Fundos cambiais, o que são? Como funcionam, custos e como investir

11 de fevereiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Os fundos cambiais são um tipo de fundo de investimento focado nas aplicações em ativos relacionados a moedas estrangeiras, como por exemplo, o dólar e o euro. 

Esses fundos são abertos, logo, os investidores podem entrar, aumentar suas participações ou fazer o resgate do valor investido, a qualquer momento. 

Apesar de ser uma boa opção para diversificação da carteira de investimentos, os fundos cambiais não são recomendados para todos os perfis de investidores, já que eles podem sofrer fortes oscilações.

O que são fundos cambiais?

Os fundos cambiais, assim como os demais tipos de fundos de investimentos, são uma espécie de reunião de investidores. Os investidores adquirem cotas e, por isso, são chamados de cotistas, e o responsável por fazer as aplicações do fundo é o gestor.  

Fundos cambiais, o que são? Como funcionam, custos e como investir

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Para que seja considerado como cambial, o fundo precisa ter ao menos 80% do seu patrimônio aplicado em ativos relacionados a moedas, normalmente o dólar. Dessa forma, o maior risco dos fundos cambiais são as oscilações das moedas. 

Como os fundos cambiais funcionam?

O funcionamento dos fundos cambiais é igual aos demais fundos. Ou seja, trata-se de um investimento coletivo, onde o responsável por realizar os aportes é o gestor do fundo.

Os cotistas participam da divisão dos lucros de maneira proporcional à quantidade de cotas que possuem, mas não têm nenhum poder de escolha em relação aos investimentos que o fundo fará. 

Os fundos cambiais são fundos abertos, o que significa que os cotistas podem fazer novas aplicações ou resgatar o dinheiro investido. Por exemplo, se o investidor deseja entrar ou aumentar sua participação, o fundo faz a emissão de novas cotas. Em contrapartida, se ele quiser sair do fundo, basta pedir o resgate. 

Fundos cambiais, o que são? Como funcionam, custos e como investir

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No mínimo 80% do patrimônio do fundo precisa ser investido em ativos relacionados a moedas estrangeiras. Porém, não é preciso que os investimentos sejam feitos diretamente nas moedas. Sendo assim, os gestores podem aplicar em derivados, títulos emitidos por empresas ou bancos ou ainda em operações que repliquem as variações cambiais. 

Como o dólar e o euro são moedas consideradas fortes, elas são as mais usadas. Entretanto, alguns fundos optam por aplicar em cestas de moedas variadas, como por exemplo, a libra, yuan e iene. Independente da moeda escolhida, a performance dos fundos cambiais acompanha sempre a moeda de referência. 

O rendimento de um fundo de investimento cambial é determinado por sua performance. No entanto, como esses fundos aplicam em moedas (que oscilam muito), o desempenho dos fundos varia bastante. Sendo que, quando o fundo tem uma boa performance, as cotas se valorizam e vice-versa. 

Custos dos fundos cambiais

Um dos principais custos para investir em fundos cambiais, é a taxa de administração, cobrada independente do fundo ter lucros ou prejuízos. Essa taxa é apresentada como um valor anual, mas ela é cobrada diariamente de forma proporcional.

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Outro custo para investir em um fundo de investimento cambial, é a taxa de performance. Essa taxa é uma espécie de bônus paga ao gestor quando ele consegue entregar uma rentabilidade acima da acordada previamente. Desse modo, essa taxa é cobrada apenas quando o fundo tem um desempenho superior ao benchmark. 

Outros custos que o investidor deve ficar atento são os tributos. Primeiramente, temos o IOF – Imposto sobre Operações Financeiras. A alíquota do IOF começa em 96%, e diminui até zerar quando a aplicação completa 30 dias. Assim sendo, ele é cobrado apenas se o resgate do investimento for realizado antes de 30 dias da aplicação. 

Já o Imposto de Renda (IR) começa com a alíquota máxima de 22,5% e, conforme o tempo passa, chega ao mínimo de 15%. Por fim, temos ainda o come-cotas, que funciona como uma antecipação do IR. 

Vantagens e desvantagens

Investir em fundo cambial tem a vantagem de que o investidor conta com um profissional para realizar as aplicações. Dessa maneira, investir por meio de fundos é mais prático do que investir sozinho em moedas. Outra vantagem é a diversificação da carteira de investimentos através de um valor relativamente baixo. 

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Por outro lado, temos a desvantagem das taxas de administração e performance. Outro ponto a se considerar são os riscos. Como as moedas são bastante voláteis, é difícil prever como será o desempenho do fundo. Além disso, devido ao fator risco, este tipo de ativo não é recomendado para os investidores conservadores. 

Como investir?

Normalmente, os fundos cambiais são procurados por investidores que possuem despesas no exterior, já que nessas situações os fundos funcionam como uma forma de proteção do valor do dinheiro na moeda estrangeira.  

Os fundos cambiais também podem ser úteis para as pessoas que querem diversificar a carteira, tenham parceiros de negócio internacionais, possuam dívidas em moedas estrangeiras ou que acreditem no retorno proporcionado por este tipo de fundo. 

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Antes de aplicar em um fundo de investimento cambial, é preciso que o investidor analise o seu perfil. Isso porque, como passam por fortes oscilações de acordo com as cotações das moedas, esses fundos normalmente são escolhidos apenas pelos investidores moderados ou arrojados.  

Depois de averiguar se sua tolerância ao risco se enquadra em fundos cambiais, está na hora de analisar os fundos disponíveis. Para isso, analise o histórico do fundo, a aplicação mínima, os valores das taxas cobradas, o benchmark e os prazos de resgate. Depois disso, escolha o fundo que melhor se encaixe com seus objetivos e invista.

E aí, curtiu conhecer sobre os fundos cambiais? Então aproveite para descobrir os Tipos de fundos de investimento – Quais são e como funcionam.

Fontes: Genial investimentos, Infomoney e Xpi

Imagens: Brasscom, Btg pactual digitalCqcs, Criteria invest, Capital research e Minas money

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