Fundo de investimento em participações: como investir?

1 de julho de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Um fundo de investimento em participações é um tipo de fundo de investimento focado na aplicação de empresas de capital aberto ou fechado, com o intuito de realizar participações ativas no negócio.

Sendo assim, esses fundos aplicam em ações, bônus de subscrição, debêntures e outros tipos de títulos que sejam conversíveis em ações. A intenção é aplicar em uma empresa menor com grande potencial de crescimento e participar ativamente das suas decisões.

Esse tipo de fundo se diferencia de alguns outros disponíveis no mercado, já que a aplicação inicial é bem alta e eles são destinados exclusivamente para investidores qualificados.

O que é fundo de investimento em participações?

Um Fundo de Investimento em Participações (FIP), também chamado de fundo de Private Equity (capital privado), é um tipo de fundo de investimento acessível apenas para investidores qualificados.

Fundo de investimento em participações: como investir

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Desse modo, somente as pessoas físicas ou jurídicas com mais de R$ 1 milhão investido podem adquirir cotas de um FIP. Além de ser exclusivo apenas para investidores qualificados, esses fundos também se diferem, pois podem aplicar em empresas de capital fechado.

Como funciona?

Os fundos de investimento em participações funcionam como uma reunião de investidores focados em investir em companhias em fase de desenvolvimento. Dessa forma, um FIP pode aplicar em empresas de capital fechado ou aberto, em ações, debêntures, bônus de subscrição e alguns outros tipos de títulos conversíveis.

Além de investirem em companhias de fase de desenvolvimento, esses fundos também estão focados em participar do processo de decisão das empresas que eles adquirem participação. A intenção do fundo em participar ativamente da gestão da empresa, é contribuir com o crescimento e valorização do negócio.

Por exemplo, o gestor de um FIP pode indicar os membros do conselho de administração da empresa. Dessa maneira, com o crescimento da companhia, a tendência é que o fundo possa oferecer resultados melhores para seus cotistas.

Fundo de investimento em participações: como investir

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No mínimo 90% do patrimônio do fundo deve ser alocado em ações, debêntures, bônus de subscrição e títulos que possam ser convertidos em ações. Já os 10%  restantes podem ser aplicados em cotas de outros fundos. Os fundos também podem adquirir ativos no exterior, mas a porcentagem não pode ultrapassar 20%.

Em contrapartida, a aplicação em debêntures possui o limite de 33%. Um detalhe importante sobre os FIPs, são as chamadas de capital. Em síntese, as chamadas de capital são os aportes que os cotistas se comprometem a realizar no fundo, através do contrato de Compromisso de Investimento e Boletim de Subscrição.

Em outras palavras, o cotista assina um documento se comprometendo a investir determinada quantia no fundo, e posteriormente o fundo precisa receber esses valores, de acordo com os projetos que ele for investindo.

Tipos de FIP

De acordo com suas características de funcionamento, os fundos de investimento em participações podem ser divididos em:

1- Capital semente: Esse tipo de FIP é voltado para o investimento em companhias que possuem uma receita bruta anual inferior a R$16 milhões. Para garantir que a empresa se encaixa nesses critérios, o fundo analisa os exercícios sociais dos últimos três anos da companhia, antes de realizar o primeiro aporte.

Fundo de investimento em participações: como investir

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2- Empresas emergentes: A intenção do FIP de empresas emergentes é investir em negócios com receita bruta anual abaixo de R$ 300 milhões. Assim como o fundo de investimento em participações de capital semente, os FIPs de empresas emergentes verificam os últimos três exercícios sociais da companhia.

3- Infraestrutura: O objetivo desse tipo de fundo é investir em empresas de capital aberto ou fechado, que atuam na área de infraestrutura.

A intenção é aplicar em companhias de áreas prioritárias como, por exemplo, transporte e energia e que sejam focadas em desenvolver pesquisas e inovações. A vantagem dos FIPs de infraestrutura é que os cotistas possuem isenção fiscal nos dividendos e na venda das cotas.

4- Multiestratégia: Para finalizar, temos os fundos de investimento em participações que não seguem nenhuma das estratégias anteriormente citadas. Portanto, os fundos de multiestratégia se aplicam em múltiplas categorias.

Riscos

Não existe nenhum investimento que seja 100% livre de risco, sobretudo aplicações de renda variável, como é o caso do fundo de investimento em participações. Sendo assim, os riscos que afetam os FIPs são:

1- Risco de mercado: Como um FIP aplica em empresas menores, ele se expõe bastante ao risco de mercado. Isso porque, essas empresas podem não ter o desempenho esperado e ter dificuldades em evoluir. Sendo que, se a companhia não apresentar lucros ou quebrar, os cotistas terão prejuízo.

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2- Riscos macroeconômicos: São os riscos associados às dificuldades econômicas em escala global, nacional ou regional. As empresas pequenas são mais afetadas pelos períodos de instabilidade, o que dificulta que a companhia cresça em períodos conturbados, como, por exemplo, crises econômicas.

3- Risco de liquidez: Temos ainda o risco de liquidez já que os fundos de investimento em participações não possuem liquidez no mercado. O ideal é que o investidor aplique com foco no longo prazo, já que transformar a aplicação em dinheiro é bem difícil.

Vantagens e desvantagens

Uma das principais vantagens dos fundos de investimento em participações é a gestão profissional do fundo. Essa característica faz com que investir em fundos seja fácil, já que o gestor é o responsável por analisar as empresas e investir.

Além disso, é o gestor quem irá representar os cotistas e influenciar no futuro da empresa. Outra vantagem é que como os gestores procuram por empresas menores com grande potencial de crescimento, os cotistas podem obter bons lucros no longo prazo.

Por fim, temos ainda a vantagem de que investir em FIP é uma maneira de diversificar a carteira de investimentos. Sendo que, a diversificação é uma forma de diluir os riscos e potencializar os retornos.

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Por outro lado, temos como desvantagem o fato de que os fundos de investimento em participações distribuem dividendos de maneira menos frequente do que alguns outros tipos de fundos. O regulamento dos fundos estabelece que os proventos devem ser pagos, porém, a frequência geralmente é menor.

Existe ainda a desvantagem de que esses fundos exigem uma aplicação alta e são destinados apenas para investidores qualificados. Para finalizar, os fundos possuem a desvantagem da baixa liquidez, pois geralmente eles não são negociados na bolsa.

Normalmente eles possuem uma data de vencimento estabelecida e é bem difícil fazer o resgate antecipado ou vender as cotas previamente. Além disso, os cotistas não conseguem realizar novos aportes no decorrer do tempo. Eles devem ser aplicados no momento de entrada no fundo, e depois é preciso aguardar a finalização do fundo.

Como investir em FIP?

O primeiro passo para investir em um fundo de investimento em participações, é saber se você é um investidor qualificado. Como um FIP se encaixa na categoria de renda variável, é preciso analisar também se essa aplicação se encaixa no seu perfil de investidor.

Fundo de investimento em participações: como investir

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É preciso analisar também se esse tipo de aplicação se encaixa nos seus objetivos pessoais, já que ele é voltado para o longo prazo, normalmente tem um período longo de carência e possui um investimento inicial alto.

Enfim, para investir em um fundo de investimento em participações, você deve analisar alguns aspectos do fundo, tais como: qualidade da gestão, tipo do FIP e estratégia adotada e objetivos do fundo. 

Se você não é um investidor qualificado, não se preocupe existem alguns outros tipos de fundos que podem ser uma boa opção, confira alguns Tipos de fundos de investimento – Quais são e como funcionam

Fontes: B3, Renovainvest, Investimento em F. e Os melhores investimentos

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