6 estratégias de alocação de ativos

A alocação de ativos se refere os recursos e porcentagens destinados à cada ativo que irá compor uma carteira de investimentos. Entenda como.

20 de novembro de 2020 - por Sidemar Castro


A alocação de ativos é uma estratégia de investimentos, no qual o investidor considera não apenas quais as classes de ativos irão compor sua carteira de investimentos, mas também a porcentagem de cada um. 

O principal objetivo da alocação de ativos, é o estabelecimento de uma boa relação entre os riscos e os retornos das carteiras de investimentos.O investidor pode definir por conta própria qual será a sua estratégia de alocação de ativos. Porém, existem algumas estratégias pré-definidas que podem ajudar. 

O que é alocação de ativos

A alocação de ativos se refere aos recursos destinados à cada ativo que compõe uma carteira de investimentos. Em outras palavras, a alocação de ativos se baseia na escolha de diferentes classes de ativos buscando uma boa rentabilidade

Em síntese, a alocação de ativos busca a melhor relação entre risco e retorno e é fundamentada na tolerância ao risco que o investidor possui. Além disso, a diversificação de investimentos deve ser levada em consideração ao se alocar os ativos. 

Quais são as estratégias de alocação de ativos?

Existem algumas estratégias que podem te ajudar na sua alocação de ativos:

1. Alocação estratégica de ativos

A alocação estratégica de ativos é uma estratégia de investimento que envolve a distribuição de recursos do investidor entre diferentes produtos e ações. O principal objetivo é diversificar a carteira e conquistar um melhor equilíbrio entre os riscos experimentados e o potencial de retorno financeiro.

Ela funciona com base em uma avaliação sobre a rentabilidade das classes de ativos, distribuindo os investimentos em dois grandes grupos: renda fixa e renda variável. Para isso, essa estratégia se baseia em dois aspectos fundamentais. O primeiro, é a expectativa de retorno com cada classe de ativo.

Além disso, você pode levar em consideração o seu próprio histórico como investidor.

Por exemplo, suponha que, na média pessoal, você tenha retornos próximos a 12% ao ano com seus investimentos no mercado de ações, enquanto consiga, também em média, um retorno anual de 7% com títulos de renda fixa. Desta forma, a alocação estratégia sugere uma divisão simples de 50% do seu capital em renda variável e 50% do capital em renda fixa, de modo a equilibrar as rentabilidades.

As vantagens da alocação estratégica incluem sua simplicidade operacional, a redução ao risco da renda variável e ser uma ótima abordagem para o investidor iniciante.

2. Alocação de ativos de ponderação constante

A alocação de ativos de ponderação constante, como estratégia de investimentos, requer um manejo mais ativo da carteira de investimentos.

Nessa estratégia, o investidor deve avaliar periodicamente a carteira e manejar ativos (comprar ou vender) conforme a valorização ou desvalorização de cada ativo. A ideia é manter a composição inicial da carteira, independentemente das oscilações do mercado.

Assim, como exemplo, se a carteira foi inicialmente composta por 50% de ações e 50% de títulos de renda fixa, e as ações valorizam, fazendo com que representem 60% da carteira, o investidor venderia algumas ações para trazer a proporção de volta a 50%.

Da mesma forma, se as ações desvalorizassem e passassem a representar 40% da carteira, o investidor compraria mais ações para trazer a proporção de volta a 50%.

Essa estratégia é considerada ativa porque exige que o investidor esteja constantemente reequilibrando a carteira para manter as proporções desejadas. Isso pode levar a um maior número de transações, o que pode resultar em maiores custos de transação.

No entanto, a alocação de ativos de ponderação constante pode ajudar a proteger o investidor contra mudanças adversas no mercado, mantendo um equilíbrio constante entre diferentes tipos de ativos.

3. Alocação dinâmica de ativos

A alocação dinâmica de ativos permite ao investidor ajustar a alocação de ativos com base em mudanças nas condições de mercado ou na economia. Ou seja, o investidor modifica sua carteira de investimentos de acordo com o cenário econômico.

O posicionamento em cada classe de ativo vai depender das expectativas do próprio investidor em relação ao futuro de curto prazo do mercado financeiro. Por exemplo, se o investidor considera que o otimismo vai tomar conta do mercado, levando mais investidores a se interessarem pela renda variável, ele pode aumentar a exposição na Bolsa de Valores para aproveitar essa tendência.

Da mesma forma, ao identificar um cenário mais receoso e pessimista, o investidor poderia reduzir essa exposição à renda variável, migrando para títulos mais seguros.

As vantagens da alocação dinâmica incluem:

  • Desempenho: Investir nas classes de ativos de melhor desempenho garante que as carteiras dos investidores tenham a maior exposição ao momentum e colham retornos se a tendência continuar.
  • Diversificação: A alocação dinâmica de ativos expõe um portfólio a várias classes de ativos para ajudar a gerenciar o risco.
  • Potencial de ganhos mais atrativo: Pelo seu caráter mais ativo, essa estratégia para seleção de investimentos apresenta um potencial de ganhos mais atrativo do que abordagens passivas.
  • Liberdade e flexibilidade: Não há uma obrigatoriedade de trabalhar com um formato pré-estabelecido de ativo, permitindo variações na busca pela valorização patrimonial.

No entanto, é importante lembrar que a alocação dinâmica de ativos requer uma gestão ativa e uma boa capacidade de identificar oportunidades de investimento. Portanto, é mais adequada para investidores com experiência de mercado.

4. Alocação de ativos segurada

A alocação de ativos segurada é uma estratégia de investimento recomendada para quem tem um perfil mais conservador.

Nessa estratégia, o investidor estabelece um limite máximo de perdas para sua carteira. Se a carteira atingir esse limite de perdas, uma realocação de ativos deve ser feita.

Essa realocação prioriza ativos de baixo risco, como os títulos públicos ou Certificados de Depósito Bancário (CDBs), por exemplo.

Portanto, a alocação de ativos segurada é uma estratégia que busca proteger o investidor contra grandes perdas, garantindo que, mesmo em cenários adversos, a exposição ao risco seja controlada e limitada.

5. Alocação tática de ativos

A alocação tática de ativos é uma estratégia que permite ao investidor dividir seu patrimônio entre investimentos de longo prazo, assim como outras estratégias de seleção de ativos, mas separando uma parte do capital para investimentos de curto ou médio prazo.

Funciona assim: o investidor utiliza o cenário econômico para traçar suas estratégias, aproveitando eventuais oportunidades de mercado que possibilitem um incremento de rentabilidade.

Por exemplo, em um cenário de crise, onde o ambiente financeiro se desvaloriza fortemente, o investidor pode aproveitar para comprar ativos desvalorizados pelo mercado.

A grande vantagem da alocação tática é permitir a maximização do lucro de acordo com o cenário econômico. Ela proporciona flexibilidade para algumas operações de curto prazo e, caso essas operações sejam bem-sucedidas, permite um incremento de rentabilidade em relação às demais estratégias.

No entanto, é importante ressaltar que essa estratégia exige um bom conhecimento de mercado por parte do investidor, pois é um processo mais complexo de seleção de ativos. Portanto, é mais adequada para investidores com experiência de mercado.

6. Alocação integrada de ativos

A alocação integrada de ativos é uma estratégia considerada a mais equilibrada entre as formas de alocação de ativos.

Ela leva em consideração os ganhos e os riscos de investimento de acordo com o perfil do investidor. Além disso, a alocação integrada é mais ampla, pois permite a mistura de outras estratégias, desde que não haja contraposição.

Por exemplo, um investidor pode ter uma alocação estratégica de ativos como base, mas usar a alocação tática para aproveitar oportunidades de curto prazo. Ao mesmo tempo, pode estabelecer um limite máximo de perdas para sua carteira, característica da alocação segurada.

Portanto, a alocação integrada de ativos oferece uma abordagem equilibrada e flexível, permitindo ao investidor adaptar sua estratégia de investimento às suas necessidades e ao ambiente de mercado.

Por que fazer alocação de ativos?

A alocação de ativos é uma estratégia de investimento que oferece vários benefícios:

  • Redução de Risco: A diversificação de investimentos em diferentes classes de ativos pode ajudar a reduzir o risco global da carteira de investimentos.
  • Redução de Custos: Como essa estratégia visa obter resultados em um prazo maior, o número de operações é relativamente menor, reduzindo custos e taxas associados a transações frequentes.
  • Maior Rentabilidade em Diferentes Cenários: A alocação de ativos permite obter bons retornos mesmo em cenários de crise econômica, graças à diversificação da carteira.
  • Maior Clareza nas Decisões: A estratégia de alocação de ativos fornece um roteiro claro para quando e onde investir, o que pode ajudar a eliminar o fator emocional do processo de tomada de decisões financeiras.
  • Facilidade em Compreender e Dominar: A alocação de ativos é uma estratégia simples e eficaz que pode ser facilmente compreendida e aplicada por investidores.
  • Menos Tempo Acompanhando o Mercado: Como a alocação de ativos é uma estratégia de longo prazo, ela não requer que o investidor passe horas acompanhando os sites de finanças.

A escolha da estratégia de alocação de ativos deve levar em consideração uma série de variáveis pessoais do investidor, como idade, objetivos, expectativa de retorno, tolerância ao risco, entre outros.

Fontes: Inco, Clube do Valor, Terra Investimentos, Eu Quero Investir, CM Capital, Riconnect

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