Como são formados os nomes dos fundos de investimentos?

Os nomes dos fundos funcionam como um indicativo do tipo de fundo, nível de risco e composição do portfólio. Saiba como ele é composto.

28 de setembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer


Os nomes dos fundos de investimento dependem do tipo de ativo que o fundo investe. Sendo assim, o nome do fundo funciona como um indicativo do tipo de fundo, nível de risco e composição do portfólio.

Muitas vezes, o nome dos fundos conta com várias siglas, logo, pode ficar complicado entender do que se trata certo fundo. Por exemplo, a sigla FII significa Fundo de Investimento Imobiliário. Enfim, no texto de hoje você vai entender como funciona a composição dos nomes dos fundos e as siglas dos principais tipos.

O que significam as siglas dos nomes de fundos de investimentos?

1- RF

Também conhecidos como FIRF, o nome RF se refere ao Fundo de Investimento em renda fixa. Esse tipo de fundo tem sua aplicação principal em títulos públicos ou privados de renda fixa, tais como: 

Esse tipo de aplicação é voltada para um perfil conservador, pois apresenta baixo risco. Os FIRF não podem investir em ações nem em derivados financeiros. Na verdade, pelo menos 80% do patrimônio deve ser atrelado a ativos de renda fixa.

2- FIA

O nome FIA se refere à Fundos de Investimento em Ações. Essa aplicação é mais arriscada do que o FIRF, já que são voltadas para o mercado de ações.

Um detalhe importante é que o fundo não precisa investir 100% dos seus recursos em ações, de acordo com a ANBIMA, para serem considerados FIA, basta que o fundo invista 67% de seus recursos em títulos de renda variável, tais como ações, bônus de subscrição e afins.

O FIA pode adotar diversas vertentes de aplicação como, por exemplo, comprar ações baratas e vender mais caras, seguir algum índice de investimento ou, ainda, optar por ações que pagam bons dividendos. Como o risco é maior, esse tipo de fundo é legal para investidores mais arrojados, que aceitam correr mais riscos.

3- FIM

A sigla FIM se refere à Fundos de Investimentos Multimercados. No exterior, eles são conhecidos como Hedge Funds, e se dividem em: Long Only, Long and Short, Long Biased, Macro, Juros, Moedas, Livros e Trading, dependendo do tipo de aplicação.

Esse tipo de aplicação tem mais flexibilidade, já que pode ser aplicada em quaisquer tipos de ativos. Desse modo, o gestor pode optar por investir ao mesmo tempo em renda fixa, ações ou em imóveis.

O fato do gestor ter uma atuação mais ativa, significa que a performance do fundo depende muito das atitudes do gestor, por isso, é essencial analisar o gestor do fundo antes de investir nesse tipo de fundo.

Como ele investe em diferentes tipos de ativos, esse tipo de fundo pode ser uma boa opção para diversificar a carteira de investimentos.

Por ser tão flexível, o FIM pode ter investimentos mais ou menos arriscados. Portanto, antes de investir, não deixe de conferir se o fundo tem um risco maior ou menor, para que você invista de acordo com o seu perfil de investidor.

4- FII

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) podem atuar por meio da compra, venda ou locação de imóveis. Eles podem ainda optar por investir em títulos relacionados ao setor imobiliário como, por exemplo, em LCIs e CRIs.

Esse tipo de investimento possui menos riscos do que as ações, pois, apesar de também serem variáveis, são mais estáveis do que as ações. Além disso, investir em fundos imobiliários é mais vantajoso do que investir em imóveis, pois além de ser mais fácil de aplicar ainda proporciona um retorno maior.

5- FIC

O nome FIC se refere à Fundos de Investimentos em Cotas. Portanto, o foco de investimento desse tipo de aplicação é em cotas de outros fundos de investimento.

O intuito com essa estratégia é a diversificação, já que, ao investir em cotas de outros fundos que possuam diferentes aplicabilidades, por meio de um único fundo, você consegue diversificar a carteira. Dessa forma, 95% do FIC deve estar aplicado em cotas de outros fundos de investimento da mesma classe.

Logo, o FIC deve escolher uma classe e, dentro dela, aplicar 95% dos seus recursos. Por exemplo, se o FIC for de ações, ele terá 95% do seu patrimônio aplicado em cotas de FIAs. 

Contudo, os 5% restantes podem ser aplicados em outros tipos de investimentos que não sejam da mesma classe que o FIC. Enfim, como as classes do FIC podem variar, o seu risco varia conforme a classe. 

6- LP

O nome LP significa Longo Prazo, portanto, os fundos de investimentos de um LP são de mais de 365 dias. A grande vantagem dos LPs é a tributação que diminui conforme o tempo que o dinheiro fica investido.

7- CP

O nome CP vem de Curto Prazo, logo, os ativos que o fundo investe tem que ter duração máxima de 375 dias. Sendo que o prazo médio da carteira não pode ser superior a 60 dias.

Segundo a ANBIMA, os fundos do tipo CP investem em títulos em CDI, Selic ou ainda em ativos prefixados. A vantagem desse tipo de fundo é que você pode sacar os recursos no curto prazo. Uma dica: cuidado com a sigla CP, pois algumas corretoras usam essa sigla para se referir ao Crédito Privado.

8- REF

O nome REF significa Fundo de Investimento Referenciado. A forma de atuação desse fundo é por meio de um índice de referência. Dessa maneira, o REF segue um índice, que pode ser por exemplo o Ibovespa. O índice que o fundo vai seguir depende do que consta em seu regulamento.

9- AM

Para finalizar, AM não é o nome de um tipo de aplicação específica. Na verdade, é a sigla para Asset Management, que traduzindo significa Gestora de Recursos. Portanto, a sigla AM se refere à gestora do fundo e pode aparecer junto com o nome do fundo.

Como são formados os nomes de fundos de investimentos?

Os nomes dos fundos seguem uma estrutura composta por algumas partes que apontam qual é a gestora, tipo de fundo e estratégia.

A primeira parte costuma identificar a gestora do fundo. Em seguida, vem o nome específico ou marca para o fundo, que pode ser os mais diversos e criativos nomes. Depois disso, costuma vim a estratégia que o fundo usa, por exemplo, um fundo cujo nome termina em “Long” significa que ele é de longo prazo.

Por fim, vem a sigla que indica em que tipo de ativo o fundo investe, por exemplo, FIA, FII e FIC. Um exemplo de nome de fundo é: SPX Nimitz FIC FIM Access. Este é um fundo da gestora SPX e o seu nome específico é Nimitz.

Como escolher entre os fundos de investimento

Agora que você conhece as siglas e nomes dos fundos de investimento disponíveis no mercado, pode ter batido aquela vontade de investir nesse tipo de ativo. Antes de investir, é importante levar em conta alguns quesitos.

Primeiramente, saiba qual o seu perfil de investidor. Como você deve ter notado, os fundos possuem diferentes graus de risco. Portanto, existem aplicações para todos os gostos. Por exemplo, se você for do tipo mais conservador, os fundos de renda fixa podem ser uma boa opção.

Porém, caso você tenha nervos de aço e sangue frio para as constantes variações do mercado de ações, por que não investir em fundos de ações? Normalmente, quanto maior o risco, mais altas são as perspectivas de retornos.

Além disso, antes de investir, leve em conta os indicadores do fundo e os seus objetivos pessoais ao investir. Na análise do fundo, não deixe de ler a lâmina, ou seja, o documento com as informações dos fundos. Verifique também a liquidez do fundo e qual é o valor mínimo de investimento.

Caso planeje investir em fundos imobiliários, também vale a pena ver este vídeo do Raul Sena, o Investidor Sardinha:

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Fontes: Gorila, Ouro preto, Mais retorno, Rico e Infomoney.

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