Agregados monetários: o que são e quais são os tipos?

8 de dezembro de 2023, por Sidemar Castro

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Os agregados monetários são classificações de ativos financeiros de acordo com a liquidez dada pelo Banco Central. O agregado mais líquido de todos é o papel moeda que está em circulação na economia.

Além disso, os demais agregados também exercem algumas das funções da moeda, embora em alguns casos em menor medida. Esses agregados são importantes pois ajudam a medir o nível de preços de uma economia como um todo.

Se você quer saber mais sobre agregados monetários, continue a leitura, que explicaremos tudo com mais detalhes.

O que são agregados monetários?

Agregados monetários são conjuntos de ativos financeiros emitidos por instituições financeiras ou governos, ou representativos de cotas de fundos de investimento, agregados em categorias de liquidez decrescente e volumes cumulativos. Eles são utilizados para medir a quantidade de moeda em circulação na economia e para acompanhar a evolução da política monetária de um país.

No Brasil, os principais agregados monetários são a Base Monetária, que é a soma do papel moeda em poder do público e das reservas bancárias, essas de titularidade dos bancos e depositadas no Banco Central – e o M1, o M2, o M3 e o M4, que englobam desde o papel moeda em circulação até títulos públicos e fundos de investimento.

Tais agregados são importantes ferramentas de análise para economistas, investidores e autoridades monetárias, pois permitem avaliar a liquidez e o suprimento de moeda em uma economia, bem como antecipar possíveis impactos sobre a inflação e o crescimento econômico.

Como eles funcionam?

Os agregados monetários funcionam como uma classificação para todos os ativos financeiros usados em um país. O principal critério de classificação desses ativos é a liquidez, ou seja, de acordo com a liquidez e propriedades de cada um deles, são definidas suas classificações e posições.

Eles são divididos em 4 grupos, considerando uma sequência de maior liquidez para a menor:

Perceba que, ao passo em que os grupos vão se estendendo, os ativos financeiros vão ficando menos líquidos. Portanto, chamamos M2, M3 e M4 de quase moedas, pois, para que sejam usados como meio de pagamento, precisam ser convertidos em M1. Você não pode ir ao supermercado e pagar suas compras com um CBD, por exemplo, entende? Esse ativo precisa ser convertido, assim como todos os outros que não estejam agregados ao primeiro grupo monetário.

Quais são os tipos de agregados monetários?

Em maiores detalhes, são os seguintes os agregados monetários:

M1

O M1 é o agregado monetário mais líquido e inclui o papel-moeda em poder do público e os depósitos à vista.

O papel-moeda em poder do público refere-se ao dinheiro físico que as pessoas têm em suas carteiras e bolsas, enquanto os depósitos à vista são os saldos em contas correntes que podem ser retirados ou transferidos a qualquer momento sem penalidade.

Esses ativos são considerados os mais líquidos porque podem ser usados imediatamente para comprar bens e serviços. Portanto, o M1 é geralmente referido como o “dinheiro” na economia.

M2

O M2 é um agregado monetário que inclui todos os ativos do M1 (papel-moeda em poder do público e depósitos à vista) mais os depósitos a prazo.

Os depósitos a prazo são investimentos feitos em instituições financeiras que têm um prazo específico para retirada. Exemplos de depósitos a prazo incluem Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Esses ativos são menos líquidos do que os do M1 porque não podem ser usados diretamente para comprar bens e serviços. Eles precisam ser convertidos em dinheiro (M1) antes de poderem ser usados como meio de pagamento.

M3

O M3 é um agregado monetário que inclui todos os ativos do M2 (papel-moeda em poder do público, depósitos à vista e depósitos a prazo) mais os ativos financeiros em poupança.

Os ativos financeiros em poupança são contas de poupança que as pessoas têm em instituições financeiras. Essas contas geralmente rendem juros e podem ser retiradas a qualquer momento, mas não são tão líquidas quanto os ativos do M1 ou M2 porque podem ter restrições sobre o número de retiradas ou transferências que podem ser feitas por mês.

Portanto, o M3 é uma medida mais ampla da oferta de dinheiro na economia, pois inclui ativos que são menos líquidos do que os incluídos no M1 e M2.

M4

O M4 é o agregado monetário mais abrangente e inclui todos os ativos do M3 (papel-moeda em poder do público, depósitos à vista, depósitos a prazo e ativos financeiros em poupança) mais o saldo dos títulos públicos em poder bancário e dos fundos de investimento.

Os títulos públicos são dívidas emitidas pelo governo para financiar seus gastos. Eles são considerados ativos menos líquidos porque não podem ser facilmente convertidos em dinheiro sem a venda no mercado.

Os fundos de investimento são pools de ativos gerenciados por profissionais que podem incluir uma variedade de ativos, como ações, títulos, imóveis e commodities. Eles também são considerados menos líquidos porque podem ter restrições sobre quando e como podem ser resgatados.

Portanto, o M4 é a medida mais ampla da oferta de dinheiro na economia, pois inclui ativos que são menos líquidos do que os incluídos no M1, M2 e M3.

Qual é a importância dos agregados monetários?

Os agregados monetários são extremamente importantes para a economia de um país. Eles são usados para medir a oferta de dinheiro na economia e são essenciais para o exercício da política monetária pelo Banco Central.

Monitorar a quantidade de cada agregado monetário na base monetária permite aos formuladores de políticas avaliar o lado monetário da economia e avaliar quaisquer mudanças que escolham implementar.

Além disso, os agregados monetários podem fornecer informações substanciais sobre a estabilidade e saúde financeira de um país. Por exemplo, uma alta inflação pode estar associada a agregados financeiros que tiveram um crescimento bastante acelerado. Portanto, entender e monitorar os agregados monetários é crucial para o desenvolvimento econômico de um país.

Fontes: Suno, Mais retorno, ParMais, Linkedin