Letra Financeira (LF): conheça esse título de renda fixa

8 de junho de 2021, por Jaíne Jehniffer

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A Letra Financeira é um tipo de ativo de renda fixa, que geralmente exige a aplicação mínima de R$ 50 mil. Considerada como um investimento de longo prazo, as Letras Financeiras não possuem liquidez e devem ser mantidas até o vencimento. 

A grande vantagem da Letra Financeira é o rendimento superior a alguns outros ativos de renda fixa. Sendo assim, ela pode ser usada para diversificar a carteira e obter um rendimento acima da média. 

Entretanto, as Letras Financeiras possuem a desvantagem de não contarem com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição, em caso de calote.

O que é Letra Financeira?

A Letra Financeira (LF) é um tipo de título de renda fixa emitido por instituições financeiras. Como esses títulos possuem prazos de vencimento longo, eles contam com a menor alíquota de Imposto de Renda (IR), que é de 15%. Normalmente, o prazo mínimo de vencimento é de dois anos, e os títulos não podem ser resgatados antes do vencimento.

Além disso, de maneira geral eles são pós-fixados e proporcionam uma boa rentabilidade. Sendo que, geralmente, o CDI é usado como índice de referência. Em resumo, o CDI é uma taxa derivada da média de juros praticados nos empréstimos de curtíssimo prazo entre as instituições financeiras.

Como funciona?

O funcionamento da Letra Financeira é parecido com outros ativos de renda fixa, como, por exemplo, os CDBs e o tesouro direto. Sendo assim, ela funciona como uma espécie de empréstimo do dinheiro do investidor para a instituição emissora dos títulos.

Contudo, as LFs se diferem de outros títulos, pois o prazo de vencimento é superior a dois anos e a aplicação inicial é bem alta. As Letras Financeiras podem ou não ter uma cláusula de subordinação. Essa cláusula determina que o investidor só receberá o valor que aplicou depois que a empresa pagar os outros credores.

Se os títulos não tiverem essa clausura o valor mínimo é de R$ 50 mil para investir. Caso tenham, o valor mínimo passa a ser de R$ 300 mil. Por fim, em relação aos prazos, as LFs não subordinadas possuem prazo mínimo de 2 anos, já as subordinadas o prazo mínimo é de 5 anos.

De maneira geral, os ativos de renda fixa seguem a tabela regressiva do IR. Logo, em aplicações até 180 dias a alíquota é de 22,5%. Entre 181 e 360 dias o IR vai para 20%. Entre 361 e 720 dias, a alíquota fica em 17,5%. Acima de 721 dias a alíquota é de 15%.

Como as LFs não possuem liquidez, elas são normalmente tributadas com a alíquota mínima de 15%. O IR incide somente em cima do rendimento e não do valor total da aplicação.

Um aspecto muito importante sobre as Letras Financeiras, é que elas não possuem a proteção do FGC. Portanto, se o investidor leva um calote, ele fica no prejuízo. Por isso, ao escolher uma LF é fundamental que o investidor não considere apenas a rentabilidade oferecida, mas também a solidez da instituição emissora.

Rentabilidade da Letra Financeira

A maioria das Letras Financeiras disponíveis no mercado são pós-fixadas e atreladas ao CDI. No entanto, é possível encontrar alguns títulos prefixados ou atrelados a um índice como o IPCA. No caso das LFs prefixadas, o investidor recebe a mesma taxa de juros até o vencimento.

Já nos títulos atrelados ao IPCA, existe a vantagem do ganho real com a aplicação. Por fim, existem ainda os títulos com juros semestrais, onde o investidor recebe a rentabilidade a cada seis meses. A vantagem desses títulos é o recebimento periódico do rendimento. A desvantagem é que o IR é descontado a cada 6 meses.

Para simular as aplicações em LFs, você pode usar a Calculadora do Cidadão, uma ferramenta criada e disponibilizada gratuitamente pelo Banco Central.

Por meio da calculadora, é possível verificar qual foi o rendimento das Letras Financeiras nos últimos anos, porém, é preciso levar em consideração que esse rendimento pode mudar no futuro, de acordo com as oscilações do CDI.

Vantagens e desvantagens

As LFs são títulos vantajosos para os investidores que desejam investir com foco no longo prazo, já que o prazo mínimo de negociação é de 2 anos. Elas também são vantajosas para as pessoas com capital elevado que desejam diversificar a carteira de investimentos em renda fixa.

Existe ainda a vantagem de que as Letras Financeiras oferecem uma rentabilidade acima da média dos ativos de renda fixa, já que elas são consideradas mais arriscadas.

Em contrapartida, as Letras Financeiras são desvantajosas, pois não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos e não têm liquidez. Outra desvantagem é que o valor mínimo para investir é bem alto, o que funciona como um impeditivo para muitos investidores. 

Como investir em LFs?

O primeiro passo para investir em Letra Financeira é considerar o seu perfil de investidor. Apesar desses títulos serem de renda fixa, eles possuem uma parcela considerável de risco, já que não contam com a proteção do FGC. O segundo passo é analisar o prazo dos seus objetivos.

Essa etapa é importante, pois as LFs possuem prazos de vencimento longo e devem ser mantidas até o vencimento. Logo, é importante que o prazo de vencimento da LF seja condizente com o prazo do seu objetivo. Após verificar se a Letra Financeira é o melhor ativo para você, está na hora de entrar na sua conta na corretora e verificar as opções disponíveis.

Para escolher uma LF leve em consideração o prazo, a solidez da empresa emissora e o rendimento. Sendo que, como são mais arriscadas e não possuem liquidez, as LFs devem oferecer um rendimento superior a outros ativos de renda fixa que são mais seguros e contam com maior liquidez. 

A falta de liquidez é considerada como um risco, já que o investidor fica impossibilitado de resgatar o investimento caso necessite do dinheiro. Saiba mais sobre esse risco: Risco de liquidez, o que é? Como analisar, gerenciamento e outros riscos

Fontes: Btg pactual digital, Suno e Eu quero investir