Renda variável: guia completo para conhecer e investir

A renda variável é um investimento em que os preços e rendimentos não são fixos, podendo variar de acordo com o mercado. Entenda o que é.

9 de junho de 2022 - por Jaíne Jehniffer


Os investimentos de renda variável são aqueles que passam por constantes oscilações nos preços. Isso significa que o retorno desse tipo de ativo é imprevisível.

Quer aprender mais sobre investimentos em renda variável? Continue a leitura, que explicaremos. 

O que é renda variável

A renda variável é um tipo de investimento em que os preços e rendimentos não são fixos, podendo variar de acordo com o mercado. Este tipo de investimento é mais arriscado do que a renda fixa, mas também oferece a possibilidade de maiores ganhos. Na renda variável, os investidores podem participar de grandes empresas, ativos diversos, derivativos e fundos, buscando potencializar seus lucros.

Existem diferentes tipos de investimentos em renda variável, como ações, fundos de ações, fundos multimercados, ouro, entre outros. A principal diferença entre renda variável e renda fixa é que na renda fixa há garantias de retorno e prazos definidos, enquanto na renda variável os ganhos não são previsíveis e é possível perder parte ou todo o valor investido.

Investir em renda variável pode ser uma forma de diversificar a carteira e buscar retornos mais altos, porém é importante estar ciente dos riscos envolvidos, como a volatilidade do mercado e a incerteza dos ganhos. É fundamental conhecer bem as opções disponíveis e traçar estratégias adequadas para lidar com a imprevisibilidade desse tipo de investimento.

Quais são os tipos de investimentos em renda variável?

Alguns tipos de investimentos de renda variável são:

1) Ações

Em síntese, as ações são frações das empresas de capital aberto, e que são negociadas na bolsa de valores. Ao comprar ações, você se torna sócio da empresa e tem alguns direitos.

Com o investimento em ações, você pode lucrar tanto com a valorização dos papéis, quanto com a distribuição de proventos. No longo prazo, as ações de uma empresa tendem a se valorizar. Mas não existem garantias de que isso irá acontecer.

Já em relação aos proventos, as empresas são obrigadas a distribuir uma parte dos seus lucros aos acionistas por meio da distribuição de dividendos.

2) Fundos imobiliários (FIIs)

O Fundos de Investimento Imobiliário (FII) é um tipo de fundo de investimento com foco na aplicação em imóveis ou títulos relacionados ao setor imobiliário.

De maneira geral, os FIIs distribuem os ganhos entre os acionistas de forma mensal. Isso de forma proporcional à quantidade de cotas que cada investidor possui.

Lembrando que, mesmo com a distribuição regular de proventos, os FIIs são ativos de renda variável. Portanto, as suas cotas passam por oscilações de preços.

3) ETFs

A sigla ETF significa Exchange Traded Funds. Trata-se de um fundo que usa um índice de referência. Desse modo, o ETF investe nos mesmos ativos da carteira teórica do índice de referência.

O intuito é obter um resultado similar ao índice usado como base. Uma das vantagens de investir em ETFs é a praticidade. Existe também a vantagem de que os ETFs têm custos mais baixos do que os fundos no geral.

4) Opções

Uma opção é o direito de comprar ou vender um ativo em uma data futura, por um preço preestabelecido.

Ou seja, funciona como um contrato onde você tem a opção (e não a obrigação), de comprar certo ativo no futuro por um preço previamente determinado.

5) Câmbio

Investir em câmbio significa realizar aplicações que envolvam moedas.

Essa é uma opção de ativo de renda variável que, geralmente, é usada para diversificar a carteira e proteger o patrimônio contra as oscilações da economia brasileira.

Existem várias formas de investir em câmbio. Um exemplo disso são os fundos cambiais, que aplicam pelo menos80% do patrimônio em ativos relacionados a moedas.

6) Futuros

Os contratos futuros são negociados no mercado futuro da B3. Em síntese, eles são acordos de compra e venda de ativos, por um preço previamente definido, em uma data futura.

Vale destacar que este tipo de mercado envolve especulação financeira. Portanto, ele conta com altos riscos e você deve ter um amplo conhecimento do mercado antes de operar futuros.

7) Fundos de investimento

Os fundos de investimento funcionam como uma reunião de investidores com foco em investir em ativos específicos. Existem vários tipos de fundos, de acordo com o ativo que ele possui na carteira.

Sendo que o risco do fundo também está relacionado com o tipo de ativo. Por exemplo, um fundo de renda fixa tem um risco menor do que um fundo de ações.

Uma das grandes vantagens dos fundos é a praticidade. Isso porque, você não precisa escolher os ativos, este é o papel do gestor do fundo.

8) Criptomoedas

Por fim, temos ainda as criptomoedas. As criptomoedas são moedas digitais descentralizadas. Sendo assim, elas não são produzidas e nem controladas pelo governo.

Além disso, a negociação ocorre por meio das exchanges de criptomoedas. As exchanges funcionam como intermediadoras das negociações de criptos, garantindo a segurança nas negociações.

Vale destacar que as criptomoedas passam por grandes oscilações em curtos espaços de tempo. Sendo assim, você precisa ter bastante estômago.

É seguro investir em renda variável?

Depende do ponto de vista. O processo de investir, em si, é seguro. No entanto, não existe segurança no sentido de que você não vai perder dinheiro.

A B3 é responsável por organizar, manter, controlar e garantir sistemas apropriados para as negociações de ativos.

Sendo assim, , para garantir a confiabilidade, existe uma série de regras em relação à transparência na divulgação de informações e a segurança na compensação e liquidação dos negócios foi estabelecida.

Além dessa autorregulação da B3, existe ainda a atuação da CVM – Comissão de Valores Mobiliários. Em resumo, a CVM é uma autarquia do governo federal. Ela é a responsável por regulamentar, fiscalizar, julgar e punir os agentes de mercado que não seguirem as regras. Além disso, existe ainda o MRP – Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos, que visa proteger os investidores.

Na prática, o MRP devolve até R$ 120 mil por prejuízos causados por corretoras, distribuidoras e agentes autônomos.

Desse modo, o MRP pode ser acionada quando uma pessoa perde dinheiro por causa da execução errada de uma ordem (de compra ou venda), pelo uso dos recursos do investidor em operações não solicitadas ou porque a corretora quebrou.

Repare que o MRP ressarce o prejuízo em casos específicos, e não por causa de certo ativo que você investiu, desvalorizou, e você perdeu dinheiro.

Quais são as vantagens de investir em renda variável?

Para começar, um potencial de lucro maior: Investir em ações, fundos imobiliários, ou outros ativos de renda variável pode proporcionar ganhos significativos. Ao contrário da renda fixa, onde os retornos são previsíveis, na renda variável, você pode obter lucros expressivos se escolher bem os ativos.

Outra vantagem é a da diversificação. A renda variável permite diversificar sua carteira de investimentos. Você pode investir em diferentes setores, empresas e países, reduzindo o risco de concentração em um único tipo de ativo.

Mais uma: a participação nos lucros das empresas. Ao comprar ações, você se torna sócio das empresas. Isso significa que você tem direito a uma parte dos lucros distribuídos na forma de dividendos. Além disso, se a empresa se valorizar, o preço das ações também aumenta.

Além disso, muitos ativos de renda variável são negociados em bolsas de valores, o que proporciona liquidez. Você pode comprar e vender esses ativos com facilidade, diferentemente de investimentos de longo prazo.

Tem também a vantagem do acesso a setores específicos. Com a renda variável, você pode investir em áreas promissoras atualmente. Por exemplo, tecnologia, saúde, energia renovável, entre outros.

A flexibilidade é mais uma vantagem da renda variável, onde você tem a liberdade de escolher os ativos que deseja adquirir e o momento de comprar ou vender. Isso permite ajustar sua estratégia conforme as mudanças no mercado.

Ademais, investir em ações e imóveis pode servir como um hedge contra a inflação. Esses ativos tendem a se valorizar ao longo do tempo, acompanhando o aumento dos preços.

Finalmente, temos a vantagem do aprendizado e desenvolvimento pessoal. A renda variável exige estudo e análise constante. Isso pode ser uma oportunidade para aprender mais sobre economia, finanças e o funcionamento do mercado.

E as desvantagens?

A maior desvantagem da renda variável é o risco de perda significativa. Os preços das ações e outros ativos podem flutuar drasticamente, e você pode perder parte ou todo o capital investido.

A volatilidade é outra desvantagem. Os ativos de renda variável são voláteis, as oscilações de preço podem ser intensas e imprevisíveis, causando ansiedade para alguns investidores.

Também tem a falta de garantia de retorno. Diferentemente da renda fixa, onde os juros e prazos são conhecidos, na renda variável não há garantia. Ou seja, você pode investir em ações e não obter lucro por um longo período.

Investir em renda variável também requer conhecimento e análise contínua. É preciso acompanhar o mercado, entender as empresas e avaliar os riscos regularmente. Além disso, Investir em ações significa que você está exposto ao desempenho de setores específicos e empresas individuais. Se uma empresa enfrentar problemas financeiros, suas ações podem sofrer.

Outra desvantagem é a liquidez variável. Embora muitos ativos sejam negociados em bolsas, a liquidez pode variar. Em momentos de crise, pode ser difícil vender ações rapidamente.

Negociar ações e outros ativos envolve custos, como corretagem e impostos. Essas despesas podem reduzir seus retornos.

Finalizando, na renda variável, não é possível prever com precisão os movimentos do mercado. Isso pode ser desconfortável para investidores que preferem segurança e estabilidade.

Qual é a hora certa para começar a investir em renda variável?

Depende. A hora certa de começar a investir em renda variável vai depender dos seus objetivos e perfil de investidor. Além disso, é bom que você tenha uma certa experiência e paciência para lidar com as oscilações.

É por isso que grande parte dos investidores começam investindo em renda fixa e depois vão aplicando em renda variável aos poucos.

É preciso levar em conta também o momento do mercado. Não é legal, por exemplo, investir em ativos quando ele está na alta.

Ao invés disso, é melhor investir na baixa, assim o ativo tem espaço para se valorizar. Logo, você aumenta as suas chances de ter altos ganhos.

Vale destacar que você não precisa esperar o momento em que a ação vai chegar em seu valor mínimo. Isso é bem difícil de identificar. A questão é evitar os momentos de grandes altas do mercado.

Fonte: Infomoney, Genial, Modal Mais, Bora Investir

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