelamento das cotas, o investidor recebe o capital equivalente às partes canceladas.

Sendo que a criação, ou anulação de cotas, é realizada em dinheiro ou através de ativos da carteira. Essas operações são chamadas de In-cash e In-kind e elas dependem das regras previamente estipuladas pelo ETF. Normalmente, esse processo ocorre no mercado primário de cotas.

A emissão e o resgate de cotas possuem um valor patrimonial, estabelecido no fechamento do dia em que a ação foi solicitada. O cálculo é feito por meio da divisão do patrimônio líquido pelo número de cotas do fundo no dia.

Agentes responsáveis pelos ETFs

Os fundos de índices são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Secretaria da Receita Federal (SRF). Desse modo, a CVM é responsável pelas questões referentes à constituição e funcionamento dos ETFs. Em contrapartida, a SRF fica responsável pelas questões tributárias. Outros agentes responsáveis pelos ETFs são:

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  • Administrador: Responsável pela manutenção e funcionamento do ETF;
  • Gestor: Realiza a administração da carteira do fundo;
  • Provedores de índice: São os responsáveis por calcular e fixar as condições de uso do índice de referência, como, por exemplo, o Dow Jones e a BM&FBOVESPA;
  • Bolsa: A B3 é responsável por analisar a documentação do fundo para que as cotas sejam listadas;
  • Corretoras: Fazem a intermediação das negociações;
  • Formador de mercado: É um agente contratado pelo administrador para manter a liquidez das cotas;
  • Agente autorizado: É responsável por mediar os investidores e os administradores no mercado primário.

Tipos de fundos de índices

No Brasil, os ETFs são focados em ações do Ibovespa, empresas pagadoras de dividendos ou de algum setor específico. Já no exterior, existem ETFs compostos por outros ativos que não sejam ações, como, por exemplo, títulos de crédito privado. Enfim, alguns tipos de fundos são:

1- Renda variável: Esses ETFs aplicam em ações e seu rendimento irá variar conforme as oscilações das ações. Por exemplo, um ETF que segue o índice Ibovespa espera obter um rendimento similar ao Índice Bovespa.

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2- Renda fixa: O foco dos fundos de índices em renda fixa é aplicar em títulos públicos e privados tendo como base um índice de renda fixa que seja reconhecido pela Comissão de Valores Mobiliários. 

3- Segmento: A ideia dos ETFs de segmento é aplicar em determinado setor da economia, como, por exemplo, o setor de finanças, energia limpa e tecnologia.

4- Commodities: Também chamados de ETC, esses fundos de índices aplicam em vários tipos de commodities como produções agrícolas e metais preciosos.

5- Moedas: Por fim, temos os ETFs que são vinculados a moedas, por exemplo, euro, dólar e coroa. Normalmente, o fundo possui uma cesta incluindo diferentes tipos de moedas.

Vantagens e desvantagens

Uma das principais vantagens de aplicar em fundos de índices, é a possibilidade de diversificar a carteira de investimento através de uma cota. Outra vantagem é que os ETFs possuem uma baixa taxa de corretagem. Isso porque, a gestão do fundo é passiva, o que faz com que existam poucas despesas de operação.

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Existe ainda a vantagem de que os ETFs são transparentes em relação às transações realizadas e a composição da carteira e oferecem acompanhamento em tempo real. Por outro lado, como desvantagem temos que os ETFs se baseiam apenas na carteira do índice de referência e não na qualidade dos ativos.

Ou seja, ao comprar cotas de fundos de índices você está garantindo uma boa diversificação da carteira, mas não existe garantia de que os ativos serão de qualidade. Além disso, existe a desvantagem do risco, já que a maioria dos fundos de índices são de renda variável e passam por oscilações.

Como investir em fundos de índices?

O primeiro passo para investir em fundos de índices, é analisar se esse tipo de fundo se encaixa com o seu perfil de investidor e objetivos. Depois disso, é preciso abrir uma conta em uma corretora de valores e fazer uma transferência.

Por fim, analise as opções de ETFs disponíveis e adquira quantas cotas desejar. A compra de cotas ocorre da mesma maneira que a compra de ações. Sendo assim, basta entrar no home broker durante o horário de funcionamento do mercado e comprar as cotas.

Porém, se você deseja diversificar no exterior, você pode investir em ETFs por meio de corretoras internacionais. Veja o vídeo de Raul Sena e descubra porque os ETFs são a melhor forma de começar a investir no exterior:

E aí, gostou de aprender sobre os fundos de índices? Então aproveite para aprender Como investir no exterior? Vantagens e 6 alternativas de aplicações

Fontes: Clear, Easynvest e André bona

Imagens: E-investidor, Aprenda a investir, Investnews, Metrópoles, Portal da riqueza e Dica de hoje 7