Risco sistêmico: o que é e relação com os investimentos

8 de julho de 2021 - por Jaíne Jehniffer


O risco sistêmico é o risco de que a inadimplência de uma empresa faça com que outras companhias não honrem seus compromissos financeiros. Essa situação pode fazer com que o setor como um todo seja impactado.

Além do risco sistêmico, temos também o risco sistemático. Apesar dos nomes parecidos, os dois possuem proporções diferentes. Isso porque, o sistêmico está relacionado a um setor, enquanto o sistemático impacta a economia de forma geral.

Compreender os dois tipos de riscos é fundamental para que os investidores possam tomar medidas visando a redução dos riscos da sua carteira de investimentos e potencializar as chances de ganhos.

O que é risco sistêmico?

O risco sistêmico é um tipo de risco generalizado que pode causar impactos em todo o setor. De acordo com o Comitê de Bancos da Basileia, o risco sistêmico é o risco de que a incapacidade de uma instituição em honrar seus compromissos contratuais, cause uma reação em cadeia e ameace o sistema financeiro como um todo.

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Ou seja, ele é o risco de que a inadimplência de um participante do sistema de transferência, possa ocasionar a incapacidade de outros participantes de cumprir suas obrigações. Sendo que, essa situação pode causar sérios problemas de liquidez e de crédito, o que consequentemente, por levar à instabilidade dos mercados financeiros. 

Gerenciamento

O risco sistêmico é gerenciado pelas próprias instituições financeiras e pelas autoridades do mercado financeiro. Dentro os setores econômicos, o setor financeiro é um dos mais regulados, logo, as instituições devem seguir diversas regras de funcionamento.

Isso ocorre pois, se uma das instituições quebrar, pode causar pânico na sociedade, o que pode resultar em um efeito dominó em que as pessoas tentam sacar dinheiro nos bancos e várias instituições quebram.

Capital research

Enfim, as instituições financeiras contam com intensa regulação para evitar quebras e quando as falências ocorrem, entra em ação o seguro de depósitos, isto é, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Nesse sentido, o FGC serve para tranquilizar as pessoas, evitando o caos e para devolver até R$ 250 mil por CPF e instituição.

Risco sistêmico e sistemático

O risco sistêmico é a possibilidade de ocorrer um problema microeconômico, envolvendo apenas uma companhia. Nesse tipo de risco, uma empresa impactada pode atingir outras empresas e causar o colapso do setor, ameaçando a estabilidade do sistema.

Isso pode ocorrer, pois, uma empresa que está profundamente integrada ao sistema financeiro nacional e as cadeias produtivas, pode causar repercussão nas empresas que ela tiver ligação. Sendo que, o risco sistêmico é geralmente usado como uma justificativa para que o governo possa intervir na economia visando impedir que a deterioração seja ainda maior.

As empresas que possuem risco sistêmico são as companhias com longas cadeias de produção e que movimentam uma grande parte do sistema financeiro. Alguns exemplos são petrolíferas, bancos, agroexportadoras e fabricantes de automóveis.

Risco sistêmico: o que é e relação com os investimentos

Suno

Em contrapartida, o risco sistemático não está relacionado diretamente com a forma com que as empresas são administradas. Na verdade, esse é um risco perene e de ordem macroeconômica que está fortemente relacionada com a atuação do setor público.

Esse risco normalmente é imprevisível e impossível de evitar e envolve mudanças como: inflação, taxas de juros, regulamentação governamental, desastres naturais e eventos de natureza sanitária.

Risco sistêmico e os investimentos

Todos os tipos de investimentos possuem algum grau de risco. Portanto, é importante que o investidor conheça quais riscos afetam sua carteira para realizar um gerenciamento visando a redução dos riscos e potencialização dos retornos.

Existem vários tipos de riscos dos investimentos e cada tipo de ativo é afetado de uma maneira diferente. No caso do risco sistêmico, o investidor pode recorrer à diversificação para diluir os riscos. A diversificação é uma boa ferramenta, pois o risco sistêmico afeta empresas e setores específicos.

Dessa forma, apesar de ter o potencial de prejudicar a economia como um todo, é possível reduzi-lo ao diversificar entre empresas e setores. Sendo assim, ao diversificar, mesmo que determinado setor passe por uma crise, você não irá sentir um impacto tão forte na sua carteira.

Risco sistêmico: o que é e relação com os investimentos

Uol

Além disso, o ideal é diversificar entre ativos de renda fixa e variável. Isso possibilita a alocação de ativos com diferentes níveis de volatilidade, comportamento e retorno. Por fim, é possível reduzir os riscos da carteira ao realizar investimentos alternativos como, por exemplo, empresas que não estão listadas no mercado tradicional.

Esses empreendimentos têm lastro em ativos tangíveis e recentemente ganharam uma nova modalidade financeira que foi aprovada pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários, o crowdfunding (financiamento coletivo). Essas aplicações podem ser uma boa oportunidade, pois, além de diversificar a carteira, ainda possuem uma boa relação entre risco e retorno.

Risco sistemático

A diversificação é uma solução somente para o risco sistêmico, já que o risco sistemático é imprevisível. Logo, não pode ser diluído por meio da diversificação. Desse modo, para diminuir o risco sistemático, o investidor deve ficar atento à atuação do governo.

Portanto, é importante está atendo ao controle da inflação, as contas públicas e as alterações na taxa de juros. Isso porque, a atuação do governo nessas áreas pode impactar na liquidez do mercado e na rentabilidade das companhias. Para saber como fazer uma boa diversificação na carteira, veja o vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha:

Enfim, agora que você sabe como funciona o risco sistêmico, não deixe de aprende o que é Especulação imobiliária: o que é, como funciona e efeitos

Fontes: Enfin, André massaro e Bloxs

Imagens: Jota, Uol, Capital research, Suno e Riconnect

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