7 de dezembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer
As operações estruturadas consistem na combinação de dois ou mais ativos. Este tipo de operação visa o aproveitamento das oportunidades para aumentar os ganhos futuros ou ainda como uma proteção da carteira.
Existem diversos tipos de operações estruturadas, como a estratégia borboleta. Neste tipo de estratégia, o investidor delimita uma faixa de variação e visa conseguir lucros com a lateralidade do mercado.
Apesar de buscarem a delimitação dos riscos e das perdas, o uso das operações estruturadas não é indicado para todos os tipos de perfil. Isso porque, mesmo que delimite os riscos, ainda existe a possibilidade de perda.
O que são operações estruturadas
Todas as operações com dois ou mais ativos, são consideradas como operações estruturadas. Desse modo, algumas estratégias de investimentos, como a operação borboleta e a strange, são tidas como operações estruturadas.
Em síntese, nas operações estruturadas, é possível determinar quais os cenários com maiores perdas e maiores ganhos, antes mesmo de iniciar a operação. Essa visualização de cenários é possível justamente porque ocorre uma combinação entre os ativos.
Como as operações estruturadas funcionam
As operações estruturadas funcionam com diversos tipos de ativos, como: ações, derivados, taxa de juros e opções. Em relação ao mercado de opções, a combinação de ativos pode ocorrer entre ativos e opções ou somente entre opções.
O uso das operações estruturadas funciona como uma tática que visa possibilitar o aproveitamento dos mercados altistas, baixistas ou de alta/baixa volatilidade. Sendo que este aproveitamento é possível graças às proteções e travas.
As operações estruturadas funcionam de forma diferente das operações direcionais. Nas operações direcionais, o investidor aplica visando o aproveitamento de um lado do mercado. Por exemplo, investir em ações com um alvo em específico, objetivando a alta dos papéis. No entanto, a valorização das ações é apenas uma projeção.
Em contrapartida, nas operações estruturadas com opções, é possível determinar ganhos e limitar as perdas em vários cenários. Além disso, algumas operações possibilitam o ganho tanto na alta quanto na baixa.
Tipos de operações estruturadas
Existem algumas formas de fazer as operações estruturadas, como:
1- Trava de alta
Esta opção de operação estruturada, é também chamada de call spread ou de trava de alta com opção de compra. O seu intuito é aproveitar a alta de um ativo-objeto, sem precisar comprar ele. O funcionamento desta operação se dá por meio do pagamento de um prêmio, que é o risco máximo.
Ela é usada normalmente por pessoas que não querem se expor à grandes riscos e nem usar todo o capital na operação.
Para colocar essa estratégia de combinação de ativos em prática, é preciso comprar uma call de determinado strike e, paralelamente, vender a mesma quantidade de call de outro strike. É importante que as duas calls tenham o mesmo vencimento.
2- Trava de baixa
A segunda opção é trava de baixa, também conhecida como trava de baixa com opção ou venda de call spread. Na trava de baixa, o ganho limite é o prêmio recebido. Normalmente, ele é usado em situações em que se espera quedas.
3- Financiamento
O financiamento funciona através da compra de uma ação e na venda da mesma quantidade de opções de compra. Sendo assim, o investidor recebe o prêmio, mas os lucros serão limitados ao strike da opção ao fazer a venda das opções de compras (calls).
Geralmente, as pessoas que usam esta operação estruturada, fazem isso por que querem segurar posições e aos poucos ir melhorando o preço médio.
Além disso, com o financiamento, ocorre uma redução no preço médio das ações. Isso porque, ao comprar a ação, também se vende uma opção, o que resulta no ganho do prêmio da opção.
O financiamento pode ser usado também quando o investidor está com medo que o preço de uma ação caia. Logo, para melhorar o seu preço médio, ele realiza o financiamento.
Por fim, o financiamento pode ser ainda uma opção para investimentos a curto prazo, já que normalmente os seus vencimentos são mais curtos.
4-COE
O Certificado COE é uma das operações estruturadas mais famosas. Dessa forma, as instituições financeiras são as responsáveis por disponibilizar esse tipo de operação para os clientes.
O seu funcionamento se dá através da combinação de ativos como renda fixa e ações. Sendo assim, os emissores passam para os investidores qual será a rentabilidade, o risco máximo e o prazo da aplicação.
5- Estratégia borboleta
A estratégia borboleta é usada em cenários de mercado lateralizado. Dessa maneira, a pessoa projeta uma faixa de segurança em que o ativo pode variar. Essa operação é de curto prazo e requer um baixo desembolso de capital do investidor.
O seu funcionamento é por meio da venda de opções de compra, por um determinado preço, com a data de vencimento para o futuro. Ao mesmo tempo, o investidor deve comprar metade dessas mesmas opções com preços acima e abaixo do valor por ele determinado.
6- Strangle
Nesse sentido, ao contrário da estratégia borboleta, o strange é usado em momentos de oscilação do mercado. Dessa forma, a intenção é conseguir altos retornos com a volatilidade do mercado. Usando desta estratégia, o investidor pode ter ganhos tanto com o mercado em alta, quanto em cenários de baixa.
Vantagens e desvantagens
Em síntese, a grande vantagem das operações estruturadas é a possibilidade de aproveitar oportunidades em diferentes mercados. Desse modo, estas operações funcionam como uma maneira de diversificar a carteira de investimentos.
Por outro lado, uma desvantagem é o risco. Como as operações estruturadas podem trazer rendimentos superiores ao investimentos em renda fixa, o seu risco também é mais elevado.
Portanto, este tipo de investimentos não é recomendado para todos os tipos de perfis de investidores, apenas para os arrojados ou moderados.
Enfim, agora que você conhece todas as opções de operações estruturadas, conheça a Estratégia Condor, o que é? Como funciona, vantagens e desvantagens
Fontes: Bussola do investidor, Neológica e André Bona
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