23 de março de 2021 - por Jaíne Jehniffer
O risco de liquidez se refere à possibilidade do investidor precisar resgatar um investimento, mas não conseguir fazer isso, ou perder parte do dinheiro no processo.
Portanto, ao investir, é importante analisar se a liquidez de determinada aplicação se encaixa com seus planos. Caso contrário, você pode ter prejuízos ou não conseguir resgatar o dinheiro.
Por vezes, os ativos que proporcionam melhores rendimentos também são aqueles que possuem pouca liquidez. Sendo assim, caso o investidor pretenda deixar o dinheiro aplicado até o vencimento, a baixa liquidez pode ser positiva.
O que é risco de liquidez?
A liquidez é a facilidade com que o investidor consegue converter os investimentos em dinheiro. Alguns investimentos, como o Tesouro Selic, possuem liquidez diária. Logo, o investidor consegue resgatar facilmente o dinheiro aplicado. Porém, alguns outros investimentos possuem baixa liquidez e só podem ser resgatados no vencimento.
Desse modo, o risco de liquidez é o risco que o investidor corre de não conseguir resgatar facilmente seus investimentos e ficar com o dinheiro. Além disso, o risco de liquidez está associado às perdas que podem ocorrer se um ativo for resgatado antes do vencimento.
Quando a data de vencimento está muito longe e o investidor decide fazer o resgate, ele pode perder mais dinheiro do que se o resgate fosse feito perto da data de vencimento.
As causas do risco de liquidez são diversas. Uma das motivações, é a falta de interesse por parte de outros investidores. Ou seja, quando ninguém quer comprar determinado ativo, o risco de liquidez é maior. Sendo que quando poucas pessoas estão interessadas, pode ser que o vendedor precise baixar o preço para conseguir vender o ativo.
Como analisar o risco de liquidez?
Suponhamos que o investimento X proporciona uma taxa de retorno maior do que o investimento Y, e os dois possuem o mesmo prazo.
Entretanto, o investimento Y traz uma perda menor, caso precise ser resgatado antes do vencimento. Nesse caso, apesar do investimento X proporcionar um retorno maior, o investimento Y possui um risco de liquidez menor.
Portanto, ao investir, é preciso considerar o risco de liquidez e não apenas a rentabilidade. Afinal de contas, no exemplo anterior, mesmo o investimento Y trazendo um retorno menor, ele pode ser mais vantajoso do que o investimento X, caso a pessoa precise de um ativo com menor risco de liquidez.
No entanto, caso o investidor pretenda ficar com o ativo até o vencimento, pode ser mais interessante optar pelo ativo com menor liquidez e maior rendimento.
Mas lembre-se de que imprevistos podem acontecer e, se você precisar vender esses ativos, pode ter prejuízos. Enfim, não existe um tipo de investimento bom ou ruim, o mais recomendado vai depender dos seus objetivos.
Gerenciamento do risco de liquidez
O primeiro passo para gerenciar sua carteira de investimentos contra o risco de liquidez, é saber o quanto você está disposto a ter prejuízos. Para isso, vale a pena considerar o seu perfil de investidor. Depois disso, procure mensurar o risco de liquidez dos ativos, antes de aplicar neles e escolher os ativos que mais se encaixam em seus planos.
Se, por exemplo, você está investindo para comprar uma casa daqui a cinco anos, não tem sentido colocar seu dinheiro em uma aplicação com vencimento de 10 anos.
Além de analisar os ativos antes de investir, para gerenciar o risco de liquidez de uma carteira, é essencial diversificar. Dessa forma, você pode começar aplicando em ativos com alta liquidez, que possam ser resgatados caso aconteça algum imprevisto. Depois disso, você pode começar a aplicar em ativos de baixa liquidez que tragam bons retornos.
Outros riscos
O risco de liquidez não é o único que deve ser considerado ao escolher uma aplicação financeira, é preciso analisar também os outros tipos de riscos:
Mercado: O risco de mercado está relacionado aos parâmetros que impactam o mercado que o investimento está inserido. Alguns exemplos de parâmetros são: volatilidade, preço e curva de juros.
Para analisar o risco de mercado, é preciso considerar o prazo da aplicação, já que quanto maior for o prazo, maior é o risco. Além disso, o risco de mercado é proporcional à volatilidade dos ativos. Dessa maneira, vale analisar se o ativo é muito volátil antes de aplicar nele.
Crédito: O risco de crédito está ligado à possibilidade de inadimplência em uma transação financeira. Por exemplo, ao investir em um CDB, o investidor corre o risco do banco não devolver o dinheiro no vencimento do título. Por isso, é importante analisar o banco antes e verificar quais as chances de receber um calote.
Neste caso, se o banco não devolver o dinheiro, o investidor pode contar com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição.
Em contrapartida, alguns investimentos não contam com a proteção do FGC e o investidor pode perder todo o dinheiro aplicado. Para saber mais sobre o FGC e os investimentos que ele protege, leia: FGC, o que é? Como funciona, riscos e investimentos protegidos
Fontes: Topinvest, Mais retorno, Capital research, Onze e Mais retorno
Imagens: Valor investe, Bluesoft, Rico, Exame e Fiis