2 de maio de 2022 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
A inflação está nas alturas no Brasil e em boa parte do mundo. Isso vem causando muita apreensão nos mercados e deixando uma pergunta no ar, crucial para os investidores. Afinal, o que fazer com uma inflação tão alta? Como ficam os meus investimentos?
A verdade é que poucos poderiam prever um cenário tão grave de alta nos preços como o que temos vivenciado.
O Boletim Focus divulgado no dia 2 de maio aumentou, pela 16ª semana consecutiva, a previsão de alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
O boletim mede a expectativa de mais de 100 instituições financeiras consultadas pelo Banco Central. E essas são as projeções:
- IPCA: de 7,65% para 7,89% (16ª alta semanal seguida)
- Selic: 13,25% ao ano
- PIB: de 0,65% para 0,70% (5ª alta semanal seguida)
- Dólar: R$ 5,00
Inflação alta: mais que o dobro da meta
A cada semana, o mercado vem estimando um aumento crescente da inflação (IPCA) para este ano.
Assim, o valor já está superior ao dobro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 3,5%.
Na visão dos principais players do mercado, o índice pode fechar 2022 em 7,89%. Vale lembrar que, somente no ano passado, o IPCA já havia subido 10,06%.
Isso deixa muito investidor receoso, sem saber ao certo o que fazer com sua carteira de investimentos.
Inflação alta e Selic
Aliado à alta da inflação, temos uma projeção de 13,25% ao ano para a taxa básica de juros, a Selic.
Como sabemos, os juros são o antídoto natural para conter a alta de preços.
Dessa forma, os investidores mais propensos à renda fixa veem uma boa oportunidade de comprar títulos indexados à inflação, com um bom prêmio.
E a conta é simples: quem tem R$ 100 mil consegue fazer R$ 13 mil de renda, em apenas um ano, com praticamente zero risco.
Isto é bom para o investidor, mas péssimo para a economia, como um todo.
Porque, a grosso modo, o rentismo acaba prejudicando o setor produtivo.
Ou seja, quanto mais dinheiro é direcionado para a renda fixa, menos é investido em negócios e empresas, que são, de fato, quem fornece os produtos e serviços que movimentam a economia.
Quem sofre mais com a inflação em alta?
Obviamente, uma alta descontrolada de preços é bastante prejudicial para qualquer economia.
A princípio, a população de baixa renda é a mais afetada. O poder de compra acaba se deteriorando, tornando a vida dos pobres ainda mais difícil.
No caso da Bolsa de Valores, a tendência é de desvalorização das empresas em cenários de inflação muito elevada.
Da mesma forma, os Fundos Imobiliários (FIIs) também são bastante impactados.
Sendo assim, o que você pode fazer para se proteger em momentos como este e, principalmente, ganhar dinheiro?
O que fazer com a inflação alta?
De forma bem prática, vou te explicar como tirar o máximo proveito do atual cenário de alta de juros e inflação.
A primeira coisa é entender que, em qualquer momento, o ideal é a diversificação.
Ou seja, é preciso ter em mente que boas oportunidades podem surgir em modalidades diferentes de investimento.
Invista em renda fixa
Obviamente, uma forte alta da Selic é ruim para quem paga juros (consumidores), mas um bom negócio para quem recebe juros (investidores).
Então, você pode, hoje, comprar títulos do Tesouro Direto prefixados com ótima rentabilidade, acima de 12% ao ano.
Se quiser se proteger da inflação, tem ainda a opção de títulos indexados ao IPCA, que estão pagando acima de 5% de rentabilidade real.
Ou seja, mais de 5% de ganho acima da inflação!
Além disso, quem tem um pouco mais de aptidão ao risco, pode investir em LCIs e LCAs ou CRIs e CRAs, sem a incidência do imposto de renda.
Na corretora IsaEx você tem acesso às melhores opções disponíveis no mercado.
Ações e FIIs com desconto
Uma coisa que pouca gente percebe, no entanto, é que um cenário inflacionário também favorece a renda variável. Mas, como?
A resposta é bem óbvia: investidores de longo prazo buscam boas oportunidades para comprar, com desconto, ações e fundos imobiliários.
Assim, investir na baixa é sempre uma opção interessante!
O que temos agora, então, é um momento bastante único em que tanto a renda fixa quanto a variável se tornaram oportunamente viáveis.
Para se ter uma ideia, nos últimos 12 meses o índice Bovespa caiu mais de 11%.
No mesmo período, o índice IFIX, que mede a flutuação dos fundos imobiliários, recuou 2%.
Isso significa, na prática, que há ótimas ações e FIIs sendo negociados com um bom desconto.
Inflação alta: hora de mixar a carteira
Chegamos, portanto, à conclusão de que esta é uma boa hora para abastecer sua carteira de investimentos com um mix de renda fixa, ações e FIIs.
Lembrando que o mais importante é sempre manter a regularidade dos aportes e a fidelidade à sua estratégia de investimentos.
Assim, independentemente do cenário, você sempre poderá dormir tranquilo, sabendo que fez o melhor pelo seu dinheiro.
Agora, que você já sabe o que fazer com essa alta maluca da inflação, não deixe de ver mais detalhes no vídeo acima, que publiquei no canal do Investidor Sardinha.
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