Essencialismo psicológico: o que é e como funciona esse viés

13 de dezembro de 2022 - por Jaíne Jehniffer


O essencialismo psicológico é um tipo de viés cognitivo. Por meio dele, a pessoa tende a acreditar que certos grupos têm características únicas e que são essenciais à sua existência.

Sendo que, na verdade, essas características não são tão relevantes para à sua existência. Por exemplo, o coração é um órgão essencial para a nossa existência.

Por outro lado, suposições como: achar que todas as mulheres gostam de fazer compras é errado. Da mesma forma, supor que todos os homens gostam de futebol é um erro.

Portanto, este viés não se relaciona a características que realmente são importantes para a existência.

Mas sim da tendência mental de atribuir falsas características inatas a um grupo de pessoas, entidades ou objetos, sem as quais ele não existiria.

O problema desse viés é que ele nasce de um argumento falacioso. Ou seja, parece um argumento verdadeiro, mas trata-se de um equívoco.

Sendo assim, a característica pode parecer inata, mas é apenas uma ilusão, que pode ser proposital ou não.

No fim das contas, este viés pode afetar a sua vida pessoal, profissional e financeira, fazendo você ter julgamento incorretos, que irão levar a decisões erradas.

Como o essencialismo psicológico funciona?

O essencialismo psicológico funciona como um viés cognitivo que afeta a forma das pessoas interpretarem os dados, podendo levar a decisões incorretas.

Por exemplo, uma pessoa que teve várias experiências ruins com o atendimento de vendedores pode chegar a conclusão de que todos os vendedores são ruins e afirmar isso para outras pessoas como se fosse verdade.

Com isso, as pessoas podem realmente acreditar que todos os vendedores são ruins e passarem a desconsiderar a ajuda de qualquer vendedor.

É claro que existem muitos vendedores ruins. Mas atribuir a característica de péssimo atendimento para todos os vendedores não é correto.

Isso porque, apesar de existem muitos vendedores ruins, também existem bons profissionais no mercado.

Outro exemplo, é achar que toda cidade grande é perigosa e que morar na periferia também é muito perigoso.

Como as notícias nesses locais costumam ser mais compartilhadas, a sensação é de que as grandes cidades e as periferias são mais perigosas.

É claro que a violência está presente nestes locais. No entanto, muitas vezes, não é tão alta quando parece. No fim das contas, o nível de violência varia bastante e é afetado por vários aspectos.

Como o essencialismo psicológico pode afetar a sua vida?

O essencialismo psicológico tem origem no cérebro humano. Uma hipótese é a de que ele surgiu da obsessão humana por padronizações.

Sendo que isso remete aos nossos ancestrais. Por exemplo, categorizar um leão como caçador, carnívoro e perigoso era muito útil para a sobrevivência.

Afinal de contas, ao ver um leão, a pessoa não ia parar para analisar se aquele leão em específico era manso. Ao invés disso, a pessoa se apoiava nas características que ela havia notado nos outros leões.

Hoje em dia vivemos em uma realidade totalmente diferente. Portanto, esse viés se manifesta em situações diferentes.

Por exemplo, uma jovem que teve relacionamentos abusivos e tóxicos pode afirmar que nenhum homem presta. Com isso, ela está categorizando todos os homens com base na sua experiência.

Por exemplo, muitas pessoas pensam que: “tudo o que é de graça não presta”.

No entanto, não prestar não é uma característica inata de coisas gratuitas. Logo, essas pessoas estão sendo guiadas pelo viés do essencialismo psicológico.

À primeira vista, este viés pode não parecer tão ruim. Contudo, ele pode impregnar as culturas e fazer as pessoas verem outras pessoas da forma que elas não são.

Com isso, você pode acabar tomando uma decisão equivocada, já que está acreditando em características falsas. Além disso, você pode acabar prejudicando a si mesmo e seus planos para o futuro.

Por exemplo, muitas pessoas acreditam que quem é rico é ganancioso e mesquinho. Se você acreditar nisso, como você vai conseguir enriquecer?

O fato é que se você acredita que os ricos são pessoas ruins, você vai acabar se sabotando para continuar pobre. Sendo que na verdade, muitos ricos são boas pessoas que fazem muitas caridades.

Como evitar?

Para evitar o essencialismo psicológico, se questione sobre o que te é passado e informado. Ou seja, questione as informações que você receber e confira quais são os seus fundamentos.

Desse modo, ao buscar dados mais profundos sobre certas situações, opiniões e razões, tudo se torna mais transparente e você pode tomar decisões de forma mais clara.

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