Aversão ao risco: o que é e como isso impacta os investidores

5 de setembro de 2024 - por Sidemar Castro


A aversão ao risco refere-se à preferência dos indivíduos ou investidores por opções mais seguras e previsíveis, mesmo que isso signifique aceitar retornos menores. Esse comportamento é motivado pelo desejo de evitar perdas significativas e incertezas.

A aversão ao risco pode influenciar diversas decisões econômicas, como a escolha de investimentos, onde investidores avessos ao risco tendem a optar por ativos de menor volatilidade, como títulos do governo ou contas de poupança, em vez de ações ou outros investimentos mais arriscados.

Além disso, essa tendência pode afetar o comportamento de consumo e poupança das pessoas, levando-as a preferir estabilidade financeira. Leia e saiba mais!

O que é a aversão ao risco?

Ela é um comportamento humano caracterizado pela relutância em aceitar investimentos ou negócios com retornos incertos e, talvez, maiores, em favor de opções mais seguras e certas, e menores.

Este conceito é fundamental em psicologia, economia e finanças, pois reflete como as pessoas lidam com a incerteza e o medo de perder dinheiro. Além disso, esse comportamento é um aspecto crucial que influencia as decisões financeiras das pessoas, levando-as a priorizar a segurança sobre a potencialidade de lucro.

Ou seja, essa aversão é uma característica humana que pode afetar significativamente as estratégias de investimento e negócios, pois muitas pessoas preferem evitar riscos, mesmo que isso signifique aceitar retornos inferiores. Este comportamento revela como as pessoas lidam com a incerteza e o medo de perder dinheiro, o que pode ter consequências importantes nas suas escolhas financeiras.

Características

O medo excessivo de perda de capital é considerado, portanto, a principal característica da aversão ao risco. Além disso, as pessoas avessas a essa possibilidade de perda, preferem, por conseguinte, manter seus investimentos em áreas de conforto, onde as probabilidades são mais tangíveis e as perdas são menos prováveis.

Ademais, em vez de investir em opções arriscadas que podem oferecer retornos mais altos, essas pessoas optam, consequentemente, por investimentos seguros, como contas bancárias com taxas de juros baixas, renda fixa, ou outros ativos de baixo risco.

Existem, por outro lado, diferentes perfis de investidores, desde os conservadores que buscam segurança até os arrojados que estão dispostos a correr maiores riscos em busca de maiores retornos. Nesse sentido, a aversão ao risco é considerada um dos principais fatores que influenciam esses perfis.

Além disso, a aversão ao risco faz com que muitos investidores renunciem a boas oportunidades de rentabilidade, preferindo evitar o risco de perda em vez de potencialmente ganhar mais. Dessa forma, isso pode limitar a rentabilidade do patrimônio e retardar o alcance dos objetivos financeiros.

Como funciona a aversão ao risco?

Essa atitude funciona como um mecanismo psicológico e comportamental que leva as pessoas a preferirem opções mais seguras e previsíveis, evitando situações que envolvam incerteza ou potencial para perdas.

Indivíduos avessos ao risco tendem a escolher opções que minimizam a possibilidade de perda, mesmo que isso signifique aceitar retornos menores. Por exemplo, eles podem preferir investir em títulos do governo em vez de ações voláteis.

Pessoas avessas ao risco geralmente superestimam a probabilidade de eventos negativos e subestimam a probabilidade de eventos positivos. Esse comportamento pode levar a uma abordagem mais conservadora em várias áreas da vida, não apenas em investimentos.

A aversão ao risco é fortemente influenciada pelas emoções. O medo de perder dinheiro ou enfrentar consequências negativas pode ser mais poderoso do que a perspectiva de ganhar.

A compra de seguros é um exemplo clássico de aversão ao risco. As pessoas pagam prêmios para proteger-se contra eventos adversos, como acidentes, doenças ou desastres naturais.

A aversão ao risco também influencia o planejamento financeiro de longo prazo. Indivíduos podem optar por estratégias que garantam uma aposentadoria segura, mesmo que isso signifique sacrificar um crescimento potencial mais alto.

De que forma a aversão ao risco impacta os investidores?

Como um viés cognitivo que afeta significativamente o comportamento dos investidores, influenciando suas decisões de investimento.

Essa aversão é o medo das pessoas frente à possibilidade de perda. Ou seja, isso faz com que os investidores evitem investimentos que possam resultar em perdas, mesmo que esses investimentos ofereçam maiores oportunidades de rentabilidade.

Investidores com aversão ao risco tendem a preferir investimentos seguros e com alta liquidez, como rendas fixas. Essa escolha é feita para diminuir o risco de perda de capital, mesmo que isso signifique renunciar a oportunidades de rentabilidade mais altas.

Graus de Aversão ao Risco

Existem diferentes graus de aversão ao risco. Investidores conservadores têm a maior, priorizando a segurança e a liquidez. Investidores moderados aceitam arriscar uma parcela do capital para melhorar as oportunidades de rentabilidade, enquanto investidores arrojados têm mais tolerância ao risco e buscam maiores rentabilidades.

Para cada nível de aversão ao risco diferente, o investidor terá uma disposição diferente para investir em classes de ativos mais ou menos arriscadas. Significa que investidores com maior aversão ao risco tendem a evitar investimentos de alto risco, como ações ou criptomoedas.

Ela pode levar investidores a concentrar seus investimentos em poucos ativos, aumentando o risco de perda significativa. Diversificação, por outro lado, pode ajudar a minimizar o risco, mas investidores com aversão ao risco podem ter dificuldade em diversificar seus investimentos.

A concepção tradicional de finanças assume que os investidores são racionais e buscam maximizar seus interesses financeiros, avaliando informações de maneira objetiva. No entanto, a aversão ao risco pode levar a decisões irrationais, como superestimar o risco de certos investimentos ou subestimar a volatilidade do mercado.

Como lidar com a aversão ao risco?

Existem diversas estratégias que podem te ajudar a lidar com a aversão ao risco de forma mais eficaz:

  • Conhecer seus medos: Identificar o que te assusta em cada situação de risco é o primeiro passo para superá-lo.
  • Buscar informação: Quanto mais informações você tiver sobre uma determinada situação, menor será a incerteza e, consequentemente, o medo.
  • Quebrar grandes objetivos em metas menores: Dividir um objetivo grande em pequenas etapas torna o processo menos intimidante e mais gerenciável.
  • Começar com pequenos riscos: Iniciar com desafios menores pode te ajudar a ganhar confiança e se preparar para riscos maiores.
  • Celebrar pequenas vitórias: Reconhecer e celebrar suas conquistas, mesmo que sejam pequenas, aumenta sua autoestima e motivação.
  • Mudar sua perspectiva: Em vez de focar nos possíveis fracassos, concentre-se nas oportunidades de aprendizado e crescimento.
  • Buscar apoio: Conversar com amigos, familiares ou um profissional pode te ajudar a ter uma nova perspectiva sobre a situação.
  • Desenvolver a resiliência: Aprender a lidar com as dificuldades e a se recuperar de fracassos é fundamental para superar a aversão ao risco.

Aversão ao risco é algo positivo ou negativo?

A aversão ao risco pode ser vista de maneiras diferentes, dependendo do contexto e dos objetivos individuais.

Pelo lado positivo:

Para investidores conservadores, a aversão ao risco é positiva porque ajuda a proteger o capital contra perdas significativas. Compreender a aversão ao risco pode levar a decisões mais informadas e adequadas aos objetivos financeiros.

Já do lado negativo

Para investidores mais arrojados, a aversão ao risco pode ser negativa, pois pode levar à perda de oportunidades de maior rentabilidade. Em um contexto mais amplo, a aversão ao risco pode impedir o crescimento pessoal e profissional ao evitar novas experiências e desafios.

Fontes: Gov Br, Suno, Mais Retorno, Voitto, PreviBayer

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