Fundos de renda fixa: o que são, como funcionam e como investir?

20 de novembro de 2020, por Sidemar Castro

Tempo de leitura médio: 11 min, 2 seg


Os fundos de renda fixa são opções de investimento, usados principalmente por pessoas que querem sair da poupança. Isso porque, eles são fáceis de investir, possuem poucos riscos e uma rentabilidade superior à caderneta. 

Além disso, os fundos de renda fixa podem ser uma opção de diversificação de investimentos. Desse modo, através de uma única aplicação, o investidor consegue diversificar a sua carteira de ativos em renda fixa. 

Entretanto, é importante que o investidor se atente aos valores das taxas cobradas. Se as taxas forem muito altas, talvez o fundo não seja um investimento vantajoso.

Quer saber mais sobre os fundos de renda fixa? Continue a leitura.  

O que são os fundos de renda fixa?

Os fundos de renda fixa são modalidades de investimento que captam recursos por meio da venda de cotas e aplicam em uma carteira, principalmente em ativos como Tesouro Direto, CDBs, Letras de Crédito, entre outros. Eles são considerados mais conservadores e de menor risco, sendo ideais para investidores com perfil conservador e com pouca experiência no mercado financeiro.

Estes fundos devem aplicar no mínimo 80% do seu patrimônio em investimentos financeiros atrelados à variação de índices de preços, como o IPCA ou o IGP-M.

Os fundos de renda fixa oferecem vantagens como facilidade de acesso, gestão profissional, diversificação em vários ativos com um único investimento e menor risco. Por outro lado, apresentam desvantagens como menor rentabilidade em comparação a outros fundos mais arriscados e custos e tributação similares a outros tipos de fundos.

É importante ressaltar que embora o nome sugira segurança, os fundos de renda fixa não garantem resultados positivos e estão sujeitos a riscos de perda.

Para investir em fundos de renda fixa, é necessário ter uma conta em uma corretora de investimentos. Posteriormente, o investidor pode selecionar o fundo que melhor se adequa à sua estratégia financeira e perfil de risco nos investimentos.

Os gestores desses fundos são responsáveis por gerir os recursos dos cotistas e escolher os ativos nos quais o fundo irá investir.

Quais são as características desse tipo de fundo?

Os fundos de renda fixa são modalidades de investimento que captam recursos por meio da venda de cotas e aplicam em uma carteira, principalmente em ativos de taxa de juros ou inflação, como Tesouro Direto, CDBs, Letras de Crédito, entre outros. Algumas características dos fundos de renda fixa incluem:

  • Investimento em Ativos de Renda Fixa: Os fundos devem alocar pelo menos 80% do seu patrimônio em ativos dessa categoria.
  • Gestão Profissional: São geridos por profissionais especializados, o que pode trazer maior segurança e diversificação para o investidor.
  • Facilidade de Acesso: Permitem que investidores com diferentes perfis tenham acesso a uma carteira diversificada com um único investimento.
  • Menor Risco: São mais procurados por investidores conservadores devido à menor volatilidade em comparação com investimentos em renda variável.

Por outro lado, as desvantagens dos fundos de renda fixa incluem menor rentabilidade em comparação com investimentos mais arriscados, custos similares a outros fundos e tributação semelhante.

Como funcionam os investimentos em renda fixa?

Os investimentos em renda fixa funcionam de forma que o investidor empresta seu dinheiro a uma entidade emissora, seja o governo, bancos ou empresas, em troca de uma remuneração predefinida.

Na renda fixa, o investidor já conhece a forma como seu dinheiro irá render no momento da aplicação. Muitos títulos de renda fixa possuem a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que garante ao investidor a recuperação do valor aplicado em caso de insolvência da instituição emissora.

Existem diversos tipos de investimentos em renda fixa, como Tesouro Direto, CDBs, LCI, LCA, debêntures, entre outros. Os investimentos em renda fixa podem ser tributados com alíquotas que variam de 22,5% a 15% do Imposto de Renda, dependendo do prazo de aplicação.

Quais são os tipos de renda fixa?

Segundo os ativos em que investem, os fundos de renda fixa podem ser divididos em:

Fundos de Renda Simples

Os Fundos de Renda Fixa Simples, também conhecidos como Fundos Simples, são um tipo de fundo de investimento que busca simplicidade e segurança para os investidores, especialmente aqueles que estão iniciando sua jornada no mundo dos investimentos.

Esses fundos precisam investir pelo menos 95% do seu patrimônio em títulos públicos federais ou títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras com classificação de risco semelhante à dos títulos públicos, como CDBs de grandes bancos. Eles também podem investir em operações compromissadas lastreadas nesses papéis ou em títulos públicos.

Eles também aplicam em papéis emitidos por instituições financeiras, desde que o risco seja similar aos títulos do governo. Os fundos simples são considerados como investimentos conservadores.

Fundos referenciados DI

Os Fundos Referenciados DI, conhecidos como Fundos DI, são um tipo de fundo de investimento que tem como objetivo replicar o rendimento de um indicador pré-estabelecido.

Eles são obrigados a aplicar pelo menos 95% do capital em títulos públicos do Tesouro Direto. Os demais 5% podem ser alocados em títulos que seguem as regras dos Fundos de Curto Prazo. Os papéis são indexados, geralmente, a índices como a taxa Selic e IPCA.

Fundos de crédito privado

Os Fundos de Crédito Privado são um tipo de fundo de investimento que investe em títulos de renda fixa emitidos por empresas privadas. Eles oferecem a oportunidade de diversificação de portfólio, além de potencialmente fornecerem retornos mais elevados do que os investimentos de Renda Fixa tradicionais.

Esses fundos aplicam pelo menos 50% do seu patrimônio líquido em títulos de dívidas emitidos por diferentes empresas privadas não financeiras. Os títulos podem ser pré ou pós-fixados. Entre os títulos de crédito privado estão as debêntures, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e as notas promissórias.

Os gestores dessa modalidade de investimento direcionam recursos dos cotistas para as empresas tocarem seus projetos, assumindo algum grau de risco de crédito, em troca de juros mais atraentes em relação ao retorno proporcionado pelos títulos públicos.

Fundos de inflação

Os Fundos de Inflação, também conhecidos como Fundos IMA-B ou Fundos de Renda Fixa de Índice, são fundos de investimento que usam a inflação como referência para a rentabilidade. Eles investem em ativos que refletem o comportamento de títulos públicos, cuja rentabilidade é atrelada à inflação.

Esses fundos aplicam em títulos que compõem a carteira do IMA-B, que é um índice inflacionário. O IMA-B é o índice que demonstra o rendimento do Tesouro IPCA+, um título híbrido do tesouro referenciado no índice de inflação IPCA. Portanto, os fundos de inflação, normalmente, têm um resultado muito parecido aos títulos híbridos do governo.

No entanto, diferente do investimento de títulos do governo, a aplicação em fundos está sujeita ao pagamento de taxas de administração que podem variar de 0,5 a 2%.

Fundos de debêntures

Os Fundos de Debêntures são um tipo de fundo de investimento que investe em debêntures, que são títulos de dívidas emitidos por empresas privadas. Esses títulos são utilizados pelas companhias emissoras para o financiamento de projetos, aumento de capital ou da capacidade produtiva e para a reestruturação de dívidas.

Existem dois tipos principais de fundos de debêntures:

  1. Fundos de Debêntures Comuns: Investem em debêntures sem incentivos fiscais. Os rendimentos desses fundos são tributados de acordo com a tabela regressiva do Imposto de Renda.
  2. Fundos de Debêntures Incentivadas: Investem em debêntures incentivadas, que são emitidas por empresas de infraestrutura e têm isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas. Esses fundos devem manter ao menos 85% de sua carteira nesses ativos.

Os fundos de debêntures podem oferecer rendimentos mais atraentes em comparação com outros investimentos de renda fixa, especialmente no cenário de juros altos. No entanto, eles também apresentam um risco maior, pois dependem da capacidade das empresas emissoras de honrar suas dívidas.

Quais são as vantagens dos fundos de renda fixa?

Os fundos de renda fixa oferecem várias vantagens para os investidores:

  • Diversificação: Por meio desses fundos, é possível ter acesso a diferentes produtos de renda fixa em uma única aplicação. Isso permite que você invista em vários produtos de renda fixa a partir de um único investimento.
  • Gestão Profissional: Os fundos de renda fixa são geridos por profissionais especializados, o que pode ser uma grande vantagem para investidores que não têm tempo ou conhecimento para gerir seus próprios investimentos.
  • Adaptabilidade ao Mercado: Uma das vantagens dessa categoria de fundo é a capacidade de se adaptar ao mercado.
  • Boa Rentabilidade: Os fundos de renda fixa frequentemente possuem rentabilidade superior ao CDI.
  • Liquidez: Boa parte dos fundos de renda fixa oferece liquidez diária, o que significa que você pode resgatar seu investimento rapidamente se necessário.
  • Aporte Mínimo Baixo: Não é preciso ser um grande investidor para adquirir cotas de um fundo de renda fixa. Isso torna esse tipo de investimento acessível para uma ampla gama de investidores.
  • Segurança: Os fundos de renda fixa são considerados seguros, pois a maior parte do patrimônio é investida em ativos de baixíssimo risco de calote.

Quais são os riscos dos fundos de renda fixa?

Os fundos de renda fixa, apesar de serem considerados investimentos mais seguros, também apresentam alguns riscos. Aqui estão os principais:

  • Risco de Crédito: Este é o risco de o emissor do título não conseguir cumprir com suas obrigações financeiras e não pagar o investidor. No caso de títulos emitidos por bancos e empresas, o risco está ligado à solidez da própria instituição.
  • Risco de Liquidez: Este é o risco de não conseguir vender o título antes do vencimento. Mesmo nos casos em que isso é possível, como os títulos do Tesouro Direto, é preciso ficar atento aos valores pagos pelo mercado no momento da venda para não deixar de ganhar rentabilidade maior no longo prazo ou até mesmo perder dinheiro.
  • Risco de Mercado: Este é o risco de o valor do título sofrer variações devido a mudanças no cenário econômico. Os investimentos de renda fixa, prefixados e indexados, podem sofrer oscilações caso sejam vendidos antes do prazo estipulado.

Como investir em fundos de renda fixa?

O primeiro passo para aplicar em fundos de renda fixa, é descobrir o seu perfil de investidor. Mesmo sendo fundo de renda fixa, esses ativos ainda passam por algumas oscilações e alguns são mais arriscados do que outros. Logo, é importante conhecer o perfil de investidor para escolher o ativo que melhor se encaixa com você. 

Depois de descobrir seu perfil, pesquise sobre os fundos existentes e as taxas cobradas. Também é importante verificar quais são os prazos de resgate e o histórico de rentabilidade dos fundos. 

Por fim, para de fato investir, você precisa encontrar uma instituição que distribua esse tipo de fundo, como as corretoras, abrir uma conta e começar à investir. 

Como é o rendimento dos fundos de renda fixa?

O rendimento dos fundos de renda fixa está diretamente ligado ao desempenho dos ativos em que o fundo investe, além das taxas cobradas pelo fundo.

Os fundos de renda fixa podem ser compostos por diversos tipos de títulos, como títulos públicos federais, Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), entre outros. Cada um desses títulos tem uma rentabilidade diferente, que pode ser prefixada, pós-fixada ou atrelada a algum índice (como a inflação, por exemplo).

Além disso, os fundos de renda fixa também cobram taxas, como de administração, que podem impactar o rendimento final do fundo. Portanto, é importante considerar essas taxas ao avaliar o rendimento potencial de um fundo de renda fixa.

Em termos gerais, os fundos de renda fixa costumam ser mais rentáveis em cenários de alta taxa de juros, já que muitos dos títulos em que investem têm rendimentos atrelados à taxa Selic. No entanto, o rendimento pode variar bastante de um fundo para outro, dependendo da estratégia do gestor e das características específicas do fundo.

Fontes: Infomoney, Conteúdos XPI, Toro, PagSeguro, eInvestidor, Genial