Escola de Chicago: quais são as características dessa corrente?

16 de fevereiro de 2021 - por Sidemar Castro


A Escola de Chicago é uma linha de pensamento econômico baseada nos ideais neoliberais. Dessa maneira, ela defende o livre mercado e a teoria dos preços para que a economia possa se desenvolver sozinha sem intervenção estatal.

O nome Escola de Chicago deriva do fato de que os seus principais defensores eram professores na Universidade de Chicago. Porém, as ideias defendidas por eles não eram compactuadas por todos os docentes.

A Escola de Chicago foi duramente criticada por vários economistas. No entanto, seus ideais se difundiram e influenciaram líderes econômicos e instituições mundiais, como por exemplo, o Fundo Monetário Internacional.

Leia e saiba mais sobre a Escola de Chicago.

O que é e quais são as características da Escola de Chicago?

É uma linha de pensamento econômico que surgiu na Universidade de Chicago nos anos 1950, defendendo o livre mercado e o liberalismo econômico. Seus principais líderes foram George Stigler e Milton Friedman, ambos laureados com o Prêmio Nobel de Economia.

As principais características da Escola de Chicago incluem a defesa do mercado livre e rejeição do intervencionismo estatal.

A Escola de Chicago é uma forte defensora do laissez-faire e do livre mercado, rejeitando a regulamentação dos negócios e a intervenção do governo na economia. Eles acreditam que o mercado livre leva naturalmente ao desenvolvimento e prosperidade.

Outra característica é o monetarismo e rejeição do keynesianismo. A Escola de Chicago rejeita o keynesianismo em favor do monetarismo, acreditando que a política monetária é mais eficaz que a política fiscal para estabilizar a economia. Eles criticaram duramente o paradigma keynesiano após a estagflação dos anos 1970.

Em termos metodológicos, a Escola de Chicago enfatiza a “economia positiva”, ou seja, estudos empíricos baseados em estatísticas, dando menor importância à teoria econômica pura. Eles acreditam que a excelência acadêmica e a análise científica devem guiar as políticas econômicas.

Ampla gama de interesses além da macroeconomia: Diferente de outras escolas, a Escola de Chicago se dedica a estudos que vão da teoria dos jogos à economia da família, aplicando a análise econômica a diversos campos da sociedade.

Apesar de sua influência, a Escola de Chicago também enfrenta críticas, como a de Joseph Stiglitz, que argumenta que eles defendem cegamente o livre mercado mesmo diante de evidências de falhas de mercado. Alguns também a criticam por suas ideias terem sido aplicadas por governos conservadores e associadas ao neoliberalismo, ou ditaduras, como as de Pinochet, no Chile.

Quais são os principais teóricos e ideias?

Os principais teóricos e ideias da Escola de Chicago são:

1) Milton Friedman e o Monetarismo

Milton Friedman, laureado com o Nobel de Economia em 1976, foi um dos principais expoentes da Escola de Chicago. Ele desenvolveu o monetarismo, que enfatizava a importância da política monetária e a relação entre oferta de moeda e inflação.

Friedman defendia um papel limitado do governo na economia, argumentando que a intervenção estatal geralmente faz mais mal do que bem.

2) George Stigler e a Teoria da Regulação

George Stigler, ganhador do Nobel em 1982, contribuiu com a teoria da regulação, segundo a qual os reguladores são capturados pelos interesses que deveriam regular.

Ele argumentava que a regulação geralmente beneficia os produtores em detrimento dos consumidores.

3) Livre Mercado e Mínima Intervenção Estatal

A Escola de Chicago era defendia o livre mercado e rejeitava a regulamentação dos negócios, advogando por um *laissez-faire* (“deixa acontecer”, expressão francesa que simboliza o liberalismo econômico) quase absoluto.

Eles se opunham às ideias de John Maynard Keynes, dominantes na época, que defendiam uma maior intervenção do Estado na economia.

4) Privatizações e Redução do Estado

Os economistas de Chicago defendiam que quase todas as estatais são ineficientes e distorcem o sistema econômico. Eles acreditavam que o Estado deveria ter a mínima interação econômica possível, seja através de protecionismo ou estatização de setores.

5) Teoria das Expectativas Racionais

A teoria das expectativas racionais, desenvolvida por economistas da Escola de Chicago, se mostrou muito consistente. Ela afirma que os agentes econômicos usam toda a informação disponível para formar suas expectativas sobre o futuro.

6) Ênfase em Estudos Empíricos

Em termos metodológicos, a Escola de Chicago se destacava por dar maior importância à “economia positiva”, ou seja, estudos empíricos baseados em análise estatística de dados, em detrimento da teoria econômica tradicional.

7) Ampla Aplicação da Teoria Econômica

Os economistas da Escola de Chicago se notabilizaram por aplicar a teoria econômica a diversos campos da sociedade, como direito, política, sociologia, entre outros, expandindo os limites da disciplina.

Apesar de críticas de outros economistas, a Escola de Chicago se consolidou como uma das mais influentes correntes de pensamento econômico do século XX, contribuindo significativamente para a disseminação do livre mercado e do liberalismo econômico.

Quais são as contribuições da Escola de Chicago?

As contribuições da Escola de Chicago na Economia são:

1) Defesa do livre mercado e do liberalismo econômico

A Escola de Chicago é conhecida por defender enfaticamente o livre mercado e o liberalismo econômico, rejeitando o intervencionismo estatal. Seus líderes, como Milton Friedman e George Stigler, acreditavam que os mercados livres levariam naturalmente ao desenvolvimento e prosperidade.

2) Monetarismo e teoria das expectativas racionais

A Escola de Chicago foi uma das principais defensoras do monetarismo, dando grande importância à política monetária e à relação entre oferta monetária e PIB nominal.

Mais tarde, também adotou a teoria das expectativas racionais, que levou ao surgimento da Nova Escola de Chicago.

3) Ênfase na “economia positiva” e análise empírica

Em termos metodológicos, a Escola de Chicago enfatiza a “economia positiva”, ou seja, estudos empíricos baseados em estatísticas e análise de dados, dando menor importância à teoria econômica pura. Isso a diferencia de outras escolas de pensamento que dão mais peso à teoria.

4) Aplicação da teoria econômica em diversos campos

A Escola de Chicago se notabiliza por aplicar amplamente a teoria econômica em diversos setores da sociedade, seja no direito, nasociologia ou ciência política.

Economistas como Gary Becker expandiram a análise econômica para temas como discriminação, família e crime.

5) Influência no pensamento econômico mainstream

Apesar de algumas críticas, as ideias da Escola de Chicago tiveram grande impacto no pensamento econômico dominante (mainstream) a partir da década de 1970.

Seus representantes, chamados de novos-clássicos ou macroeconomistas de água doce, hoje dominam os principais centros de pesquisa ao lado dos novos-keynesianos.

Portanto, a Escola de Chicago deixou uma marca significativa na economia, especialmente por sua defesa do livre mercado, sua ênfase em análises empíricas e sua influência no mainstream econômico, mesmo que algumas de suas ideias tenham sido questionadas ao longo do tempo.

História da Escola de Chicago

Origem

A Escola de Chicago surgiu na década de 1950 no Departamento de Economia da Universidade de Chicago, com professores como George Stigler e Milton Friedman defendendo o livre mercado e o liberalismo econômico. Eles se contrapunham às ideias keynesianas, rejeitando a regulamentação dos negócios em favor de um liberalismo quase absoluto.

Sua linha de pensamento se baseava na teoria neoclássica da formação de preços e no monetarismo, enfatizando estudos empíricos com estatísticas em detrimento da teoria econômica. Ela também se destacava por aplicar a teoria econômica a diversos campos da sociedade.

Ascensão

Nas décadas seguintes, diversos economistas da Escola de Chicago, incluindo vários laureados com o Nobel, se destacaram por suas ideias neoliberais. Seus pensadores influenciaram líderes políticos como Augusto Pinochet e Margaret Thatcher, além de instituições como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.

Entre 1980 e 1990, muitos países adotaram os ideais neoliberais da Escola de Chicago para lidar com dificuldades econômicas, privatizando empresas estatais. Isso contribuiu para a ampla difusão de seus princípios de livre mercado e mínima intervenção estatal.

Apesar de críticas de outros economistas, a Escola de Chicago se consolidou como uma das mais influentes correntes de pensamento econômico do século XX.

Fontes: Suno, Politize, Instituto Liberal, Economia UOL

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