16 de abril de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Uma carteira teórica é um portfólio representativo, composto por uma classe de ativos do mercado financeiro. Sendo que o objetivo das carteiras teóricas é servir como reflexo do desempenho desses ativos.
O resultado da performance dos ativos da carteira teórica, são os índices usados como parâmetro de rendimento pelos investidores. Logo, índices como o Ibovespa, são baseados não em investimentos reais, mas sim no resultado do desempenho de um portfólio representativo.
O investidor pode usar a carteira teórica dos índices para analisar o comportamento de uma classe de ativos ou como referência de rendimento. Porém, não é recomendado investir nos mesmos ativos de uma carteira teórica, já que elas são criadas de forma quantitativa e não qualitativa.
O que é uma carteira teórica?
Uma carteira teórica é um portfólio representativo, composto por uma seleção de ativos. Em outras palavras, os índices de referência do mercado financeiro fazem uma seleção de ativos, visando acompanhar o desempenho deles em uma carteira teórica.
Portanto, uma carteira teórica não é uma carteira de investimentos de fato, é apenas um portfólio montado com a intenção de acompanhar a performance de determinados ativos. Ou seja, é uma carteira de “mentirinha”, cujo resultado é usado como benchmarks pelos investidores.
Os benchmarks, por sua vez, são parâmetros de rentabilidade. Por exemplo, o Ibovespa é um índice que mede o desempenho das ações mais negociadas na bolsa de valores. Logo, ele pode servir como benchmark para fundos de ações, que desejam obter uma rentabilidade equivalente ou superior à performance do Ibovespa.
Os índices podem ser usados também como parâmetro para que o investidor individual possa analisar o desempenho da sua carteira de ações. Para isso, ele pode recorrer a diferentes tipos de índices, inclusive os que são destinados a tipos de ativos específicos, como por exemplo, o SMLL, o índice de small caps.
Enfim, os índices são uma boa maneira de acompanhar o desempenho de uma classe de ativos ou mercado em específico. Apesar disso, você não deve aplicar em uma empresa apenas porque ela faz parte da carteira teórica de um índice. Isso porque a ponderação dos ativos de uma carteira é realizada de maneira quantitativa e não qualitativa.
Composição de uma carteira teórica
Os critérios para a composição de uma carteira teórica variam de acordo com o tipo de índice. Por exemplo, os critérios podem incluir o volume de negociação e o nível de capitalização. Confira quais são os índices mais famosos no Brasil e quais são os seus critérios:
Ibovespa
Também conhecido como IBOV, é o principal índice do mercado de ações brasileiro. Como sua carteira teórica é composta com as ações mais negociadas no mercado, ele é muito utilizado como benchmark pelos investidores e é visto como um reflexo do desempenho da bolsa todo um todo.
Além de conter as ações com maior volume de negociação, o Ibovespa é um índice de retorno total. Isso significa que ele reflete tanto as oscilações de preços dos ativos, quanto os impactos causados pela distribuição de dividendos pelas empresas.
A carteira teórica do Ibovespa é avaliada a cada quatro meses, podendo passar por alterações na quantidade e na composição dos ativos. Para verificar a composição atualizada, basta acessar o site da B3.
SMLL
O SMLL é um índice focado exclusivamente em small caps. Sendo assim, sua carteira teórica tem como objetivo acompanhar o desempenho médio das pequenas empresas listadas na bolsa. O peso dos ativos do portfólio representativo depende da liquidez e o valor de mercado das small caps.
Dessa maneira, as empresas maiores possuem um peso maior na carteira. Assim como o Ibovespa, a composição da carteira atualizada pode ser acessada no site da B3.
IBRX 100
O IBRX 100 é um dos principais índices do mercado e sua carteira teórica é composta pelas 100 ações mais negociadas na bolsa. Desse modo, o critério de definição desse índice é o volume de negociações. Para acompanhar o portfólio atualizado, basta acessar o site da B3.
Como usar as carteiras teóricas?
Você pode usar as carteiras teóricas para acompanhar o desempenho do mercado de maneira geral ou de setores específicos. Além disso, é possível usar os índices como parâmetros para analisar se sua carteira está tendo uma boa rentabilidade.
Como as carteiras teóricas dos índices são apenas portfólios representativos, não é possível investir nelas. Entretanto, existem algumas opções para vincular seus rendimentos ao desempenho dessas carteiras. A primeira alternativa é investir nos mesmos ativos que compõem uma carteira teórica.
No entanto, essa é uma alternativa que exige um investimento alto e é arriscada, já que as carteiras teóricas são formadas de maneira quantitativa e não qualitativa. Ou seja, o fato de uma ação estar na carteira de um grande índice, não significa que ela possui bons fundamentos. Por isso, o mais recomendado antes de investir, é fazer uma análise fundamentalista.
A outra opção é aplicar em um ETF. Em síntese, os ETFs são fundos que investem nos mesmos ativos e na mesma quantidade dos índices. Por exemplo, o BOVA11 replica a carteira teórica do Ibovespa, com o objetivo de obter um retorno semelhante ao índice. Para entender mais sobre esse tipo de aplicação, leia: ETFs, o que são? Conceito, características e como investir
Fontes: Renova invest e Suno
Imagens: Investing, Tc, Pexels, Plataforma fast trade e Rico