6 de outubro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Antes de investir em ações, é essencial ter uma estratégia, definir os objetivos com a aplicação e é claro, saber como analisar uma ação. Afinal de contas, não é recomendado que você compre ações antes de fazer uma boa análise.
Sendo assim, se você é um investidor iniciante e não sabe como analisar uma ação, não se preocupe, preparamos este texto para te ensinar de forma simples como analisar uma ação.
Lembrando que este texto não deve ser considerado uma recomendação ou indicação do que você deve fazer com a sua vida financeira ou carteira de investimentos.
Como analisar uma ação?
Neste texto iremos ensinar uma forma simples de analisar uma ação, para quem é um investidor iniciante e está ansioso para começar a investir. É claro que o ideal seria você se aprofundar sobre os investimentos, ler livros e fazer cursos, como A Única Verdade Possível.
No entanto, você pode sim começar a investir aos poucos, utilizando uma estratégia mais simples. Posteriormente, conforme você for adquirindo experiência e conhecimento sobre investimentos, você poderá tornar essa análise mais completa e complexa.
1- Lucros consistentes
A primeira coisa que você precisa observar ao analisar uma ação é se a empresa apresenta lucros consistentes. Isso porque, se a companhia não registra lucro, ela vai exigir uma análise mais profunda, que o investidor iniciante normalmente não está preparado para fazer.
Além disso, empresas que não lucram precisam de empréstimos e são mais vulneráveis. Basicamente, as empresas lucrativas são mais seguras para investir do que as empresas que apresentam prejuízos e que podem falir.
Se você verificar os lucros nos últimos 10 ou 20 anos da empresa e perceber que ela sempre foi lucrativa, as chances de que ela seja uma empresa muito boa é alta. Sendo que uma empresa lucrativa tem mais chances de distribuir proventos e apresentar um bom crescimento.
2- Tag along
Em síntese, a tag along é um instrumento de proteção dos acionistas minoritários, que garante a eles o direito de deixarem uma sociedade, se o controle da empresa for adquirido por um investidor que até então não fazia parte dela.
Na prática, o tag along garante que o investidor minoritário venda suas ações pelo mesmo preço (ou quase o mesmo preço) que o controlador da empresa. Esse direito é útil quando o investidor não conhece o novo controlador ou não acredita no futuro da organização com o novo controlador.
Um detalhe importante é que se a empresa possui apenas ações com final 3, isso significa que ela faz parte do nível de governança Novo Mercado. Logo, todas as suas ações são ordinárias e possuem tag along. Já as empresas de outros níveis de governança, é preciso verificar quais ações possuem tag along e qual a porcentagem.
3- Dívidas
Às vezes, as dívidas servem para uma empresa crescer mais rápido. Entretanto, o investidor precisa conferir como está o endividamento da empresa, pois essa empresa pode estar com uma dívida desequilibrada. Um indicador de dívida bastante utilizado pelos investidores, é a dívida líquida pelo Ebitda.
Em resumo, o Ebitda é a sigla de Earnings Before Interest Taxes, Depreciation and Amortization. Traduzindo significa Lucros antes dos Juros, Imposto, Depreciação e Amortização (Lajida – sigla em português). Enfim, se a dívida líquida pelo Ebitda estiver em 2 ou 3 é preciso ficar alerta. Porém, se o indicador estiver negativo significa que a empresa não tem dívidas.
4- Idade
É possível avaliar dois tipos de idades: de IPO e de criação. A maioria das pessoas prefere analisar há quanto tempo a empresa está no mercado financeiro. Isso porque, se a empresa tivesse feito a IPO há muitos anos, ela estaria sendo auditada pelo mercado há muito tempo, o que significa que provavelmente ela possui números mais maduros.
Nesse sentido, uma empresa que abriu capital há 10 ou 20 anos pode ser mais segura para investir do que uma empresa que fez IPO recentemente. Outra maneira de analisar a idade é verificando há quanto tempo a empresa existe.
Esse é um dado importante a ser analisado, pois as empresas mais antigas, de 80 ou 100 anos, possuem maiores chances de continuarem sobrevivendo por muito tempo. Esse fenômeno é explicado pelo Efeito Lindy, que diz que uma empresa, profissional ou tecnologia, possui uma expectativa de vida equivalente ao tempo que ela já existe.
5- Crescimento das receitas
O quinto fator que você deve considerar para analisar uma ação, é o crescimento das receitas. Muitas pessoas não observam este indicador, contudo, ele é extremamente importante. Isso porque, se uma empresa não apresenta um crescimento das receitas de forma constante, ela está perdendo para a inflação.
Ou seja, se o dinheiro está perdendo valor para a inflação e as receitas da empresa não estão subindo, isso significa que ela está perdendo receita. Portanto, para ao menos se manter, a empresa precisa crescer o mesmo que a inflação.
Se uma empresa apresenta uma retração das receitas ou apenas mantém as receitas, é preciso ficar atento. Acontece que, se a empresa estiver tendo uma receita abaixo da inflação, ela pode ter problemas no futuro.
6- Setor perene
Para finalizar, além de analisar todos os aspectos anteriores, você deve analisar ainda se o setor de atuação da empresa é perene. Isso é um indicador importante, pois os setores perenes são aqueles que provavelmente irão continuar existindo nos próximos anos.
Alguns exemplos de setores perenes são: setor elétrico, bancos, saneamento e celulose. Esses setores são caracterizados por comercializarem produtos estratégicos, que dificilmente a sociedade irá parar de consumir nos próximos anos. Logo, pensando em uma estratégia de longo prazo, faz muito sentido procurar por boas empresas que sejam de setores perenes.
Enfim, se você utilizar os seis critérios explicados neste texto, é muito provável que você irá encontrar boas empresas para a sua carteira. Assista ao vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, e entenda com mais detalhes como analisar uma ação:
E aí, curtiu aprender como analisar uma ação? Então aproveite para conferir algumas Ações para investidores de longo prazo: 4 opções de ativos
Fonte: Roteiro de Raul Sena
Imagens: The cap, Euroinvest, Alpha investidor, Clube do valor, Investidor de sucesso e Romerolab