11 de agosto de 2021 - por Jaíne Jehniffer
A fórmula da riqueza não é única. Na verdade, existem algumas variações. Por exemplo, Robert Kiyosaki ensina em seu livro a fórmula da Taxa da Riqueza, que indica se o investidor já pode viver de renda.
Além disso, existe a fórmula da multiplicação da riqueza, onde é considerado o valor presente, o valor futuro, a taxa de juros e o tempo que o dinheiro ficará aplicado.
Por fim, existe ainda a fórmula da riqueza que é uma espécie de caminho que passa pela organização financeira, divisão da receita e investimentos. Todas elas possuem algo em comum: a necessidade de investir.
Taxa da riqueza
No livro Aposentado Jovem e Rico, Robert Kiyosaki apresenta o conceito de Taxa de Riqueza. Em síntese, a Taxa de Riqueza serve para ajudar os investidores a analisar a renda do seu portfólio e a renda passiva em relação às suas despesas totais.
Logo, o investidor consegue verificar a possibilidade de se aposentar mais cedo e mais rico, se ele conseguir manter a taxa acima de 1% durante determinado período. O cálculo é feito por meio da seguinte fórmula: Taxa da Riqueza = (Renda de portfólio + Renda passiva) / (Despesas totais).
Sendo que, a renda de portfólio é a renda obtida através dos investimentos nos vários tipos de aplicações financeiras, como, por exemplo, ações e fundos. Em contrapartida, a renda passiva é a renda gerada sem precisar trabalhar por ela, como a renda de aluguéis.
A soma dos dois tipos de renda dividida pelo total dos gastos é igual à taxa de riqueza do investidor. Ou seja, a taxa de riqueza é o quanto você pode arcar com seus gastos mensais sem a necessidade de usar o seu salário. Desse modo, se a sua Taxa de Riqueza for 1, então você não precisaria trabalhar mais para arcar com suas despesas mensais.
Por exemplo, se você possui R$ 200,00 de renda passiva e R$ 100 de renda do portfólio, você possui R$ 300,00 que não são provenientes do seu trabalho. Se o seu gasto mensal é de R$ 1.000, então sua taxa de riqueza será (200+100) / 1.000). O resultado será 0,3. Esse resultado não é suficiente para viver de renda, mas você poderá aumentar esse valor aos poucos e um dia passar a viver de renda.
Resultado 1 na fórmula da riqueza basta?
Alguns profissionais argumentam que a Taxa da Riqueza em 1 não seria o suficiente para viver de renda. Um exemplo disso é o educador financeiro do Instituto DSOP, Reinaldo Domingos.
No seu livro Terapia Financeira – Realize seus sonhos com educação financeira, ele explica que a Taxa de Riqueza, que ele chama de Taxa de Independência Financeira deve ser equivalente à pelo menos 2.
Somente com esse resultado uma pessoa poderia viver apenas com os rendimentos dos investimentos, sem precisar trabalhar. Isso porque, com uma taxa de 1 o investidor poderia ficar sem trabalhar por 10 ou 15 anos, mas depois disso o rendimento seria corroído pela inflação.
Dessa maneira, ele argumenta que a taxa não deve ser menor que 2, onde 50% da renda seria usada para a manutenção do padrão de vida e os outros 50% devem ir para a reserva, funcionando como uma proteção contra a inflação.
Enfim, independente do valor da Taxa de Riqueza que você considerar, é importante que ela não seja considerada isoladamente. Ou seja, o mais recomendado é que você analise todos os aspectos da sua vida financeira para entender como está sua saúde financeira. Sendo assim, é preciso considerar aspectos como reserva de emergência e aposentadoria.
Fórmula da multiplicação da riqueza
A fórmula da multiplicação da riqueza é a seguinte: VF = VP (1+i)n. Sendo que, VF é o Valor Futuro, isto é, o valor que você pretende ter futuramente. O VP é o Valor Presente, ou seja, o valor que você tem no momento para investir. O i é a taxa de juros mensal ou anual e por fim, o n é o número de anos ou meses que o dinheiro ficará aplicado.
Por meio da aplicação dessa fórmula da riqueza, você consegue descobrir o quanto você precisa ter hoje para obter determinada quantia no futuro. Se você não gosta de fazer contas, não se preocupe, existem algumas calculadoras de juros compostos na internet que são baseadas nessa fórmula.
Apesar de você não precisar se preocupar em fazer os cálculos, é importante que você reflita sobre os dados solicitados. Alguns dos fatores que você deve refletir são:
1- Rentabilidade: A rentabilidade dos seus investimentos está relacionada com o seu conhecimento sobre investimentos. Por exemplo, uma pessoa que investe na poupança terá o rendimento baixo, já que a rentabilidade da poupança fica abaixo da inflação. Portanto, é preciso analisar os melhores investimentos e procurar aliar sua tolerância ao risco com o melhor retorno possível.
2- Valor investido mensalmente: Se você optar por uma aplicação conservadora que proporciona um rendimento baixo, então talvez seja interessante pensar em aumentar o valor investido mensalmente. Uma das maneiras de fazer isso é conseguindo uma renda extra.
3- Prazo: Pense bem sobre o prazo de aplicação e os objetivos ao investir. Pense em como você deseja viver sua velhice: aposentadoria tradicional ou viver de renda?
O caminho da riqueza
O caminho da riqueza ou a fórmula da riqueza, passam por alguns estágios: organização financeira, divisão da receita e investir. Confira cada um deles:
1- Organize sua vida financeira
Saiba exatamente como está sua situação financeira. Para isso, é essencial acompanhar todos os aspectos que envolvem dinheiro, tais como: receitas, despesas, depósitos e saques. Com esse acompanhamento você poderá organizar sua vida financeira e permanecer com saldo positivo.
Inclusive, se você tiver dívidas é essencial que você se organize para se livrar delas, já que as dívidas geralmente possuem taxas de juros que podem arruinar sua vida financeira. Além de pagar as dívidas, é essencial criar uma reserva de emergência, que deve ser usada apenas em imprevistos.
2- Divisão de receita
Depois que você tiver organizado sua vida financeira, pago as dívidas e feito uma reserva de emergência, está na hora de dividir suas receitas. Existem algumas formas diferentes de dividir sua receita. Por exemplo, você pode deixar 80% para manter o seu padrão de vida e os 20% restantes para investir. Uma dica extra é conseguir uma renda extra para que você possa investir ainda mais.
3- Invista seu dinheiro
Por fim, após colocar sua vida financeira em ordem, você poderá investir e fazer seu dinheiro trabalhar por você. Antes de investir, estude sobre o mercado, as opções de aplicações e conheça o seu perfil de investidor. Um dos ativos mais famosos do mercado são as ações.
Em síntese, as ações são frações de empresas negociadas na bolsa de valores. O investidor pode lucrar com a valorização dos ativos e com a distribuição de proventos. Apesar de serem famosas, as ações fazem parte da chamada renda variável.
Sendo assim, ao aplicar nelas o investidor corre o risco de ter prejuízos caso as ações se desvalorizem. Como é um tipo de aplicação arriscada, você deve conhecer seu perfil de investidor antes de comprar ações. Se você não gosta de correr riscos, existem aplicações menos arriscadas como, por exemplo, os títulos de renda fixa.
Estes títulos possuem certa previsibilidade de retorno e boa parte deles contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição, em caso de calote. Além disso, para quem deseja um rendimento mensal, é possível investir em fundos imobiliários.
Eles também são ativos de renda variável, mas normalmente eles não passam por tantas oscilações quanto às ações e de maneira geral, distribuem proventos mensalmente. Aprenda mais sobre eles: Fundos imobiliários, o que são? Definição, principais tipos e como investir
Fontes: Infomoney, E-commerce na prática e O clube dos poupadores,
Imagens: 12 min, Super, The cap, Suno, Entre euros e reais e The cap