19 de janeiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
A estratégia de investimento long e short consiste na compra e venda de ativos de maneira simultânea. A intenção é apostar na alta de um ativo e na baixa de outro.
Geralmente, os ativos escolhidos derivam do mesmo setor de atuação, o que faz com que eles possuam uma performance parecida. Desse modo, a diferença entre o desempenho dos dois ativos são os lucros do investidor.
Apesar de ser uma estratégia que visa altos ganhos, é preciso ter muito cuidado, pois se trata de uma operação de risco. Sendo assim, para pessoas que desejam construir um patrimônio, investir a longo prazo é o mais recomendado.
O que é long e short
No mercado financeiro, o termo long é usado para se referir a compra de um ativo, ao passo que short é a venda. Portanto, a estratégia long e short, ou simplesmente long short, consiste na compra e venda de um ativo ao mesmo tempo.
No linguajar do mercado, diz se que o investidor “entra na posição comprada em uma ação e na posição vendida em outra”. O intuito dessa estratégia é equilibrar as posições e, consequentemente, os retornos. Dessa maneira, é preciso que os dois ativos sejam relacionados, para que o investidor lucre com a variação de preço entre os dois.
Como funciona
Como dito anteriormente, o long e short funciona por meio da compra e venda de um ativo ao mesmo tempo.
Porém, não pode ser qualquer ativo, o correto é usar ativos que sejam do mesmo setor e que possuem alguma ligação entre si. Essa medida é necessária pois, em teoria, ativos similares funcionam de maneiras parecidas, como por exemplo, dois bancos ou duas redes de varejo.
Basicamente, o ganho do investidor deriva da diferença de comportamento entre os dois ativos, chamado de spread. Dessa forma, o objetivo é que a ponta comprada tenha um aumento superior a ponta vendida ou vise-versa.
Em relação aos impostos, as operações de long e short são tributadas da mesma maneira que as operações com ações, isto é: nas posições comprada e vendida, o IR é de 15% nas operações de swing trade e em Day Trade é de 20%.
Custos com long e short
O primeiro custo a se considerar com as operações de long short é a corretagem. Algumas corretoras não cobram corretagem, então é preciso pesquisar entre as opções disponíveis.
Outro custo existente são os emolumentos e a taxa de liquidação cobrada pela bolsa. Sendo que eles correspondem à uma porcentagem descontada em cima do volume negociado.
Temos ainda o custo com o aluguel de ações. Desse modo, existe a taxa do aluguel ao ano e a taxa CBLC, que é um valor cobrado pela B3 pelos contratos liquidados e por ter intermediado o processo de aluguel de ações.
Tipos
A estratégia de long e short pode ser realizada em qualquer tipo de ativo na bolsa de valores. Porém, o modelo das operações mais realizadas são:
1- Long short intra-setorial: São usados ações de duas empresas do mesmo setor. Geralmente as empresas escolhidas são aquelas que variam de maneira similar. Um exemplo disso seria usar dois bancos, como o Itaú e o Bradesco.
2- Ações ON e PN: Neste segundo tipo de long e short, são usadas ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) da mesma empresa. Como o comportamento dos dois tipos de ação é basicamente o mesmo, o risco da operação é diminuído. Entretanto, quanto menor o risco, menor o retorno.
3- Controlada versus controladora: Para finalizar, temos ainda as operações com ações de empresas de capital aberto que controlam outras empresas de capital aberto. Essa proximidade entre empresa controlada e controladora faz com que os ativos tenham uma forte correlação. Isso significa que os riscos são diluídos, contudo, os lucros também são menores.
Riscos do long e short
O principal risco ao se realizar a compra e venda de um ativo ao mesmo tempo, é ter prejuízos financeiros. Afinal de contas, estamos falando de uma espécie de aposta entre dois ativos de renda variável.
O risco deste tipo de operação é ainda mais latente ao se considerar que é possível investir com alavancagem. Ou seja, aumentar o valor dos investimentos com recursos derivados da corretora.
Algumas medidas usadas para diluir os riscos são a busca por aconselhamento de profissionais e o uso do stop loss. No entanto, mesmo utilizando essas medidas, o long e short ainda é uma operação de alto risco.
Portanto, para construir um patrimônio sólido, o ideal é analisar detidamente os ativos e comprar visando o longo prazo. Para escolher as melhores ações e permanecer com elas durante muitos anos, use a Análise Fundamentalista, o que é? Conceitos, cálculos e como aplicar.
Fontes: Capital research, Clear e Suno
Imagens: Rico, Jose Roberto Afonso, Anilact, Capital research, The cap e Gazeta do cerrado