Indicadores imobiliários: quais são os principais

27 de outubro de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Os indicadores imobiliários servem como uma forma de estudar o cenário econômico. Isso porque eles permitem um olhar comparativo, técnico e amplo da realidade.

Sendo assim, esses indicadores ajudam empresas, corretoras, clientes e governos a analisarem o mercado e fecharem negócios. Em outras palavras, eles servem como base das tomadas de decisões.

Além disso, o mercado passa por altos e baixos. Desse modo, é essencial saber como está o mercado antes de tomar qualquer decisão.

O que são indicadores imobiliários?

Os indicadores imobiliários possuem dados que servem para analisar o mercado. Sendo que eles podem ser públicos ou privados. Alguns exemplos são: taxa Selic, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Enfim, alguns fatores que influenciam os indicadores são:

  • Disponibilidade de crédito no mercado;
  •  Preço dos materiais;
  • Confiança do consumidor;
  • Situação política.

Indicadores imobiliários: quais são os principais

Se levarmos em conta o histórico do mercado imobiliário, ele está ligado às condições macroeconômicas. Dessa forma, quando o cenário econômico está bom, o setor imobiliário tem bons resultados. No entanto, as épocas de crise também afetam este setor.

Sendo assim, os indicadores econômicos estão ligados com o mercado imobiliário. Por exemplo, quando a taxa Selic está baixa, o consumo é estimulado. Desse modo, as condições de financiamento ficam mais atrativas para os clientes. Portanto, a taxa Selic baixa é boa para este mercado.

Importância dos indicadores imobiliários

Os indicadores imobiliários são muito importantes para as empresas, governo, corretores e clientes. Isso porque, por meio dele, é possível entender como está o mercado. Dessa maneira, eles são úteis como base para tomada de decisões mais acertadas.

Por exemplo, uma pessoa que quer investir em imóveis, deve saber como está o mercado para poder investir no momento mais vantajoso. Eles servem ainda para explicar algum fator. Por exemplo, o aumento das vendas de materiais. Esse fator pode ser resultado do aumento da atividade econômica na construção civil.

Sendo que a variação de preços dos materiais influencia o INCC. O INCC, por sua vez, é um dos indicadores que compõem o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Já o IGP-M serve como base para os reajustes de contratos de aluguéis. 

Indicadores imobiliários: quais são os principais

Principais indicadores imobiliários

Existem muitos indicadores no mercado imobiliário. Os principais são:

1- ICC-M

INCC-M é o Índice Nacional de Custos da Construção do Mercado. Ele é calculado pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. O INCC-M tem como intuito acompanhar os preços dos imóveis habitacionais. Ou seja, no seu cálculo é levado em conta os preços de materiais, mão de obra e equipamentos. A coleta de dado é feita em 7 capitais no Brasil:

  1. São Paulo;
  2. Brasília;
  3. Rio de Janeiro;
  4. Belo Horizonte;
  5. Salvador;
  6. Porto Alegre;
  7. Recife.

O INCC-M pode ser usado no reajuste das parcelas dos imóveis em fase de construção. Além disso, ele faz parte do IGP com uma participação de 10%.

Indicadores imobiliários: quais são os principais

2- CUB

O CUB é o Custo Unitário Básico da Construção Civil. Ele é um dos indicadores mais importantes. Isso porque ele aponta os custos médios de materiais e mão de obra. Sendo assim, ele é muito usado nos contratos de imóveis em fase de construção.

O CUB pode ser usado apenas em imóveis em fase de construção. Ou seja, como ele se refere aos custos da construção de um imóvel, ele não pode ser usado em imóveis prontos. O CUB foi criado pela Lei Federal 4.591 de 16 de dezembro de 1964.

O seu cálculo é feito de forma mensal pelo Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção Civil. Sendo que a coleta de dados ocorre por meio dos preços dos materiais. Como ele representa o custo parcial da obra, ele não leva em conta os custos adicionais. Dessa forma, ele serve como parâmetro dos custos dos imóveis, assim como o INCC.

3- O IGP-M é um índice do mercado imobiliário

O IGP-M é de responsabilidade da FGV. Ele é uma das versões do IGP, as outras são: 

  • IGP-10: Índice Geral de Preços- 10;
  • IGP-DI: Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna.

O cálculo do IGP-M é feito de forma mensal e ele é usado nos contratos de compra e venda de imóveis construídos. Além disso, ele é útil na correção de contratos de aluguéis.

Indicadores imobiliários: quais são os principais

Sendo assim, em boa parte dos contratos de locação, existe uma cláusula que aponta que o reajuste será feito com base no IGP-M. Por fim, o IGP-M é ainda um dos indicadores usados para medir a inflação.

4- Índice FipeZap

Este índice é feito pelo Portal Zap e pela FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Esse índice aponta as variações dos preços no setor imobiliário em 50 grandes cidades do país.

Desse modo, ele é uma boa forma de acompanhar os preços de venda e aluguel de imóveis por todo o Brasil. Por isso, ele é muito útil tanto para compradores quanto para vendedores e corretoras.

5- Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil

Ele foi criado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sendo que ele é feito em convênio com a Caixa Econômica Federal. Em resumo, ele faz uma análise dos custos médios de construção em todos os estados do Brasil.

6- SECOVI

Os Indicadores de Mercado SECOVI oferecem vários dados úteis. Por exemplo, o número de processos por causa da falta de pagamento dos condomínios. O Sindicato de Habitação (SECOVI) de São Paulo é tido como o maior do mercado imobiliário da América Latina. Dessa maneira, ele disponibiliza os resultados da Pesquisa Mensal de Locação Residencial e da Pesquisa do Mercado Imobiliário (PMI).

7- ABRAINC / FIPE

A FIPE e a ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliários), fizeram uma parceria. Dessa maneira, todos os meses as duas instituições divulgam as vendas, entregas e oferta final. Além disso, elas relevam a quantidade de rompimento de contratos no mercado imobiliário.

8- CRECI

O CRECI – Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo, faz uma pesquisa com mais de 1,5 mil corretoras no estado. Com essa pesquisa, ele obtém dados sobre a locação e venda de imóveis. Sendo que o relatório do CRECI é mensal.

9- INPC

INPC é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Mensurado pelo IBGE, o INPC existe desde 1979. O seu cálculo considera a coleta de dados do dia 1º do mês até o último dia, isto é, dia 30, 31 ou 28/29 no mês de fevereiro. A coleta de dados ocorre em imóveis residenciais, comerciais e prestadores de serviços. Enfim, o INPC serve como base para o reajuste de contratos de imóveis já construídos.

10- MCC

O Monitor da Construção Civil é muito importante no mercado imobiliário, mesmo não sendo muito conhecido. Ele aponta as movimentações no setor imobiliário brasileiro. Dessa forma, ele serve como base para definir estratégias conforme o perfil da pessoa ou empresa.

Além disso, o Índice de Atividade da Construção Civil (IACI), faz parte do MCC. Em resumo, ele mensura a metragem quadrada em construção civil, estruturas, fundações e acabamentos.

11- Indicadores do registro imobiliário

Este é um indicador novo. Ele passou a ser publicado em 2019 pela Fipe e as Associações dos Registradores Imobiliários. Em síntese, ele reúne as estatísticas de transferências de imóveis. Dessa forma, a intenção é dar maior transparência para as transferências de imóveis. Sendo que ele engloba os municípios de:

  • São Paulo (SP);
  • Maringá (PR);
  • Rio de Janeiro (RJ);
  • Joinville (SC).

12- IPCA

O IPCA é um dos principais indicadores de inflação do Brasil. O IPCA indica a variação do custo de vida médio de famílias entre 1 e 40 salários mínimos. Desse modo, o seu cálculo é feito de forma mensal pelo IBGE e serve como um tipo de previsão da oferta e demanda de alguns produtos. 

13- Selic

Por fim, temos ainda a taxa Selic, também chamada de taxa básica de juros. Isso porque, ela influencia as outras taxas de juros do mercado. Enfim, ela é definida pelo Banco Central do Brasil (Bacen) e serve como uma forma de controlar o acesso ao crédito.

Indicadores imobiliários: quais são os principais

Ou seja, por meio dela o Bacen aumenta ou diminui o acesso ao crédito. É claro que isso também afeta o setor imobiliário. Afinal de contas, a Selic está ligada ao:

  • Índice de taxas referentes a créditos;
  • Reajustes de contratos.

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