Inflação acumulada, o que é? Cálculos e a relação com os investimentos

1 de junho de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 4 min, 57 seg


A inflação acumulada é a inflação total de um período. Ou seja, a inflação acumulada serve para indicar qual foi a perda do poder de compra durante determinado período. 

É muito importante que os investidores considerem a inflação acumulada ao analisar o rendimento da sua carteira de investimentos. Afinal de contas, se a rentabilidade das aplicações for inferior à inflação, então o investidor perde poder de compra, mesmo investindo. 

Em outras palavras, ao analisar apenas a rentabilidade da carteira sem considerar a inflação do período, o investidor pode ser levado a acreditar que teve um ótimo retorno. Porém, na prática, ele pode ter tido um retorno abaixo da inflação.

O que é inflação acumulada?

A inflação é o resultado do excesso de dinheiro em circulação na economia, que causa o aumento da demanda frente a oferta e a elevação dos preços de bens e serviços.

Em outras palavras, a inflação é o aumento consistente e generalizado dos preços de bens e serviços, devido à elevação da demanda em comparação com a oferta, devido ao excesso de dinheiro na economia.

Nesse sentido, a inflação faz com que a população perca seu poder de compra, já que é preciso cada vez mais dinheiro para comprar os mesmos itens de antes. Em contrapartida, a inflação acumulada é o percentual de inflação em relação a determinado período.

Inflação acumulada, o que é? Cálculos e a relação com os investimentos

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Ou seja, a inflação acumulada nada mais é do que a inflação total de um período. Este tipo de inflação pode variar de acordo com o parâmetro e a periodicidade. Por exemplo, durante o ano de 2020 tivemos uma inflação acumulada de 4,52%. Já em 2010, a inflação acumulada foi de 5,91%.

Enfim, o IBGE – Instituto Nacional de Geografia e Estatística, é o responsável por determinar a inflação acumulada, tendo como base IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Sendo que o IPCA acompanha mensalmente as oscilações dos preços de acordo com uma cesta de bens e serviços. Logo, a inflação acumulada é a mesma coisa que o IPCA acumulado.

Cálculos

É possível fazer o cálculo da inflação total de um período de duas maneiras diferentes:

1- Calculadora do cidadão: A calculadora do cidadão foi desenvolvida pelo Banco Central do Brasil (Bacen) para facilitar o cálculo do IPCA acumulado. Para realizar os cálculos, basta acessar a calculadora no site do Bacen, definir o índice e estipular o período a ser analisado.

Inflação acumulada, o que é? Cálculos e a relação com os investimentos

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No espaço do valor, você pode colocar o valor que você deseja verificar ou pode deixar em branco se a intenção for somente descobrir o percentual durante determinado período. Por exemplo, se a intenção é descobrir a inflação total entre 2015 e 2020, basta escolher o indicador e os anos de 2015 a 2020.

2- Aplicativos de performance da carteira: Outra opção para calcular a inflação total de um período é usar os aplicativos que verificam a performance da carteira de investimentos. Além da rentabilidade da carteira, esses aplicativos também realizam a comparação entre o IPCA do período.

Inflação acumulada e políticas econômicas

A inflação acumulada é um dos fatores considerados pelo governo ao determinar a meta de inflação para o ano. Essa meta é divulgada com um intervalo de erro, para que o governo possa controlar as mudanças nos preços, ao mesmo tempo em que estimula o consumo, garantindo o crescimento econômico.

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Por exemplo, para o ano de 2021 a meta da inflação é de 3,75% com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Um dos principais mecanismos utilizados para manter a inflação dentro da meta estimulada é a taxa Selic.

Em síntese, a taxa Selic influencia todas as demais taxas de juros do mercado e pode ser usada para estimular ou desestimular o crescimento econômico. Quando a Selic é elevada, o acesso ao crédito é reduzido e o consumo é desestimulado. Por outro lado, quando a taxa é reduzida, o acesso ao crédito é facilitado, o consumo é estimulado e a inflação sobe.

Relação entre inflação acumulada e investimentos

A inflação é um fenômeno esperado no capitalismo. Entretanto, ela possui um poder corrosivo que faz com que seja preciso cada vez mais dinheiro para comprar as mesmas coisas de antes. Por exemplo, a inflação acumulada entre janeiro de 2000 e janeiro de 2020 foi de 235%.

Desse modo, para comprar os mesmos itens que uma pessoa comprava com R$ 100,00 no ano 2000 é preciso de R$ 335,00 hoje em dia. Como a intenção dos investidores é fazer o dinheiro render, a inflação é muito prejudicial para o retorno das aplicações.

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Por isso, é importante considerar não apenas a taxa nominal dos investimentos, mas também a rentabilidade real que as aplicações irão proporcionar. Sendo que, se o investidor não considerar a perda do poder de compra, ele pode ter uma rentabilidade abaixo da inflação.

Isso significa que, ao invés de aumentar o seu poder de compra com os investimentos, ele continua perdendo parte do seu poder de compra devido à inflação. Uma maneira de garantir o aumento do poder de compra é aplicando em ativos que proporcionem ganhos acima da inflação.

Um exemplo disso, é o Tesouro IPCA+, que remunera a inflação do período mais uma taxa de juros. Em contrapartida, é importante ficar longe de aplicações que resultam em rendimento abaixo da inflação, como, por exemplo, a poupança. Conheça alguns Investimentos acima da inflação – Nove alternativas de aplicações

Fontes: Capital researchWarren, Suno e Toro investimentos

Imagens: Bremenkampcf, Coopnore, Investificar, The conversation e Epic capital