Cenário econômico – Variáveis e impactos nos investimentos

6 de abril de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 5 min, 37 seg


Entender o cenário econômico, ou seja, o contexto do mercado e da economia, é fundamental para os investidores que desejam tomar melhores decisões sobre suas aplicações. Isso porque, variáveis como inflação e taxa de juros, afetam diretamente o retorno de alguns tipos de investimentos. 

O contexto econômico pode ser usado também na tomada de decisões sobre o mercado e para aproveitar oportunidades de investimentos. Apesar de ser importante compreender o cenário econômico, já que ele afeta a rentabilidade e pode indicar oportunidades, ele não deve ser um fator determinante na montagem de uma carteira. 

Em outras palavras, não é aconselhável que o investidor mude a sua carteira a cada mudança ocorrida no cenário econômico. Portanto, o recomendável é que você monte uma estratégia de investimentos de acordo com seus objetivos, e se mantenha fiel à estratégia escolhida.

Variáveis que afetam o cenário econômico

Existem cinco variáveis que afetam o cenário econômico e, consequentemente, os investimentos, são elas: inflação, taxa de juros, câmbio, Produção Industrial e nível de emprego e contas externas.

Além dessas cinco variáveis principais, o cenário econômico pode ser afetado por diversos outros fatores, como variáveis sócio econômicas e políticas.

1- Inflação

Inflação é o termo usado para se referir ao aumento generalizado dos preços de bens e serviços durante determinado período. Sendo que ela é medida principalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na prática, a inflação corrói o poder de compra da população, desvalorizando o dinheiro

Cenário econômico - Variáveis e impactos nos investimentos

Veduta

Considerar a inflação nos investimentos é fundamental para que o investidor obtenha ganho real e não apenas nominal. Em resumo, o ganho nominal é a rentabilidade total de uma aplicação, sem considerar a inflação.

Já o ganho real, é a rentabilidade total menos a inflação. Para aumentar seu patrimônio, um investidor precisa ter ganhos reais, do contrário, ele estará apenas mantendo ou perdendo o seu poder de compra. 

2- Taxas de juros

A causa principal da inflação é o excesso de dinheiro em circulação na economia. Sendo assim, para controlar a inflação, o governo pode aumentar a taxa Selic. Como a Selic é a taxa básica da economia brasileira, quando ela sobe, as demais taxas de juros também sobem e o consumo é desestimulado. Ao contrário, com a taxa baixa, a economia é estimulada e a inflação sobe. 

3- O câmbio e o cenário econômico

O câmbio impacta o cenário econômico, pois ele está ligado aos custos com exportações e importações. Como o Brasil compete com outros países ao vender sua produção internacionalmente, os preços dos produtos e a competitividade são afetados pelo câmbio que determina o preço do dólar.

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Rico

4- Produção industrial e nível de emprego

Os indicadores de produção industrial e nível de emprego, são fundamentais para compreender o contexto econômico de um país. Quando a produção aumenta, significa que mais valor está sendo gerado, a sociedade está consumindo mais e vagas de empregos estão surgindo. 

5- Contas externas

Por fim, temos as contas externas, que refletem a diferença entre os dólares que entraram e os que saíram do país.  Esse fluxo serve para verificar se o Brasil está sendo credor (acumulando reservas), ou devedor (perdendo reservas). Sendo que essa movimentação da moeda norte-americana pode ocorrer por meio de transações, remessas de pessoas e empresas para o exterior e através de investimentos.

O impactos do cenário econômico nos investimentos

Algumas variações no cenário econômico, como a inflação, afetam diretamente o retorno de uma aplicação. No entanto, existem algumas mudanças no contexto econômico que podem afetar indiretamente os investidores.

Por exemplo, uma queda na economia pode afetar as relações de trabalho, aumentando as taxas de desemprego e reduzindo salários. Nesse cenário, se o investidor for afetado pela queda na economia, pode ser que ele não consiga manter a constância nos investimentos. 

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Gestão click

Lembrando que, alterar a carteira de investimentos a cada mudança no contexto econômico, não é o mais recomendado. Ao invés disso, prefira montar uma carteira e escolher uma estratégia de investimentos que tenha relação com seus objetivos de curto, médio e longo prazo. 

Em síntese, o cenário econômico impacta a vida pessoal e a carteira dos investidores. Apesar disso, ele não deve ser o fator decisivo na tomada de decisão. Enfim, o cenário econômico afeta os investimentos de maneiras diferentes, de acordo com o horizonte de investimento:

1- Curto prazo

Em um primeiro momento, pode parecer que o cenário econômico é muito importante para os investimentos de curto prazo. Se a carteira estiver composta por ativos voláteis, então ela realmente está suscetível às constantes oscilações do mercado.

Entretanto, como a intenção é resgatar o dinheiro em pouco tempo, geralmente os investidores optam por priorizar a liquidez e segurança nas aplicações. 

Desse modo, ao invés de se arriscarem nos ativos que podem trazer altos retornos, mas que também podem resultar em prejuízos, eles preferem ativos com liquidez maior.

Em resumo, ao priorizar a liquidez de um investimento de curto prazo, o cenário econômico deixa de ter forte influência no rendimento da aplicação. 

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2- Médio prazo

As aplicações de médio prazo variam entre 2 a 5 anos e são mais afetadas pelo cenário econômico do que as aplicações de curto e longo prazo. Portanto, o investidor deve considerar os impactos causados pelas mudanças no mercado ao escolher em quais ativos aplicar. 

3- Longo prazo

Por fim, no longo prazo, o cenário econômico possui pouca relevância. Isso porque as alterações no cenário econômico, normalmente, são diluídas ao longo do tempo.

Além disso, é difícil prever como estará o cenário econômico no longo prazo. Lembrando que, ao investir, o recomendado é focar no longo prazo e fazer sempre uma Diversificação de investimentos – Quantas ações ter em carteira?

Fontes: Apprenda fixa, Btg pacutal digital, Bussola do investidor, Insper e  André Bona

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